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— Mãe, Não é tão ruim assim. — tentei acalma-la.

Ela parou brutalmente de circular por sua sala.

— Não, não é ruim é péssimo. Terrível, uma catástrofes. — Ela arregalou seus olhos ao enfatizar suas palavras.

— Tenta ver o lado bom...

Ela veio correndo se sentar ao meu lado.

— Filha, não tem lado bom. — Eu quis muito rir do seu desespero. — Eu contei a minha vida toda pra um estranho pra no final ele nem ser realmente um estranho. — Ela piscou.— se eu contei coisas que só passavam pela minha cabeça foi porque eu estava com a certeza de que nunca o encontraria, e agora descubro que ele é dono desse prédio!

É isso mesmo, A de Apolo, devíamos ter juntado as peças mas qual a probabilidade disso acontecer? Tem milhares de homens e foi cair justo nele. Minha mãe não o suporta desde que ele entrou em nosso apartamento naquele dia.

— Não temos prova concretas. — pontuei segurando sua mão.

— Aquele gato é mesmo que fica perambulando e miando pelo prédio, e aquela metade do relógio? É dele tenho certeza. — Ela levou a almofada ao rosto. — Eu devia por você de castigo.

Arregalei os olhos.

— Oque, Por que? A culpa não é minha.— me defendi.

— Claro que é sua, se eu tivesse dentro da minha bolha eu não estaria me sentindo assim. Se eu vivo aqui é pra que isso não aconteça e veja só meu estado.

Bufei um riso incrédulo.

— Mas antes do constrangimento você estava toda animada, não valeu apena?

— Ele gostou de você também.

 — Até ele descobrir que eu sou a mulher rude que o chamou de pervertido.

— Eu disse pra por uma foto mais clara do seu rosto.

— disse pra eu por uma foto em que eu me sentia feliz. — Ela esboçou um sorriso. — Esse foi o dia em que contei ao seu pai que estava grávida.

Percebi seus olhos marejando.

— Tica ainda brinca nesse balanço.— eu disse encarando a foto.

— Elas são crianças gentis.

— Fico feliz que pense assim.

[...]

Bati duas vezes contra a porta do apartamento de Sophie, que segundos depois ela abriu enrolada em uma toalha branca e uma escova na boca.

— Olha só quem lembrou o caminho de onde eu moro.

— Não seja dramática, esse é um papel pra mim. — A abracei rapidamente antes de entrar.

Me sentei sob seu sofá e respirei fundo.

— Espere um momento, vou por uma roupa.— ela disse um pouco abafado por conta da escova.

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora