Olhando as estrelas

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"Não importa o problema que eu enfrente, você sempre está ao meu lado."
Pran



Gravamos primeiro a cena da barraca, o P'Aof proibiu qualquer gravação de bastidores, então estamos novamente apenas com a equipe essencial.
Começamos no sofá, eu pego a bolsa do Pran e olho em volta, arrumo ela em cima do sofá para ficar bem visível, espalho um pouco as roupas e sento. O Ohm me olha e sorri.
- Não me beija, não quero ter que ficar aqui a noite inteira gravando as mesmas cenas.
- Ok, sem beijos.
Ele me beija e vai para o seu lugar perto da barraca. A cena é simples e rápida, mas temos que repetir algumas vezes para pegarem ângulos diferentes. Depois disso eu me troco para fazer o marketing do creme e da máscara Nong Nao. Me troco mais uma vez e vamos fazer o marketing da batata e o beijo.
O Ohm chega com um elástico de cabelos, senta ao meu lado e eu prendo o cabelo dele, ele me beija e sai, passa pelo cabeleireiro que fica me olhando com uma cara meio irritada, se vira e sai também.
A cena foi fácil de gravar porque já tínhamos uma noção clara do que fazer, é o mesmo marketing que fizemos para as algas em Bad Buddy, só que com papéis invertidos.
A cena começa tranquila, sentamos no sofá e conversamos sobre a peça, eu dou batatas na boca dele, então ele segura a minha mão e chupa o meu dedo, me olha, da aquele sorriso safado e nos beijamos. Os lábios dele estão salgados por causa da batata, quando a minha língua toca a dele percebo que ele ainda tem batatas na boca. Alguém bate na porta, depois eles vão adicionar um áudio da Love falando, o Ohm pega as minhas mãos e coloca nos meus ouvidos, então me beija. Como essa parte foi toda improvisada, quando ele me beija eu bato sem querer no seu queixo, seguro o seu rosto e o beijo para me desculpar.
Revemos as cenas que gravamos no monitor, o Phi pergunta se queremos gravar o beijo de novo por causa das batatas, mas nós recusamos. Ele nos libera e a equipe começa a desmontar o cenário, agora só temos cenas fora daqui em alguns dias para filmar.
Quando saímos o segurança está esperando ele, os dois saem juntos, eu espero alguns minutos e vou também. Não vi ninguém seguindo ele e acredito que ele também não, porque foi direto para a casa.
Chego e o segurança já está saindo, eu me despeço dele, o Ohm a abre a porta e eu saio do carro. Ele me encosta no carro e me beija
- Fica aqui!
Ele me beija mais uma vez e sai correndo, mais ou menos dois minutos depois ele volta com alguma coisa da mão, quando chega perto eu recomeço a minha barraca, ele segura a minha mão, me leva até o jardim e montamos a barraca juntos.
Quando estamos terminando de montar ele entra correndo mais uma vez e sai com uma manta e duas almofadas, arruma no chão e nos deitamos.
Olho para ele e fico tentando entender quando foi que a nossa vida ficou tão parecida com a de PatPran, quando tivemos que começar a esconder o nosso relacionamento só para agradar os outros?
Ele sorri, segura a minha mão e beija.
- Faz tempo que não acampamos.
- Faz mesmo.
- Olha as estrelas comigo?
- Sempre.
Nós olhamos para o céu e ficamos em silêncio.
- Foi você, não foi?
Eu olho para ele, que continua.
- O segurança, isso é coisa sua, não é?
Eu fico pensando no que que dizer.
- Eu fui conversar com o P'Tha hoje.
- Por favor, me diga que você não fez nenhum outro acordo.
- Não, mas eu disse que se ele não colocasse o segurança eu não faria a divulgação do filme.
Ele suspira, puxa o meu braço e se deita.
- Você tem que parar de fazer essas coisas.
Eu não respondo e ficamos em silêncio olhando as estrelas, quando eu acho que dormiu ele olha para mim e se aproxima devagar, segura o botão da minha calça e abre, sorri e abaixa o zíper.
- Eu estou com saudades...
Ele puxa a minha cueca para baixo e me beija quando segura o meu pênis, continua me beijando enquanto me masturba, então se afasta e fica olhando nos meus olhos até eu gozar.
Ele se deita sobre mim, levanta a mão, lambe e me beija.
- Ainda é o meu sabor preferido!
Me beija mais uma vez, tira a minha calça e a sua, coloca uma camisinha e se deita sobre mim novamente, começa a me penetrar e eu fecho os olhos.
- Não, olha para mim.
Eu abro olhos e ele sorri.
- Nada nesse mundo é mais perfeito do que ver você gozando!
Acordo e ainda está no meio da noite, está esfriando por isso eu acordei. Olho para o Ohm dormindo tranquilamente, o cabelo está espalhado por todo o seu rosto, eu afasto e ele sorri, eu acho que acordou, mas ainda está dormindo.
Fico o observando dormir, queria poder manter ele assim para sempre, protegido do mundo e das pessoas que querem o machucar. Não consigo entender como alguém pode querer fazer mal para uma pessoa tão pura quanto ele, é incompreensível.
Me aproximo e beijo a sua testa, ele sorri mais uma vez e diz
- Você devia estar dormindo, vai ter um dia agitado amanhã.
- Está esfriando, vamos entrar, não quero que você fique doente.
Ele se encolhe e enfia o rosto no meu pescoço, então se afasta e se estica, se alongando como um gato. Levanta, estende a mão e me ajuda a levantar, saímos da barraca e ele coloca a manta nos meus ombros.
Deixamos a barraca montada e vamos para casa, o Nong desce as escadas correndo e depois sobe com a gente. Quando chegamos no quarto o Ohm acende a luz e os dois gatos estão na cama.
- Merda!
O Ohm me olha.
- Eu soltei a Nutty ontem, eu estava muito bêbado e ela fugiu.
Ele sorri e sei o que está pensando.
- Não!
Ele sorri mais ainda.
- Você disse que eu não podia trazer mais animais para casa, eu não vou trazer.
- Não tem diferença nenhuma, Ohm.
Ele me abraça e beija, quando me deita na cama os gatos saem do quarto.
O Ohm olha para eles e depois para mim.
- Será que ela vai ter filhotinhos do Thor?
- Ele é castrado e nós nem sabemos se ela vai ter filhotinhos.
- Ah é!
- Vamos lá prender ela.
Ele dá risada e me beija.
- Adoro você fazendo um monte de merda quando bebe, você é muito certinho as vezes.
- Eu sou certinho?
Ele acena concordando.
- Você até tenta ser rebelde, mas é certinho demais até pra isso.
Eu empurro ele,  fico por cima, olho sério para ele e depois sorrio.
- Acho que vou ter que te mostrar que não sou tão certinho.
Os olhos dele brilham e ele dá aquele sorriso de quem ganhou na loteria.
- O dominador?
Eu sorrio, me levanto e vou para o closet.

Silêncio Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora