POV Ana Carla
Meu corpo doía.
Foi minha primeira constatação ao abrir os olhos e encarar o teto revestido de gesso. Eu tinha plena consciência de onde estava, por isso me sentei abruptamente, causando mais dor em meus músculos.
Mas eu me enganei. Eu não estava no quarto na casa dele, eu estava em um hospital.
- Aí...- gemi ao erguer meu braço e sentir uma dor aguda. Ao olhar vi um acesso bem ali,no meu braço esquerdo.
- Cuidado.
A voz grossa e aveludada ao meu lado fez com que todos os pelos do meu corpo se eriçassem.
Robert estava ali.
Sentado numa poltrona que eu não tinha visto. Ele tinha expressão preocupada e cansada, a janela atrás dele mostrava uma claridade exagerada.
- O que aconteceu?- perguntei confusa.
- Você apagou.- ele disse me olhando. Tudo em sua postura dizia que ele estava... sofrendo.
- Sim... eu me lembro disso. Mas por que estou em um hospital?
- Quando foi a última vez que se alimentou, Ana?-Sua pergunta me fez pensar. Eu não tinha resposta. Robert passou a mão no rosto, suspirando pesado e se levantou,sentando de frente para mim ao meu lado. Dor, lamento, fraqueza. Seus olhos eram um misto disso tudo.- Você não vai mais embora, vai morar comigo, se não quiser ter nada comigo isso é escolha sua, mas eu não vou mais pagar para ter você e você não vai mais se vender a ninguém. Eu vou cuidar de você.
Meu coração deu um solavanco tão forte que o monitor ligado em mim apitou freneticamente.
- Por que?- foi a única coisa que saiu dos meus lábios perante ao turbilhão de sensações e dúvidas dentro de mim.
Ele me olhou e por um instante pensei que não fosse me responder. Mas então,seus olhos transbordaram, seu rosto se contorceu numa expressão que eu nunca tinha visto e Robert se debruçou sobre minha barriga, chorando descontrolado.
- Por que eu preciso de você.- ele disse de uma vez junto a uma lufada de ar. Minha garganta fechou e não demorei a chorar junto.- Eu preciso de você... não posso mais lutar contra isso que eu sinto... mesmo que você não me queira,mas fica perto de mim... não vai embora... me deixa dar a você a vida que merece... eu... eu...
A porta do quarto foi aberta e um homem louro e alto passou por ela, parando de chofre quando nos viu naquele estado. Seus olhos verdes passaram por mim pouco interessados parando em Robert que limpava o rosto com as costas da mão esquerda.
- Ana...- ele fungou levantando.- Esse é Michael, meu assessor.
- Oi.- saudei, a voz grossa pelo choro.
O homem resmungou um “oi” sem ânimo e se dirigiu ao inglês ao meu lado.
- Está tudo pronto.
- Tá bom, obrigada.- Robert sustentou o olhar do amigo por mais cinco segundos e depois se virou para mim.- Vamos para casa.
Achei melhor não discutir, mas ele precisava saber que não seria tão fácil assim.
Um médico ainda veio falar comigo, dar recomendações para “casa”.Robert parado do meu lado estava e parado do meu lado ficou, assentindo para tudo o que o médico dizia como se estivesse tomando nota.
Algumas pessoas nos olhavam saindo do hospital e franziram o cenho.Robert estava de boné e óculos escuro, e andava com a cabeça meio baixa, quando vi uma câmera apontada para nós no outro lado da rua foi que entendi que ele estava tentando se esconder.
Como sua equipe ia explicar isso para a mídia sensacionalista?
Um SUV preto estava a nossa espera e me permiti aconchegar nos braços dele enquanto o motorista dirigia para a casa dele.
Robert me apertava contra si,sempre passando a mão pelos meus ombros e me olhando como se precisasse verificar que eu estava meio ali.
Quase meia hora depois estávamos entrando pelo portão da mansão.
- Ana essa é Rosana.- Robert me apresentou para uma senhora que me olhava com um sorriso simpático.- Ela cuida de tudo por aqui.
- Oi.- saudei sem graça.
- Rosa a partir de hoje pergunte sobre as demandas da casa para Ana.
Engasguei.
- O que?- perguntei olhando para ele com o cenho franzido.- Não!
Robert me ignorou.
- Esses são Cézar, Caio, Júlio e Enzo.- Robert me ignorou.- São nossos motoristas e seguranças. Agora, Rosa, você pode levar algo leve para Ana no quarto de visitas 1?
- Claro menino. Prazer lhe conhecer, Ana.- a senhora saiu para a porta da frente a sala onde devia ser a cozinha enquanto eu era arrastada por Robert para o andar de cima e era colocada sentada na cama.
Só então percebi que Michael nós seguia como uma sombra.
- Consegui o dia de folga para você.- ele olhou diretamente para Robert e sua expressão não era muito boa.- Mas amanhã preciso de você cedo na Warner, seu ensaio com a Zoe será pela manhã.
Pela primeira vez, desde que o conheci e admiti estar apaixonada por ele, me dei conta que ele era um ator muito famoso que beijava todo mundo.
Não que eu não soubesse disso,óbvio que eu sabia. Mas pela primeira vez aquilo me incomodou.
Como se ele fosse meu...
Robert passou a mão no rosto e concordou com um resmungo. Ele parecia cansado.
- Você devia descansar.- falei depois que Michael saiu.
Robert me olhou com o semblante torturado.
- É... eu posso...- ele não terminou de falar, Rosana entrou no quarto carregando uma bandeja que alimentaria meio bairro.
- Aqui esta, menina.- ela colocou a bandeja ao meu lado na cama. – Coma tudo, você está muito abatida, parece até que não come a dias.
Sorri amarelo para o seu quase acerto. Fazia dias que eu não comia bem...
- Pode comer.- Robert resmungou quando Rosana saiu.
- Não estou com muita fome.- resmunguei de volta, notando que estava com meu vestido mas não lembrava de ter colocado ele.
Cruzei meus braços, me encolhendo. Por isso Michael me olhava estranho.Eu estava mesmo parecendo uma puta daquele jeito.
Meu ato fez Robert se aproximar.
- Ana...
-O que?- o interrompi nervosa.
- Eu vou providenciar roupas novas para você amanhã...
- Eu não posso ficar aqui.- o cortei. Robert arregalou os olhos mas não deixei que ele falasse.- Você não vai me tratar como seu brinquedo.
- Você não me ouviu?- perguntou vindo apressado até mim.- Não existe a menor possibilidade de eu deixar você sair daqui.
- Por que?
- Porque eu te amo.- suas mãos voaram para o meu rosto, assim como seus lábios para os meus.
Não foi um beijo delicado.
Robert me beijou de forma urgente, forçando sua língua em minha boca, exigindo que eu retribuisse.
E como eu poderia negar tal ato se eu mesma ansiava por aquilo?
Deixei que me beijasse e deixei que me abraçasse enquanto as três palavras que saíram de seus lábios me faziam ferver por dentro.
“Eu te amo”
Foi isso que ele disse, não foi? Eu não tinha ouvido errado, tinha?
O ar nos faltou e Robert encostou sua testa na minha.
- Desculpa.- murmurou,seu hálito de menta deslizando pelo meu rosto.- Você não vai embora.
- Tá bom.- murmurei de volta, meio tonta.
- Estou falando serio, Ana.
- Tá bom.- repeti.
Uma batida na porta fez com que nos afastássemos.
Olhei encabulada para a senhora que entrava porta a dentro com um telefone em mãos.
- Sua mãe no telefone, Rob.- ela disse sorrindo.
- Coma.- Robert ordenou levantando.- Eu vou resolver algumas coisas e já volto.
Suspirei enquanto mordia um sanduíche.
Eu te amo.
A frase piscava em minha mente.Volteiiii com capítulo novinhoooo
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ROBERT PATTINSON | Apaixonado por um Anjo
FanfictionEntrei em casa, jogando meus pertences no aparador ao lado da porta, batendo a mesma em seguida. Tirei meu tênis e fui direto me jogar no sofá, foi aí que eu quase infartei. - Ahhhhhhhhhhhhhh!- gritei olhando a mulher sentada na poltrona do outro la...