" O pior é que os atores precisam sorrir o tempo todo, mesmo que estejamos quebrados por dentro, acho que este é o ponto que parte muito meu coração"
Ohm Pawat - Feed for Future
Tento focar nas gravações, mas estou distraído demais hoje e inevitavelmente mais irritado, ainda não entendo porque continuam arrumando cenas para eu gravar, já conclui o arco dos dois personagens, mas sempre tem mais uma coisa.
Passo a tarde inteira e o começo da noite gravando, enquanto tento acompanhar todas as lives de divulgação de double savage. No começo da noite o Ohm me mandou uma mensagem avisando que ele e o Perth vão participar de uma entrevista também, então vai chegar em casa só mais tarde. Eu aviso que eu também estou gravando e não sei que horas vai acabar.
Gravamos a cena de uma briga e eles param para arrumar os nossos cabelos para a sequência, eu estou sentado enquanto me arrumam quando o meu celular toca, olho para o identificador e estranho o Ohm estar ligando, ele sempre manda mensagens.
- Oi.
- Oi, vai demorar muito aí?
- Provavelmente.
Ele fica em silêncio e isso me deixa preocupado.
- Ohm?
As pessoas que estão por perto me olham, mas eu ignoro.
- Será que eu posso passar por aí?
Alguma coisa aconteceu com certeza.
- Eu vou ficar te esperando.
Ele fica em silêncio mais uma vez, o diretor faz um sinal para eu ir, mas eu não me mexo.
- Eu te amo, Non!
- Eu também te amo!
Ele fica em silêncio de novo.
- Estou te esperando.
- Tudo bem.
Eu desligo e vou para o set, uns 15 min depois eu vejo ele se aproximando, eu sorrio para ele e vejo o seu rosto se iluminar, todos olham na sua direção e ele cumprimenta discretamente. Eu peço para fazer uma pausa, o diretor concorda, eu pego a mão do Ohm e o levo para o banheiro, entramos e eu tranco a porta, quando me viro ele me abraça e começa a chorar, eu o abraço, me encaixo entre o seu pescoço e ombro e fico sentindo o seu cheiro para me manter calmo, eu tenho que ser forte for ele.
- Foi horrível, Non, aquela entrevista, ter que falar sobre tudo, sobre o trabalho, as dificuldades, os problemas emocionais...
- Eu sinto muito!
Ele continua chorando e batem na porta, eu não me mexo, mas ele de afasta.
- Vamos lá, não quero que você tenha problemas.
Ele vai até a pia e lava o rosto, não posso deixar de me sentir culpado por isso, fui eu que pedi uma entrevista.
Nós saímos e eu olho para ele.
- Quando que a entrevista vai sair?
- No mês que vem. Acho que eu já estava cansado demais por termos filmado o dia todo, então a entrevista acabou sendo demais pra mim.
- Eu realmente sinto muito.
Ele me olha e sorri.
- Vai lá, eu vou te esperar para irmos embora juntos.
Eu concordo e beijo ele e vou até o diretor.
Ficamos mais uma hora gravando até eles nos liberarem, eu troco de roupa e não aceito tirar a maquiagem, me despeço e vamos embora cada um no seu carro.
Quando chegamos o Ohm entra antes e espera para abrir a porta do carro pra mim, quando eu saio ele me abraça de novo.
- Vamos tomar um banho?
- Não, eu vou fazer o jantar primeiro.
Eu vou para a cozinha e ele fica sentado me olhando.
- Non, você será que eu posso ler o livro hoje?
- Onde você parou?
Ele fica pensando.
- Na coletiva de imprensa, aquela sobre a briga.
Eu tento organizar a história na minha cabeça.
- Acho que dá sim.
Ele sorri e sai correndo.
- Não corre, Ohm!
Ele volta correndo, senta e fica lendo em silêncio, eu preparo a carne e ele começa a rir.
- Meu Deus, na minha cabeça isso não parecia tão ruim assim.
- O que?
- Eu dizendo que nos fazemos muito sexo quando estou bem.
- Você quase me matou de vergonha. Coitado do Chimon
Ele volta a rir e ler. Eu vejo ele se levantando e faço um sinal para ele sentar.
- Nós não vamos transar.
Ele suspira, senta e volta a ler. Se transamos cada vez que ele lê sobre isso vamos transar a cada dois capítulos.
- Nossa, já falei que ainda não superei ver você vestido de Nutty?
Eu sorrio e sento na frente dele enquanto espero o jantar ficar pronto.
- Você ficou bem nervoso mesmo quando descobriu que eu peguei COVID.
- Hoje em dia não parece nada demais, mas eu lembro de quando fiquei doente, foi bem no meio da pandemia, então a visão que eu tenho da doença é a daquela época, as pessoas ainda estão morrendo por isso, são poucas e quase não falam sobre isso, mas está acontecendo.
Ele sorri e acena e volta a ler, depois de uns vinte minutos se levanta e vem até mim.
- Ohm, nós não vamos transar.
Ele pega uma camisinha e abre a calça, deixa ela cair e chuta ela, faz a mesma coisa com cueca, tira a camisa, para na minha frente e coloca a camisinha, segura a minha mão e faz eu levantar, tira a minha calça e faz eu sentar na mesa, me puxa um pouco para fora e começa a me penetrar, ele aceler e quando tenta desacelerar e aperto o braço dele.
- Tem que ser rápido, a comida.
Ele levanta as minas pernas mais ainda e vai metendo com força até eu gozar.
Eu me levanto e lavo as mãos e vou ver as panelas. Volto e pego a minha calça no chão.
- Não coloca.
Eu olho para ele.
- Fica assim.
Eu reviro os olhos e jogo a calça para ele, faço os nossos pratos, enquanto ele limpa a mesa.
Depois que jantamos eu começo a ir na direção do quarto, mas ele me puxa para a piscina.
- Está muito calor hoje.
Eu dou risada, não sei quem ele acha que está enganando com essa conversa. Entramos na piscina e ele me abraça de novo.
- Eles querem que eu fale antes da coletiva da pré estreia do filme.
Eu olho para ele e fecho os olhos
- Eu sinto muito, isso tudo é culpa minha, fui eu que pedi para fazerem, devia ter conversado com você antes.
Ele me abraça e beija o meu pescoço.
- Está tudo bem, vai ser difícil, mas talvez ajude.
- Eu espero que sim.