POV Ana Carla
Eu estava confusa.
Não sabia onde estava mas pelo menos conseguia ver Robert a minha frente, caminhando despreocupado. Tinha muitas pessoas ao nosso redor,a maioria homens e o dia estava nublado.
Acelerei o passo e entrelacei minha mão na dele, mas então algo muito estranho aconteceu.
Ele puxou minha mão e olhou assustado para os lados. Franzi o cenho.
- Aqui não...- resmungou baixo para mim e continuou andando sei lá para onde.
Foi então que eu entendi. Ele estava com vergonha de mim.
Abri os olhos encarando o teto do quarto, não era o meu quarto. Era o quarto de Robert, duas vezes maior que o meu,com closet , banheiro com hidromassagem e uma cama imensa.
Ainda era noite e tive que fazer um esforço para sair dos seus braços.
Suspirei enquanto pegava sua camisa no chão e vestia.
Ótimo, era só o que me faltava começar a ter pesadelos.
Sai devagar para o corredor,descendo pela escada até a cozinha.
Precisava me acalmar de algum jeito.Pela manhã nos embarcaríamos para passar o feriado em Londres e eu ia conhecer toda família de Robert. E talvez isso estivesse me assustando.
Ok, isso estava me assustando muito.
Em poucas horas eu estaria conhecendo a irmãs,cunhados, sobrinhos , pai e mãe dele.
Um medo,fruto da vida que tive, me deixava ansiosa demais.
E se eles não gostassem de mim, se descobrissem a verdade?
Sentei no sofá na sala. Era o meu terceiro dia na casa dele. Parecia quase impossível o pouco tempo já que muita coisa tinha acontecido.
Inquieta,com a mente vagando entre a realidade e um pesadelo onde um dos cunhados de Robert já tinha sido meu cliente, entrei na primeira porta de baixo da escada.
Para minha surpresa dei de cara com um imenso piano de cauda preto ao ligar a luz.Que lugar lindo!
As paredes cobertas de livros e o piano ficava bem no centro da sala.
Ver o instrumento me fez lembrar das minhas amigas que tinham ficado na boate.Sorri ao lembrar das tardes ensaiando para tocarem na noite,sonhando que a sua realidade fosse aquela: meninas de uma banda em ascensão.
- Você toca?
-AI MEU DEUS!
-Desculpa.
Robert estava na porta, com toda sua glória enfiada numa cueca branca.
- Não está com frio?-perguntei vermelha por ter sido pega bisbilhotando.
- O aquecedor está no ponto.- comentou caminhando até mim.- Então, você toca?
Meneei minha cabeça.
- Faz muito tempo que eu não prático.- falei abraçando meu corpo com meus braços.
- Não tocava na banda com as meninas?
Ver ele falando do meu passado com tanta tranquilidade me acalmou um pouco.
- Não, Camile não cantava então eu assumi o vocal.- expliquei.
Ele me encarou.
- Por que saiu da cama?
A pergunta que eu não queria ouvir.
Suspirei.
- Perdi o sono.- menti desviando o olhar.- E você?
Robert passou a mão no rosto e no cabelo.
- Você não estava do meu lado e ficou frio.- reclamou fazendo aquele bico gostoso.
- Desculpa.
- Você está nervosa ne?
Suspirei de novo.
- Um pouco.- admiti me escondendo em seu peito.
Robert soltou uma risadinha e .e abraçou.
- Vai ficar tudo bem,anjo. Eu não vou te deixar nenhum segundo sozinha se você quiser.
- Promete?
- Prometo.
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Estava nevando quando o jatinho de Robert pousou em Londres. E estava frio, muito frio.
Abracei meu casaco comprido e grosso e segui ele até a área de desembarque. Foi ali,saindo do aeroporto que eu vi, pela primeira vez, uma câmera apontada para ele.
De repente meu sonho daquela madrugada relampeou em minha mente e instintivamente me afastei dele.
Robert franziu o cenho para mim.Mas preferi ficar em silêncio enquanto embarcava em mais um SUV preto no estacionamento.
- Oi, Estevão.- ele saudou o motorista.- Para a casa dos meus pais, por favor.
- Sim, senhor.
- Por que soltou minha mão?
Suspirei, eu sabia que ele não ia deixar pra lá.
- Tinha um fotógrafo no saguão.- eu não sabia como isso funcionava mas Nicole tinha me dito, no pouco tempo que conversamos no dia anterior, que ele era muito discreto e que não gostava da invasão de privacidade.
- E o que tem isso?- Robert estava bravo.
Encolhi meus ombros.
- Não sei... achei que você não gostaria de ser fotografado de mãos dadas comigo.- balbuciei me sentindo uma idiota.
- E por que você achou isso?
- Nicole me disse...
- Vamos combinar uma coisa?- ele me interrompeu e estava mesmo irritado. Assenti.- Sempre que você tiver dúvida sobre algo relacionado a mim pergunte para mim, ok?- assenti de novo e ele suspirou.- Ana, o que está acontecendo? Você não é assim submissa, parece que tem uma barreira invisível entre a gente.
Apertei meus dedos e mordi minha bochecha.
- Eu estou com medo de ser eu mesma e você não gostar.- falei baixo olhando para minhas mãos.
- Como...
- Ora, Robert,você é famoso!- exclamei como se explicasse tudo.- Eu não sei como agir,entende?
Ele permaneceu alguns instantes em silêncio até que voltou a falar.
- Ana... olhe para mim... por favor... – fiz o que ele pediu, Robert tinha um sorriso doce nos lábios e o olhar cúmplice.- Eu me apaixonei por você e não quero que você mude em nada do que você é. Vamos acabar com isso, eu quero você de verdade para mim e quero que me aceite como eu sou.
- Mas eu aceito você como é!
- E eu te aceito como você é. Isso basta. Eu não vou deixar de segurar sua mão porque um fotógrafo idiota está nos seguindo. Eles ganham a vida com isso e se a gente for dar importância nunca teremos paz.
Deixei meus ombros caírem. Como pude ser tão idiota?
- Desculpa.
Robert deslizou pelo banco, passando o braço pelos meus ombros e cheirou meu cabelo.
- Não se desculpe. Eu te amo... olha, estamos chegando.
Meu estômago despencou.
E se não gostassem de mim? E se desconfiassem de alguma coisa? E se ...
- Hey...- Robert ergueu meu rosto pelo queixo, roçando seu nariz no meu.- Vai ficar tudo bem.
Me inclinei para ele, beijando seus lábios com força. Deixando que ele fizesse meu nervosismo evaporar.
Eu esperava um castelo de pedra mas acabei encontrando uma casa de arquitetura moderna de dois andares dentro de terreno enorme, atrás de um grande espaço que deveria ser um jardim mas estava coberto de neve, tinha um chafariz também.
O carro parou na porta de entrada e encolhidos do frio Robert e eu fomos para a soleira da porta enquanto Estevão ia para algum lugar na parte detrás da casa guardar o carro.
Robert tocou a campainha e eu mordi meus lábios quando ouvi uma movimentação no lado de dentro.
- Alguém chegou!- disse uma voz feminina e animada.
Quando a porta abriu surgiu uma mulher baixa, loura e de olhos azuis.
- Filho!- ela logo jogou os braços sobre Robert o apertando. Ele não soltou minha mãos para abraçar a mãe e eu me peguei sorrindo para a cena que via.- Que saudade, meu amor, como você está?
- Oi , mãe, eu estou bem.
Ela se afastou, segurando o rosto dele entre as mãos e eu vi em seu olhar todo superpoder que uma mãe tem.
- Está bem mesmo?- perguntou séria.
- Muito bem.- ele afirmou movendo a cabeça para mim.
Fiquei tensa quando a mulher bateu os olhos em mim. Ela piscou algumas vezes e olhou para o filho de novo antes de abrir um sorriso simpático para mim.
- Mãe, essa é a Ana.
Não existia na face da terra uma mulher que ao conhecer a mãe do seu namorado não tenha ficado nervosa,não é? E eu ,com toda minha bagagem, não seria diferente.
Mas eu sorri e meu sorriso foi retribuído.
- Oi, Ana.- ela me saudou me puxando para um abraço que me pegou de surpresa.- Eu sou a Claire.
- É um prazer conhecer a senhora.- falei educada.
Claire fez uma careta.
- Ah, não. Nada de “senhora”, me chame de Claire.- Eu assenti para ela,ainda sorrindo.- Vamos entrar?
Enquanto descemos o hall de entrada pude perceber que a casa de Robert era uma cópia da casa dos pais.Totalmente a moda inglesa e muito intimista.
- Richard!- Claire chamou me assustando.- Robert chegou!
- Somos os primeiros?- ele perguntou vendo um homem sair da porta de baixo da escada.
- E sim.- disse o homem. Robert era a cópia perfeita dele.- É bom te ver garoto.
- Bom te ver pai.
Eles se cumprimentaram naquele jeito de homens até que os olhos dele bateram em mim.
- Santo Deus!- ele exclamou me fazendo ficar preocupada. Tinha alguma coisa errada?- Quem é esse anjo lindo?
Meu rosto ferveu. Ele estava falando de mim?
- Está é a Ana, pai.- Disse Robert com um sorriso garboso.- Minha namorada. Ana este é Richard, meu pai.
Aí meu coração!
- Ana, você é muito bonita.- disse Richard vindo me dar um beijo no rosto.- E cheirosa.
- É um prazer conhecer vocês, obrigado por me receberem.
Eu não podia estar mais envergonhada.
- Sinta-se em casa, querida.- Claire voltou a abraçar o filho.- Querido, me conte como estão as coisas em Los Angeles? Como está a gravação do seu filme? Ah! Vamos tomar um chá! Venham, venham.
Sentados na sala, cada um sua xícara de chá na mão, Ana observou Robert falar sobre sua vida em Los Angeles, contar como estava animado com o andamento das gravações e também com a abertura de inverno da Dior.
Perto das 20:00 Robert levou Ana para conhecer o quarto onde eles ficariam.
As malas dos dois já estava sobre a enorme cama.
- Quer tomar um banho comigo?- Robert perguntou me olhando de lado.
Eu ri.
- Não, você pode ir na frente.- falei abrindo minha mala.
- Ok, eu tenho algo para você.- disse abrindo sua própria mala.- Um presente.
Um presente? Robert tinha comprado um presente para mim?
Ele estendeu uma sacola da Chanel.
Curiosa, peguei a sacola e abri.
Era um vestido. Um vestido lindo. Ele era em tricot trançado cru, com a gola alta e acompanhava uma meia calça preta forrada de lã.
- Obrigado.- revirei minha mala pegando o seu presente.- Esse é para você.
Robert olhou surpreso.
- Você comprou algo para mim?
Dei de ombros.
- Não é nada comparado a Chanel, mas é de....
Não terminei de falar, antes mesmo de abrir ele avançou sobre mim e me beijou.
Um beijo ardente e cheio de entrelinhas.
- Abre.- pedi me esforçando para me afastar dele.
Robert abriu o maior sorriso ao tirar de dentro do pacote minúsculo um chaveiro com uma foto nossa. Na foto ele estava agarrado em mim pelas costas,cheirando meu pescoço e eu vestia sua camiseta e meias. Tiramos ela no meu segundo dia na sua casa, no espelho da sala com o celular dele, já que o meu celular estava desligado fazia meses e eu não tinha vontade de ligar ele nunca mais. Só clientes tinham meu número.
- Eu amei.- ele disse visivelmente emocionado, me apertando em seus braços.
Antes que eu pudesse repreende-lo pela emoção exagerada uma voz estridente veio do corredor.
- Coloquem as roupas, estou chegando!
Olhei para a porta sendo escancarada por uma mulher tão alta quanto Robert.
- Oi, Lizzie.- disse Robert mexendo o chaveiro.- Ana essa é minha irmã mais velha.
- Oi.- não sei porque eu estava corando.
- Mamãe disse que você estava acompanhado e papai disse que ela era muito bonita para você, tive que vim verificar.- ela sorriu me olhando matreira.- E o papai tem razão, ela é muito bonita para você. Oi,eu sou a Lizzie,a irmã mais gata que ele tem.
- Não seja mentirosa.- reclamou uma outra mulher aparecendo atrás dela.- Eu sou a irmã mais gata dele. Oi,eu sou a Vicky.
Ok. Vicky e Lizzie. Elas eram gêmeas?
- Não. Só somos muito parecidas.
Franzi o cenho. Elas responderam o meu pensamento?
- Eu falei alto?- perguntei para ninguém em específico.
- Sim. – Robert deu uma risada.
- Olha só, acho melhor vocês se arrumarem e virem ajudar na ceia.- Disse Vicky.
- Ela é visita,Victoria.- disse Lizzie.- Não seja mal educada.
- E daí? Ela é da família.
- Nos já vamos.- Robert enxotou as irmãs do quarto e fechou a porta.- Espero que você não se assuste com essas duas loucas.
- Eu não vou.Nota da autora:
Em todas as minhas fics eu sempre foco muito no Robert famoso, deixando o lado família dele em segundo plano. Nessa quero fazer diferente. Teremos, claro,o lado famoso dele que amamos, teremos tbm Ana pisoteando a Suki com classe, mas também teremos esse lado inglês família dele. Acho fofo demais viu
Deixem nos comentários o que estão achando.
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ROBERT PATTINSON | Apaixonado por um Anjo
Fiksi PenggemarEntrei em casa, jogando meus pertences no aparador ao lado da porta, batendo a mesma em seguida. Tirei meu tênis e fui direto me jogar no sofá, foi aí que eu quase infartei. - Ahhhhhhhhhhhhhh!- gritei olhando a mulher sentada na poltrona do outro la...