“Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são.”
William ShakespeareFico assistindo os ensaios sentado em um canto, sinto uma pontada na minha têmpora e fecho os olhos, sinto ele tocando o meu rosto, abro os olhos e sorrio.
- Você esta muito cansado.
Eu suspiro, ele senta ao meu lado e me puxa para deitar no seu colo.
- Eu estou bem, só um pouco de dor de cabeça.
Ele passa a mão pelo meu rosto começando da testa, até chegar no queixo, depois do nariz contornando as bochechas.
- Sorri pra mim?
Ainda de olhos fechados eu sorrio, sinto ele beijando primeiro a covinha da esquerda, vira o meu rosto e beija a direita, vira mais uma vez e beija a do queixo. Pressiona as minhas têmporas com dois dedos de cada lado e começa a massagear.
Quando chamam todos para o ensaio geral ele me beija mais uma vez e levantamos.
- É o último dia.
Eu sorrio e aceno concordando, isso não ajuda muito, mas eu sei que ele só quer me animar.Olho para o horário e já são duas da manhã, eu me encosto e tento dormir um pouco, mas as músicas, brincadeiras e conversas estão me matando.
Eu me levanto e desço até uma sala de descanso, deito no sofá, cubro o meu rosto com o boné e finalmente consigo dormir.
Acordo com algumas risadas, tento bloquear e para voltar a dormir, mas escuto a risada do Ohm, tiro o boné do rosto e vejo ele, o Pond e o Gemini embolados no outro sofá no que parece uma tentativa de luta, ele tenta se esquivar e deita no sofá e o Pond começa a fazer cócegas nele. Quando já vi demais, me levanto e vou para a porta, ele me vê e levanta assustado.
- Non...
Eu saio batendo a porta com força.
- NON!
Eu sei que logo ele vem atrás de mim, então ao invés de continuar andando eu entro em outra sala, ela está com as luzes apagadas, então eu tento me guiar no escuro, encontro uma poltrona, sento e fecho os olhos, a minha cabeça já estava me matando antes, agora está muito pior.
O meu celular toca e eu desligo, o outro toca e eu desligo também, tento limpar a minha mente, agora é o pior momento para uma briga de casal, é a última coisa que eu preciso tendo que ficar com ele por horas na frente de várias câmeras dois dias seguidos. Eu inspiro e expiro várias vezes, pego uma moeda no bolso e vou rolando ela entre os dedos, isso é bom, no escuro exige concentração, então vou rolando ela e contando.
- 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, 4181, 6765, 10946, 17711, 28657, 46368, 75025, 121393, 196418, 317811, 514229, 832040, 1346269, 2178309, 3524578, 5702887, 9227465, 14930352, 24157817, 39088169, 63245986, 102334155, 165580141, 267914296, 433494437, 701408733, 1134903170, 1836311903, 2971215073, 4807526976, 7778742049, 12586269025, …Acordo com uma dor terrível na coluna, demoro um pouco para lembrar onde estou, pego o celular e ligo, são cinco da manhã.
- Merda!
Procuro o meu celular e levanto, a moeda cai no chão, eu ligo a lanterna do celular, pego ela e saio. O celular começa a apitar sem parar, mas eu não olho para ele, vou direto para o estúdio.
Eu abro a porta e primeiro olho para o Ohm e depois para o coreógrafo.
- Me desculpe, acabei dormindo demais.
Ele acena pra mim, eu entro e fecho a porta, o Ohm vem rápido na minha direção e segura a minha mão.
- Non...
- Aqui não.
Eu solto a sua mão, pego uma garrafa de água e vou para o meio da sala com os outros.
O ensaio acaba as seis da manhã, eles nos liberam para ir para casa e lembram que temos que ir mais tarde fazer o teste de som. Eu pego a minha bolsa e caminho em direção a porta, o Pond entra na minha frente e não fala nada, eu fico encarando ele e espero.
- Nanon... Nós... não é...
Ele coça a cabeça e olha nervoso para alguém atrás de mim, eu desvio dele, abro a porta e vou embora.
Chego em casa, guardo o carro e entro, vou para o banheiro, tiro a roupa, ligo o chuveiro, fecho os olhos, encosto a testa na parede e sinto a água deslizando pelo meu corpo. Alguns minutos depois sinto ele deslizando as mãos pela minha cintura e me abraçando.
- Me desculpe!
Eu não falo nada, apenas encosto o meu corpo no dele e inclino a cabeça para trás deitando no seu ombro. Ele segura o meu queixo e vira o meu rosto na sua direção e me beija, finalmente aquela dor de cabeça que estava me matando começa a diminuir e começo a relaxar.
Ele vira o meu rosto e começa a beijar o meu pescoço, vai até o meu ombro e morde, beija o meu pescoço novamente até chegar no meu ouvido.
- Me desculpe!
Ele desliza as mãos pela minha barriga, peito, pescoço, braços, volta para a cintura, desce pelas laterais das coxas até onde alcança, então vai com as duas mãos para a parte interna das minhas coxas, desliza para cima, segura os meus testículos com uma mão e o meu pênis com a outra e começa a me masturbar.
- E se você me castigar, Nanon?
Eu dou risada, viro a cabeça e beijo o seu pescoço, nós já passamos dessa fase de usar sexo para descontar a frustração, nunca deu certo e saímos sempre mais machucados do que quando começamos.
- Não vamos fazer isso.
- Então...
- Vamos terminar o banho.
Ele para de me masturbar e eu viro para ele.
- Eu não gostei do que aconteceu, mas me afastei para não brigar, não quero e nem vou brigar com você, mas ajudaria se você evitasse esse tipo de situação.
Ele suspira e concorda, eu seguro a sua cintura e o beijo.
- Agora vamos terminar esse banho, eu quero fazer amor com você na nossa cama e dormir agarrado sentindo o seu cheiro maravilhoso.
- Isso parece perfeito.
- É perfeito, meu amor!
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