LOL D2

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"Agora, preciso viver com o julgamento de todos, além do meu, e com o fato de que nada, nem mesmo eu, jamais será igual novamente."
Insurgente

O show acaba, eu abraço os outros, eles estão todos comentando sobre as apresentações e as coisas que aconteceram, mas eu só quero sair daqui, olho para o Ohm, brincando com o Gemini e o Dunk, o Fourth chega por trás e o  abraça e ele prende o Fourth pelo pescoço e bagunça o cabelo dele, quando solta o Gemini pula nas costas dele e bagunça o seu cabelo também, ele da aquela risada gostosa que eu adoro e eu fico dividido entre a imensa raiva por estarem tão próximos e tocando nele o tempo todo e eu não poder fazer nada e a alegria por ver ele tão feliz, mas ele precisa disso, precisa ser feliz.
Sinto o meu peito rasgando mais uma vez e olho em volta, eu preciso sair daqui, não quero desabar na frente deles mais uma vez como fiz no meio do show. Saio devagar para o Ohm não perceber, então vou andando sem rumo, não sei para onde ir, ainda tenho que tirar o terno do evento e pegar as minhas coisas, mas não posso ficar perto de ninguém agora.
Sinto o meu peito rasgando mais uma vez e ando quase correndo para o estacionamento, entro no meu carro e tranco ele, seguro o volante com força, junto as mãos e encosto a minha cabeça nelas e finalmente choro, não sei porque hoje está sendo mais difícil que ontem. Começou quando cantamos a nossa música, cada palavra que eu cantava para ele era tão verdadeira que começou a me sufocar e depois conversar com ele sabendo que iam falar que estamos fingindo como fizeram ontem. Talvez tenha começado ontem ou quem sabe muito antes e eu só estava escondendo a dor de mim mesmo.
Eu continuo chorando sem parar, mas eu deixo tudo sair, uma hora tem que ter um fim.
Depois de muito tempo alguém bate na janela, eu olho e o Ohm está do lado de fora batendo sem parar, eu destravo o carro, ele abre a porta e se ajoelha, ele toca no meu rosto, a sua mão está tremendo, eu toco no seu rosto também, limpo as lágrimas, primeiro de um lado, depois do outro e beijo a testa dele.
- Porque você está chorando?
Ele deita no meu colo e eu passo a mão na sua cabeça.
- Você não me ouvia, eu estava quase quebrando a janela! Você estava aqui, mas não me ouvia...
- Eu estou bem, se acalma.
Ele levanta a cabeça e olha para mim, passa mão no meu rosto mais uma vez e continua tremendo.
- Me conta porque você está assim, você disse que não era nada quando chorou no palco.
- E não era...
Eu suspiro e penso em como explicar pra ele.
- É tudo e nada ao mesmo tempo. Nós fomos reduzidos a nada e ainda nos obrigam a fazer isso, eu tenho que olhar para você, me declarar pra você através de uma música, mas tenho que fingir que você não está ao meu lado. Tudo isso está me sufocando.
Ele levanta, me puxa para fora do carro e me abraça, ficamos assim por alguns minutos, até que eu percebo que não estamos sozinhos, todos estão aqui olhando preocupados. Eu limpo o meu rosto e me afasto do Ohm, mas seguro a sua mão, preciso pelo menos desse contato, eu olho para o Ohm e ele explica.
- Quando eu não te vi no palco eu comecei a te procurar, fui nos camarins e banheiros, voltei para o palco e depois desci pra ver se você não estava nas cadeiras. Eu comecei a ficar...
- Desesperado!
Nós olhamos para o Phuwin que falou isso e o Ohm continua.
- Eu comecei a ficar nervoso... eles vieram e eu perguntei por você, mas ninguém tinha te visto, começamos a te procurar e eu vim ver se o seu carro ainda estava aqui. Onde está o seu celular?
Eu tiro ele do bolso e está sem bateria, eu levanto e mostro pra ele.
- O outro ficou na minha bolsa.
Olho para os outros e tento sorrir.
- Me desculpem por isso.
Eu vou até eles que me abraçam mais uma vez, sinto a mão do Ohm na minha cintura, sei que é ele assim como sabia que era ele no palco, foi isso que me acalmou lá.
Eu me afasto e vejo que todos ainda estão com as roupas das fotos com os fãs, eu devo ter atrasado todos eles.
- Me desculpem mesmo, vamos nos trocar?
Eles continuam olhando preocupados, mas começam a sair aos poucos, o Ohm fecha a porta do carro e segura a minha cintura e começa a andar.
- Ohm, nós não podemos...
- Foda-se!
Eu suspiro e não digo mais nada, eu sei que ele está no limite com essa história também.
Eu vou para o camarim que estou dividindo com o Jimmy, Earth, Phuwin e Dunk, me troco e sento em uma cadeira para colocar o meu tênis, o Phuwin se abaixa e amarra ele.
- Você está bem?
Ele olha pra mim e eu aceno.
- É só estresse demais.
- Cara, eu sei que vocês estão passando por uma barra, mas o Ohm estava desesperado mesmo, deu medo da reação dele.
- Ele é assim mesmo, não se preocupe.
- Nanon, não é normal.
- É como nós somos.
Eu dou de ombros e ele fica me olhando por um tempo, quando os outros entram, ele amarra o outro tênis e levanta.
Eu me despeço e peço desculpas a todos mais uma vez, quando vamos para o estacionamento o Ohm vai direto para o meu carro.
- Ohm, o seu carro...
- Eu pego ele amanhã, você não está bem, não vai dirigir assim.
Eu aceno e vou para o banco do passageiro, ele entra e se aproxima, me beija e prende o meu cinto. Vamos para a casa, ele abre a porta do carro, segura a minha mão e subimos, ele me leva para o banheiro e liga a banheira, tira a minha roupa e faz eu entrar, eu espero ele tirar a sua roupa também, mas ele senta no chão, pega esponja e o sabonete, segura a minha mão e beija e começa a me lavar, primeiro os braços, depois as pernas, o peito e as costas, por fim lava o meu cabelo, sempre em Silêncio.
Quando termina ele fica passando a mão pelos meus cabelos e olha nos meus olhos.
- Lembra que um dia você disse que se for demais pra mim ou pra você nós paramos com tudo e  mantemos entre nós?
Eu aceno e ele sorri, mas é um sorriso triste.
- Vamos parar!


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Notas: O Nanon chorando do nada foi de partir o coração.

Silêncio Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora