Domésticos

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"O melhor que pode acontecer a um casamento é após o matrimônio os noivos se tornarem ainda mais amigos."
Wallace Avlys

Sento no aeroporto para esperar o horário do avião, essa divulgação do filme vai acabar comigo, hoje nós viemos até Chiang Mai e passamos o dia todo em eventos e entrevistas.
Fecho os olhos e fico escutando a minha playlist, o celular toca e eu abro pra ver a mensagem, o Ohm está filmando o aquário imitando o que deve ser, na cabeça dele, sons de peixes, fecho o vídeo e leio as mensagens.

O: Os seus filhos estão com saudades.
O: Eles querem saber se o papai já está vindo pra casa.
N: Estou no aeroporto
N: Logo eu chego
N: Estou com saudades.
O: De mim ou dos seus filhos?
N: De todos
N: Mas de você principalmente.
O: Estou com saudades também.
O: Te amo!
N: Eu também te amo!

A Kwang chama, eu guardo o celular e vou para a área de embarque.
Chego em casa e o Ohm está me esperando na garagem como sempre, ele abre a porta e me beija.
- Como você está?
- Cansado!
- Vamos tomar banho pra você poder descansar.
Nós subimos e vamos direto para o chuveiro, ele tira a minha roupa e a dele, eu fico embaixo da água enquanto ele me esfrega e massageia.
Eu encosto na parede e ele me olha preocupado.
- A minha coluna voltou a doer.
- Eu vou pegar o seu remédio pra você tomar antes de dormir.
Eu concordo e fecho os olhos.
Depois do banho eu visto o meu pijama, ele seca o meu cabelo, me deito e ele vai para a cozinha, alguns minutos depois ele volta com uma bandeja.
- Fiz sopa pra você, o seu remédio é muito forte, melhor não tomar de estômago vazio.
- Obrigado!
Eu como a sopa e ele fica me olhando.
- Não precisa ficar assim, eu vou ficar bem, quando acordar já vou estar melhor.
Ele acena, mas continua preocupado. Eu como toda a sopa e tomo o remédio, ele desce e leva a bandeja, quando volta estou quase dormindo.
- Que horas você tem que sair amanhã?
- Só a tarde.
- Bom. Dorme um pouco.
Ele se deita e me puxa para deitar no seu braço, eu viro de costas pra ver se a dor diminui e ele me abraça.
Ficamos em silêncio um pouco e ele começa a cantarolar, na névoa do sono acho que rio disso, ele beija o meu pescoço e continua cantarolando.
Acordo e está amanhecendo, levanto e vou ao banheiro e aproveito para tomar mais um remédio, assim até a hora do evento o entorpecimento já vai ter passado e não estarei com tanta dor.
Me deito ao lado do Ohm, como se sentisse a minha presença ele se aproxima, segura o meu braço e coloca embaixo da sua cabeça, eu beijo a sua testa, fecho os olhos e volto a dormir.
- Non?
Sinto ele beijando primeiro a minha testa, o meu nariz e por fim a minha boca.
- Bom dia, meu amor!
Eu abro os olhos e sorrio.
- Bom dia!
- Você está melhor?
Eu me mexo e não sinto dor.
- Não tenho certeza, acho melhor testar.
Eu seguro o seu pescoço e puxo ele pra mim, viro ele para a cama e fico por cima.
- Acho que estou bem, mas é bom fazer uma avaliação completa pra garantir.
Eu beijo o seu peito, olho para ele, sorrio e chupo forte deixo várias marcar no seu peito, vou até a sua cueca, abaixo e beijo a tatuagem.
Ele fecha os olhos e geme. Tiro a sua cueca, me deito sobre ele.
- Tem certeza que está bem para fazer isso?
Eu pego uma camisinha e coloco, levanto a sua perna e o beijo enquanto penetro.
Estou na cozinha preparando o almoço quando o Ohm aparece com a sua agenda em uma mão e a Nutty na outra, o Nong vem atrás dele.
Eu consegui uma data que todas as cabanas estarão disponíveis.
- Quando?
- 08 e 09 de julho. Eu conversei com a Kwang, ela falou que não tem nada na sua agenda, pedi pra ela não marcar nada que depois você conversa com ela
- Pra mim está ótimo. Todo resto já está pronto?
- Vou conversar com a confeitaria hoje, consegue arrumar um tempinho pra ir comigo experimentar o cardápio?
- Eu dou um jeito.
Ele sorri e começa a folhear a agenda.
- Temos que ir ver os ternos também.
- Podemos ir na próxima segunda.
- Ok.
Ele anota na agenda.
- Precisa de ajuda com alguma coisa?
Ele me olha e nega.
- Não vai ser nada muito grande, então esta tranquilo.
Ele para e me olha por um momento.
- O que foi?
- Eu estava pensando em fazer algo como nós fazemos aqui em casa, ao invés de chamar alguém para tocar, levar os instrumentos e todos tocam e cantam.
Eu concordo e ele anota também, ele fica olhando para a agenda.
- Acho que está tudo certo, mas eu vou ter que ir para Pai.
- Quando?
- Quando você consegue?
Por um momento eu fiquei preocupado e achei que ele ia sem mim, mas é o Ohm.
- Eu prometo que vou dar um jeito de conseguir um final de semana inteiro só pra você.
Ele fecha a agenda, vem até mim e me abraça.
- Que tal uma semana inteira?
- Não consigo em julho, mas em agosto vai ser mais tranquilo, porque o P'Tha concordou em em diminuir os trabalhos, já que o processo que eles abriram vai acabar prejudicando os seus trabalhos.
- Pelo menos alguma coisa boa saiu dessa história.
Eu abraço ele e deito a cabeça no seu ombro, eu não consigo ver nada de bom saindo dessa história, parece que sempre que damos um passo para frente alguma coisa acontece e temos que dar dois passos para trás. Pelo menos ele está feliz, muito feliz, o casamento foi uma ótima ideia para distrair ele, depois eu acho que já vão começar a gravar a nova série, então ele vai ter outra coisa pra se preocupar.
Eu beijo o pescoço dele.
- Que tal testarmos a minha coluna antes de eu sair só para garantir?
Ele sorri e me beija.
- Eu já disse que você foi um coelho na outra vida?
Eu tento ficar sério, mas falho.
- Idiota!

Silêncio Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora