𝗣𝗘𝗖𝗔𝗗𝗢

036 | Peguei você

Tom Kaulitz

Quando escutei a voz de Kali no telefone, quase não acreditei. Assim que desliguei o telefone saí do quarto e peguei as chaves do carro de Brooky emprestado.

Dirijo rápido até o local que ela havia me falado, saio do carro e a procuro com os olhos até que a vejo em um banco.

── Kali, como você está? ── Pergunto olhando para a garota que estava de cabeça baixo ── Kali....

── Tom. ── Ela me abraça ── Eu senti sua falta. Onde está o Bill?

── Ele voltou para Alemanha. ── Falo mexendo no cabelo da menina. Ela estava com o rosto machucado e as roupas gastas ── Te fizeram alguma coisa?

Fico a olhando esperando a resposta.

── Não. ── Ela diz baixo ── Eles apenas queriam saber de vocês.

── Saber o que? ── Pergunto receioso.

── O que estão planejando. ── Ela diz e levanta do banco ── Vamos embora, Tom.

Não falo mais nada, apenas  entramos no carro e fomos para casa em silêncio. Desde aquele dia Bill, não deu notícias, de como estão as coisas lá na Alemanha. Quero falar para ele as coisas que descobri, mas acredito que ele já deva saber.

── Por que ele foi embora?  ── Ela pergunta antes de entrar em casa.

── Ele discutiu com nosso pai e acabou falando demais. ── Falo simples ── Sabe como ele é.

Passamos pela sala e logo atraímos olhares curiosos de todos que estava lá.

── Sin. ── Meu pai diz parando a garota ── Como está, querida?

Ele nem disfarça que esta dando em cima dela, mesmo comigo por perto.

── Estou bem. ── Diz sorrindo fraco ── Só um pouco cansada.

── Se precisar de algo me diga. ── Ele disse e ela assente passando para o quarto comigo.

Assim que chegamos no corredor vejo Caroline encostada na porta. Quando nos vê ela dá um sorriso falso e se aproxima

── Sin. ── Ela diz com deboche assim que nos vê ── Como foi de lua de mel....

A menina mal termina de falar e eu ascuto o barulho da mão de Kali no rosto dela.

── Eu te avisei para não se aproximar do Bill.

── Sua neguinha favelada... ── Kali dá outro tapa que ferve de raiva ── Faça algo, Tom.

── Não fale comigo. ── Falo puxando Kali para o quarto ── Tem certeza que está bem?

── Tenho. ── Ela diz mexendo em suas roupas ── Vamos embora hoje ou amanhã?

── Amanhã. ── Fico a olhando de longe mexendo nas malas como se nada tivesse acontecido.

Ela estava muito tranquila, não parecia que tinha acabado de volta de um cativeiro. Não quero falar nada, mas quem é sequestrado e volta tranquila preocupada com roupas e arrumando briga.

── Kali, o que aconteceu lá? ── Pergunto e ela volta a encarar com aqueles olhos esverdeados ── O que te falaram?

── Já te disse.  ── Falo ── Queriam saber o que planejam.

── Tem certeza.

── Está desconfiando de mim? ── Ela pergunta colocando a mão sobre o peito ── Eu sei que sou muitas coisas, mas você desconfiar dessa maneira me mágoa.

── Estou perguntando.

── E eu já te respondi, mas se não é suficiente, não posso fazer nada. ── Os olhos dela marejados e eu a abracei ── Não volte a me falar essas coisas, Tom.

── Me desculpa. ── Falo beijando o ombro da morena que me abraçava forte ── Eu não falo mais.

Ela está mentindo.

Agora eu tenho a certeza disso. Só não sei porque, mas sei que ela está me escondendo algo. Talvez tenha feito um acordo com as pessoas que a sequestraram.

── Vou tomar banho.

── Vou te esperar aqui, lobinha. ── Sorrio vendo a garota entrar no banheiro.

Quando ela fecha a porta eu corro até a bolsa dela e começo a procurar qualquer coisa que me ajudasse a descobrir o que ela está escondendo. Pego o telefone e procuro alguns números, até que acho um que me chamou atenção por ser bem familiar. Peguei o meu celular e comparei os dois números, esse era o número do Barbosa.

── Peguei você.

Kali tinha o  número do Barbosa no telefone, agora me resta saber o porquê.
Escuto a porta destrancar e corro para devolver o telefone para a bolsa.

──  Tom. ── Ela fala me entrando no closet e me olhando desconfiada. Disfarço e começo a mexer nas minhas coisas ── Tom Kaulitz.

── Sim? ── A olho de cima a baixo ── O que houve, lobinha?

── O que está fazendo?

── Estou procurando uma camisa, mas acho que Bill levou. ── Falo indo até ela ── Vamos dormir, amanhã temos que ir embora.

── Tom, descobriram algo sobre o traíra .

── Ainda não, mas não vamos falar disso.  ── A puxo para cama ── Descansa, tá bom?

── Uhum. ── Ela Murmura me abraçando ── Eu senti sua falta.

── Também senti a sua.

Eu estava deitado com ela, mas meu coração estava acelerado e minha mente em outro lugar. Se Kali estiver mesmo ajudando o traidor, até onde ela iria com isso? Eu estava dormindo na mesma cama  com alguém que a qualquer momento poderia me matar e isso não me deixava descansar.

── Kali Mulen, Kali Mulen. Quantos segredos ainda esconde. ── Sussuro mexendo no cabelo da garota que dormia no peito.