Casamento - Parte 1

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"Eu me apaixonei por ele dois segundos depois de vê-lo. E nunca vou deixar de amá-lo".
História de um Casamento (filme)

Chegamos no que eu acho que é a cabana, não tem como saber porque estou vendado, o Ohm insistiu que quer que eu veja a decoração só na hora, eu já estou me preparando para fazer a melhor atuação da minha vida caso não goste, jamais deixaria ele chateado com algo que se esforçou tanto para fazer. Ele segura o meu rosto e me beija.
- A sua mãe já deve estar la dentro pra te ajudar. Se precisar de mim me liga, tudo bem?
- Tudo bem, não se preocupe.
Ele me beija mais uma vez, me vira e escuto a porta abrindo, alguém segura a minha mão, me puxa para dentro e a porta fecha.
- Pode tirar a máscara filho.
Eu tiro a máscara e os meus olhos demoram um pouco para se adaptar a luz, eu olho para ela que sorri e me abraça.
- Eu estou tão feliz por vocês filho.
- Obrigado mãe, obrigado por sempre nos apoiar!
Ela se afasta e sorri.
- Vai se vestir que eu vou te ajudar com a maquiagem e o cabelo.
Eu concordo e vou até onde tem uma capa de terno pendurada, quando abro ela fico tão surpreso que dou um passo para trás, sinto os meus olhos ardendo e olho para cima tentando não chorar, a minha mãe segura a minha mão e aperta.
- Você não sabia?
- Não, quando eu provei era um terno normal.
- Não sei você, mas eu prefiro esse.
Eu pisco algumas vezes para afastar as lágrimas.
- Eu também mãe.
Eu vou até o terno e tiro ele da capa, olho para o meu nome atrás dele e finalmente choro.
- Da pra acreditar que já vai fazer um ano que o show aconteceu?
Eu fico olhando para o terno branco e prateado que usamos no nosso primeiro Fanmeeting na Tailândia quando eu gritei várias vezes para o mundo ouvir que eu amava o Ohm. Tento afastar as lágrimas mais uma vez, não sei se o meu coração vai aguentar até o final do dia.

Eu termino de me arrumar e a minha mãe faz a minha maquiagem, ela está com cabelo e maquiagem feitos, mas está com um roupão do hotel, quando termina ela me olha pelo espelho e os seus olhos ficam vermelho.
- Você está lindo!
- Obrigado, mãe!
Alguém bate na porta e abre ela, a mãe do Ohm entra também de roupão e vem até mim.
- Você está perfeito!
- Obrigado!
Ela me abraça, se afasta e olha para a minha mãe.
- Você trouxe?
A minha mãe acena e olha para mim.
- Como esse não é um casamento tradicional, nós aproveitamos para usar uma tradição ocidental no casamento.
A mãe do Ohm acena e se aproxima, começa a fechar os botões da minha camisa e pega uma gravata prateada no bolso do roupão.
- Algo novo.
A minha mãe se aproxima também, prende um relógio de bolso no meu terno e me mostra, eu lembro dele, era do meu avô.
- Algo velho.
A mãe do Ohm tira um cravo do bolso e prende na minha lapela.
- Algo azul.
A minha mãe tira uma pulseira fina do seu pulso e coloca no meu.
- Algo emprestado. É para dar sorte e proteger o casamento de vocês!
- Obrigado!
Elas sorriem para mim e me abraçam, então a minha mãe diz.
- Você vai ficar bem? Nós vamos levar os do Ohm.
- Claro, podem ir.
Quando elas saem eu finalmente consigo extravasar a ansiedade, dou alguns pulos, me alongo, pego o relógio no meu bolso e fico abrindo e fechando, olho o horário e já passou das cinco, isso me preocupa, sera que o Ohm decidiu fazer o casamento a noite mesmo?
Batem na porta, eu me viro e ela abre, o pai do Ohm entra sorrindo.
- Gostei da ideia do terno.
- Foi ideia do Ohm.
- Claro que foi, é a cara dele.
Ele se aproxima e abre os braços.
- Posso te abraçar, filho?
Eu sorrio e abraço ele.
- Eu só vim para dizer que estou muito feliz e orgulhoso.
Ele se afasta e olha para mim.
- Obrigado por sempre cuidar do meu filho. Eu sempre te vi como um filho, espero que você sempre me veja como um pai, sempre que precisar saiba que pode contar comigo.
- Obrigado, pai!
Ele me abraça mais uma vez e depois vai embora, não posso deixar de notar que ele também está de roupão.
Me alongo mais uma vez, sento na cadeira, fecho os olhos e volto a abrir e fechar o relógio.
Depois de muito tempo a minha mãe entra.
- Vai começar, vamos?
Eu olho para ela que esta com um vestido azul topázio.
- Você está linda!
- Ninguém vai olhar para mim quando vocês dois estiverem no altar.
Eu reviro os olhos, vou até ela e me lembro que mesmo que eu não goste da decoração eu tenho que sorrir. Quando estamos saindo batem na porta, a minha mãe abre e o Tay aparece com uma câmera na mão.
- Boa tarde, noivo! Parabéns! Deixe uma mensagem para quando os seus filhos quiserem saber como foi o casamento de vocês.
- O que é isso?
- O Ohm pediu para eu filmar o casamento, ele já deixou a mensagem dele, agora falta a sua.
- E o que você quer que eu diga?
- Qualquer coisa.
Eu olho para a câmera e penso no que dizer.
- Para os meus filhos?
Eu reviro os olhos e sorrio.
- Se você esta vendo isso deve ter chegado nas nossas vidas daqui uns oito ou nove anos. Espero não estar sendo um velho ranzinza como o seu pai me chama, não vejo a hora de conhecer você ou vocês! Provavelmente vocês, o Ohm não tem cara de pai de filho único... Enfim, espero que tenhamos uma vida feliz juntos. Agora deixem eu ir que eu tenho que fisgar um Peixão!
- E corta! Ficou legal! Agora vamos que eu vou te filmar indo para lá, o Ohm quer ver depois.
Eu respiro fundo, a minha mãe segura a minha mão, o Tay vai andando de costas enquanto me filma.
Vou olhando em volta, algumas árvores tem tule ou filó, nunca seu a diferença, mas tem tule azul claro com pisca-piscas enrolados em volta delas, é simples, mas muito bonito. Chegamos em um campo aberto que fica ao lado das cabanas e vamos até um tapete que faz um corredor entre várias mesas com os nossos convidados, as mesas para a minha surpresa estão com a mesma decoração da mesa da confeitaria, do dia que fomos experimentar o cardápio, toalhas brancas por baixo, azuis por cima, uma pequena tigela com uma vela de girassol dentro. No chão ao lado do tapete a cada um metro mais ou menos tem um grande vaso com rosas azuis. Os convidados também estão vestidos de azul, com tonalidades diferentes, mas todos estão de azul.
A marcha começa a tocar e eu respiro fundo, a minha mãe aperta o meu braço, me dá um beijo e se afasta.
- Não vai entrar comigo?
Ele sorri e nega, a mãe do Ohm aparece atrás dela com um vestido idêntico e segura o meu braço.
- Hoje eu vou entrar com você, filho.
A minha mãe sorri e se afasta mais, eu aperto a mão da mãe do Ohm e sorrio.
- Obrigado por estar ao meu lado!
Ela sorri e começamos a andar no meio desse grande oceano azul.
Chegamos no altar, o P'Aof sorri, a mãe do Ohm me beija e vai sentar na mesa onde o pai e o irmão dele estão. Eu aceno para eles e olho para a frente, a Nonnie aparece em um vestido curto estilo princesa, com uma cesta na mão e entra jogando pétalas azuis no chão, quando ela chega no altar me abraça e vai sentar com o meu pai.
Olho para o corredor mais uma vez e o Perth e o Chimon aparecem, já nem fico surpreso mais, eles também estão de azul. Eles param cada um de um lado meu e todos olhamos para o corredor, depois do que parece uma eternidade o Ohm aparece com o terno dele do Fanmeeting, ele fica parado e mesmo de longe fica me adorando. A minha mãe vai até ele e segura o seu braço, esperamos ele entrar, mas ele não se mexe, a marcha recomeça e ele continua parado, então ele para de olhar para mim e olha para cima, todos nós seguimos o seu olhar, mas não tem nada lá. Eu olho para ele preocupado, mas ele continua olhando para o nada, mais uns cinco minutos passam e muitos começam a comentar, quando a marcha começa pela terceira vez ele sorri, todos mais uma vez seguem o seu olhar para ver o pôr do sol, na hora eu sei o que ele estava esperando, um casamento azul e laranja, o oceano azul, céu laranja.
Eu olho para ele e sorrio, ele aperta a mão da minha mãe e finalmente começa a andar.

Silêncio Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora