Paraíso

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"O passado é história, o futuro é mistério, o agora é uma dádiva e por isso se chama presente."
Kung-Fu-Panda


Acordo com o Ohm pulando em cima de mim.
- Bom dia, marido!
Eu abro os olhos e olho para fora.
- Dia? Eu dormi demais ou ainda não dormi o suficiente, mas com certeza ainda não é dia Ohm!
- É sim, levanta, nós vamos sair.
- Ohm...
Ele beija o meu pescoço e morde a minha orelha.
- Levanta, por favor, eu estou louco pra te foder, mas nós temos que sair.
- Ok,ok!
Ele sai de cima de mim e eu sento.
- Pra onde você quer ir no meio da noite?
Ele sorri e me beija.
- Nós vamos para o paraíso antes que o inferno comece.
Eu sei bem qual inferno vai começar, mas onde será o paraíso? Olho para ele tão animado tenho vontade de só pegar ele e ir embora, fugir de tudo isso, mas sei que não posso, a minha família precisa de mim, a família precisa dele e fugir não é a resposta.
Eu sorrio e o beijo.
- Bom dia, meu amor!
Ele fica me olhando ainda com o rosto bem próximo ao meu.
- Bom dia, marido!
- Acho melhor eu levantar agora.
- Seria bom...
Ele continua ainda bem próximo olhando dos meus olhos para os meus lábios e para os meus olhos novamente, então encosta a testa na minha, respira fundo, beija a minha testa e se afasta.
Eu me levanto e vou para o banheiro, ele me acompanha e fica olhando eu urinar.
- Eu preciso tomar banho?
- Não.
- Para onde nós vamos?
- Para praia, por isso temos que ir já, para aproveitarmos bastante.
Eu dou descarga e lavo as mãos, vou até ele e o beijo.
- Já falei que você é o marido perfeito?
- Já, mas eu adoro ouvir, então pode continuar falando.
Ele beija o meu pescoço várias vezes.
- Quem é o marido perfeito?
- Idiota!
Eu beijo ele mais uma vez, me afasto e vou me vestir.
Acordo com o barulho da porta do carro, olho para o lado assustado e o Ohm sorri.
- Desculpa, não queria te acordar.
- Tudo bem, nós chegamos?
Ele me mostra o cartão de acesso.
- Sim, eu estava fazendo o check-in. Fica acordado, você dorme mais um pouco no quarto.
Eu concordo e tento me alongar no pequeno espaço do carro. Quando estalo o meu pescoço o Ohm olha para o lado, ele tem implicado com isso há algum tempo, acha que eu tenho que ir em um especialista para ver sobre as minhas dores na coluna, eu quero ir, mas não consigo marcar nada fora da agenda por enquanto, sempre surgem trabalhos do nada.
Saímos do carro e ele abre o porta malas, pega uma bolsa pequena e o violão e entramos, ele coloca tudo ao lado da porta, se vira e me beija. Sem dizer nada ele me puxa para dentro e fecha a porta, vai andando para trás até chegar na cama, só então para de me beijar.
Segura o meu pescoço e fica me olhando nos olhos e consigo sentir novamente toda aquela intensidade. Ele desce a mão do meu pescoço, pelo meu peito até chegar na barra da minha blusa e começa a levantar, tira a minha blusa, abre o botão da minha calça que cai nos meus pés. Ele volta a me beijar e me abraça pela cintura, me vira e ajuda a sentar na cama, então se abaixa e tira o meu tênis e a calça. Quando tira a meia, ainda segurando o meu pé, ele sobe beijando até o joelho, faz o mesmo na outra perna, então se ajoelha e afasta as minhas pernas um pouco mais, fica entre elas e me olha sorrido.
- Já falei que morro de tesão quando você senta assim?
Eu dou risada, ele e os seus fetiches. Ele beija o meu joelho e sobe beijando até a virilha, enfia o rosto entre as minhas pernas, cheira depois morde o meu pênis por cima da cueca. Se afasta beija o outro joelho e toda a coxa até chegar na virilha. Olha pra mim e sorri.
- Eu amo as suas coxas!
Ele coloca uma mão em cada coxa e aperta, desliza para cima até chegar na minha cueca então puxa ela, eu me levanto um pouco e ele termina de tirar, mais uma vez se aproxima, dessa vez segura o meu pau e fica me olhando.
- Chupa!
Ele coloca na boca na hora e começa a chupar.
Acordo com o som do mar e demoro alguns segundos para lembrar que o Ohm me trouxe para a praia particular, o paraíso antes do inferno como diz ele.
Eu olho para ele deitado nos meus braços e queria que isso, ele nos meus braços, fosse o suficiente para proteger ele, não é, mas vou continuar fazendo o meu melhor. Beijo a sua testa, tiro o braço devagar e me levanto, vou até a bolsa e pego um pacote de batatas e o violão e saio. Sento na cadeira de praia, abro a batata e como algumas, pego o violão, me encosto e começo a dedilhar, enquanto penso no que fazer no tour de entrevistas amanhã, a empresa chamou uma atenção desnecessária para nós com essa história, o P'Tha sabe que não podemos e nem ele quer que falemos nada, qual a necessidade de entrevistas então? Eu li o roteiro e só enrolação, seria melhor nos colocar para fazer brincadeiras em que não precisassamos interagir, porque interagir também não daria muito certo.
Fecho os olhos e tento bloquear tudo isso, o Ohm me trouxe aqui para ficar longe de tudo, então não vou trazer nada para ca, vou aproveitar o hoje sem me preocupar com o amanhã, vou fazer isso, vou ser feliz e despreocupado só hoje, por ele.
Quando percebo ele está se aproximando, olho e ele sorri encantado.
- Já falei que eu amo isso de que mesmo com várias músicas você prefere tocar a minha?
Eu não tinha prestado atenção, estava tocando aleatoriamente, mas realmente estou tocando My Word. Eu dou de ombros e olho para ele.
- Eu amo essa música.
- Devia ter ficado com ela.
- Não, eu amo porque é a sua música, porque você canta ela.
Ele sorri envergonhado, eu coloco o violão no chão, seguro a sua mão e ele senta no meu colo.
- Então meu amor, o que nós vamos fazer no paraíso?
- Sexo, muito sexo!
Eu dou risada e beijo ele.
- Idiota!

Silêncio Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora