037 | Adeus, Caribe

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Kali Mulen

A noite eu percebi que Tom se levantou duas vezes, ele estava estranho e afastado de mim. Já sei que ele desconfia de algo e sei o que vou ter que fazer pra calar ele.

── Tom. ──  Levanto da cama o procurando ── Tom.

Pela fecha do banheiro percebo ele sussurrando no telefone. Me aproximei da porta e tentei ao máximo ouvir a conversa.

── Eu sei.  ── Ele sussurra ── Mas não posso me arriscar dormindo ao lado de uma pessoa que pode me matar a qualquer momento.

Matar? Ele realmente acha que eu seria capaz de tanto?

── Prepare as coisas, quando eu chegar na Alemanha iremos da um jeito nela, pelo menos até acharmos o traidor. ── Ele diz e desliga o telefone.

Um jeito nela?

Eu que terei que dar um jeito nele.

── Tom, estou te chamando a tempos. ── Entro no banheiro e ele esconde o telefone ── Por que não respondeu?

Ele me encarava com sua feição preocupada, o maxilar travado e as mãos fechadas. Parecia que seu corpo estava se preparando para um possível ataque.

── Eu vim tomar um banho.  ── Ele fala ── Tudo bem?

── Está me perguntando isso a todo momento. ── Sorrio me aproximando dele que recuava disfarçadamente ── O que foi, Tom?

── Nada  ── Ele diz ── Pode sair ? Vou tomar banho.

── Tom, você está muito estranho.

── Estou cansado apenas.  ── Faço minha melhor cara de vítima e encaro o mesmo ── Ei, não é nada com você, lobinha. ── Ele diz dando um beijo no meu rosto e eu sorrio o abraçando.

── Vamos embora.

── Vamos.  ── Ele diz e eu saio do banheiro deixando ele tomar banho.

Por que foi se meter onde não devia, Tom?

Arrumei todas as coisas na minha mala e a tirei do closet. Procurei o telefone de Tom ou qualquer coisas que tenha feito ele ficar assim, mas na acho nada. Mesmo assim tenho quase certeza que ele mexeu no telefone.

Ele saiu do banheiro e eu estava sentada no chão olhando para o teto. Tom se abaixou ficando na minha frente, e levou uma de suas mãos até minha testa.

── Tá bem? ── Pergunta, ainda com a mão na minha testa. Apenas assenti e ele se sentou ao meu lado ── Sabe Kali, quando a gente se conheceu eu logo soube que nos daríamos bem.

Ele dizia sem me olhar e eu fazia o mesmo.

── Mas agora eu não me identifico com você, sabia? Você é bem mais forte, inteligente e amável que eu. ──  O encarei com o cenho franzido e seu olhar ainda estava longe ── Naquele dia que você defendeu as meninas..... naquele dia eu soube que somos diferentes.

Por que, Tom Kaulitz? Por que você é assim?

── Você defender as meninas de um jeito que eu nunca faria. Mas sabe, logo depois eu pedi pra verem quem comprou as meninas e o tal M.K tinha comprado. Eu tentei achá-las, porque queria te agradar... ── Passei minhas mãos pela minha pele descoberta e o olhei de novo ── Me desculpa.

── Pelo que? ── Falo pela primeira vez depois de tantos minutos.

── Por te arrastar par cá e ter feito você passar por isso tudo. ── Ele leva o polegar até o canto da minha boca, aproxima meu rosto e sela nosso lábios ── Me desculpa, minha lobinha.

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