1. Inacreditável

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- Como isso é possível?- perguntei olhando para suas... Asas.

Ela rolou os olhos, tocando seus pés no chão.

- É uma pergunta retórica?- perguntou cruzando os braços.- Você não é um humano descrente, Robert, tenho certeza disso.

- O que? – minha cabeça girava.

- Está na bíblia.- disse erguendo as sobrancelhas.- Sabe aquele livro que você tem ali em cima da sua estante do escritório cheio de pó?

Ela apontou para a pequena porta a minha direita,ao lado da porta que levava a cozinha.

- Como você sabe disso? Você tem me vigiado?

Ela rolou os olhos dourados.

- Dãããã... Qual a parte de “ eu sou seu cupido” você não entendeu?- perguntou debochada.

Passei a mão no meu cabelo, era uma mania chata que eu não conseguia desapegar, e enchi minhas bochechas de ar.

- Isso... Será que você pode guardar...- apontei para as asas- isso?

- Não. Quanto mais rápido você entender que eu sou real mais rápido vamos resolver o seu problema.

- Que problema, criatura?- eu estava começando a ficar irritado. Eu não tinha problema nenhum e todo aquele vento passando pela minha sala, toda aquela luz exalando do seu corpo e sua quase nudez estava me atordoando.- Guarda isso que estou ficando tonto!

Ela estreitou os olhos.

- Qual a palavrinha mágica?

É sério?

- “Por favor”?

Ela não sorriu ao flutuar novamente e erguer o rosto para o teto, então uma nova lufada de ar passou por mim e nos segundo seguinte suas asas já não estavam mais ali, assim como seus olhos dourados e a auréola dourada sobre seu imenso cabelo. Este também tinha reduzido drasticamente de tamanho e agora ela usava um vestido branco e longo.

- Urghhh, tenho que aprender a canalizar isso.- disse olhando para si mesma, lhe lancei um olhar questionador – Minhas roupas, sempre que eu volto a minha forma humana elas ficam bagunçadas. A propósito, meu nome é Ana.

- Robert.- falei automático.

Ela rolou os olhos de novo.

- Eu sei quem você é.- disse começando a andar pela sala, ao meu redor.- Agora me diz por que você terminou com a Suki?- fiquei mudo,ainda desconfiado. Ana soltou um longo suspiro.- Olha so, eu não sou uma repórter, Ok? Eu sou a responsável em te arrumar alguém e todas que eu coloquei em seu caminho você dispensou!

Agora eu estava ultrajado.

- Quer dizer que todas elas são culpa sua?- cruzei meus braços. Talvez então o problema não fosse eu.

- Culpa não. Os humanos são muito incoerentes.- Ana parou bem na minha frente. Eu ainda era maior do que ela,seu perfume de frésia balançou em meu rosto como uma leve brisa. Ela era linda.- Senta aí,nós precisamos resolver isso.

- Não tem nada pra resolver, eu apenas...

- Senta aí!- Ana me empurrou pelo ombro, me fazendo sentar.

- Mas você é grossa hein?-reclamei.

- E o mérito é todo seu, meu bem.- Ana voltou a sentar na poltrona a minha frente.

- Como assim?

- Eu sou o seu reflexo invertido.- minha cara de confusão fez ela rolar os olhos.- Eu sou a sua versão feminina, fui feita de um fragmento da sua alma. Quando você nasceu, eu também nasci. Entendeu?

- Então você é minha alma... Gêmea?- não podia ficar mais bizarro....

- Não do jeito que você está pensando.- Ana me cortou.- E eu não sou grossa, estou apenas irritada com tudo isso.

- Mas o que isso interfere na sua vida?

- Em tudo. Sabe que ser cupido de um famoso não é algo fácil.- ela começou a balançar os pés irritada.- Famosos trocam de parceiros como se troca de roupa, mas você não. Você é calmo,romântico, se apega...- Ana se sacudiu- Chega a me dar arrepios, mas fazer o que? Parece o cara perfeito para algumas mulheres... E isso,esse seu jeito de ser me deu um privilégio imenso lá no céu...

- Céu?

- É, o céu,essa coisa azul imensa sobre a sua cabeça quando você sai na rua.

- Eu sei o que é o céu.

- Então me interrompa.- ela quase grunhiu para mim.- Então, onde eu estava? Ah,meus privilégios. Seu relacionamento duradouro me deu uma nuvem imensa para morar, viagens para outros lugares , jantares com outros cupidos da elite. Até hoje quando você resolveu acabar com tudo.

Foi minha vez de suspirar.

- Olha... Eu não estava feliz...

- Eu sei. Eu percebi quando você acordou hoje. – Ana ficou novamente de pé, andando alarmada.- Sua áurea estava cinza, ao invés de brilhante; seu coração estava pesado,seus pensamentos longe e eu fui punida por isso.

- Punida de que forma?

Ana arregalou os olhos, uma sombra passou por eles... Não tive um pressentimento bom.

- Não importa como. Acontece que eu devia ter percebido sua infelicidade. Agora preciso concertar isso ou então...

- O que?

- Serei banida.




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ROBERT PATTINSON | Apaixonado por um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora