047 | Um ponto final

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Kali Mulen

── Para aqui. ── Falo, praticamente Bill que parou o carro na porta da casa.

A casa era grande e na frente tinha um jardim enorme com uma fonte. Do jeito que eu pedi.

── Porra, tá melhor que a gente. ── Tom diz, entrando em casa. ── Me diz lobinha, quantos homens roubou pra poder ter essa casa?

── Nenhum.

── Mentirosa. ── Bill diz, dedilhando o corrimão prateado.

Escutamos umas risadas e um barulho de música vindo da sala, ou melhor do escritório onde a minha equipe devia estar trabalhando. Fui devagar até lá e abri a porta de uma vez vendo uma festinha.

── Então eu quase morro e vocês fazem festa?

Rapidamente Dhelia desliga o rádio. Todos me encaram surpresos e tenho certeza que todo esse espanto não e porque eu cheguei e sim por quem chegou comigo.

── Quem... você não tinha matado ele? ── Dhelia se embola com as palavras.

Não respondi. Varri a sala com os olhos em busca da única pessoa que poderia ter tentado me matar e pra minha surpresa essa pessoa não estava aqui.

── Cadê a Layla e o Pietro?

── Devem estar em algum motel. ── Vante da de ombros.

── Não, eles estavam tentando me matar. ── Falo, de uma vez.  ── Não me pergunte como seu disso, Vante. Sabe que eu não erro.

── Patroa, é meio que difícil alguém tentar fazer isso. ── Vante fala.

── Não se faça, quem defende traidor traidor é. ── Falo e Dhelia se levanta indo até Bill que estava parado atrás de mim.

── Porra, você é ainda mais bonito pessoalmente. ── Ela diz,  e Bill coça a nuca me olhando. ── Você também não fica atrás. ── Ela passa a mão sobre as tranças de Tom que desvia dela.

── Dhelia. ── Grito, assustando a mulher. ── Rastreia a piranha da Layla, anda faz alguma coisa.

── Mas como eu vou rastrear....

── Não sei, não me interessa.

── Também não é assim, Kali. ── Vante diz, me olhando.

Minha equipe tinha apenas dez pessoas e dessas dez as únicas que me respondiam eram Vante e Dhelia. Eles também eram os que eu mais considerava.

── Tudo bem, vou pro meu quarto ver se eu mesma dou um jeito nisso.  ── Falo, passando entre os gêmeos.

── Estraga prazeres ela né? ── Escuto Tom dizer e as meninas que riem.

── Tom Kaulitz. ── Grito da escada e Bill que vinha atrás tampou os ouvidos. ── Vem, antes que eu te mate de verdade.

── A Kali não está em um dia muito bom gente. ── Diz ele, saindo do escritório. ── Que foi, lobinha? Vai fazer um tour pela sua casa.

── Tom, Cala a boca. ── Bill range. ── Tudo leva na brincadeira, nunca vi.

── Alguém tem que ser o sociável entre nós.

── Quer ser o sem língua? ── Pergunto e ele levanta as mãos como rendição.

Entramos no meu quarto e eu fui logo pro computador. Coloquei rastreador em todos os meus carros então se Layla usou um deles eu vou encontrá-la fácil. Os meninos estavam deitados na cama me encarando trabalhar e eu já sabia o que queriam. Eles queriam insistir no assunto da gravidez.

── Kali.  ── Tom diz, se jogando do meu lado. ── Se você estivesse grávida iria nos contar?

Bill arqueia as sombrancelhas, esperando a minha resposta.

── Claro, vocês que iam criar. ── Falo, sem tirar os olhos da tela.

── É sério. ── Tom insiste. ── A gente não precisa mais disso.

── Disso o que?

── De máfia e todas essas coisas. Isso só serve pra ter gente querendo nos matar, só pra isso.

Coloquei o computador na cama e encarei ele por algum tempo. Bill subiu e deitou a cabeça no meu ombro. Ele estava calado desde que chegamos, será que esta pensando o mesmo? Dediquei tanto tempo a essa máfia pra agora simplesmente abandonar tudo?

── A gente conversa sobre isso depois. ── Pego o computador e vejo que já tinha aparecido uma localização.
── Eles ainda estão na casa.

── Como?

── Bill, tem alguma coisa lá que de pra saber que incriminar vocês ou que alguém queira pegar? ── Pergunto.

── Não, espera, sim. ── Ele pula da cama ── Tom o escritório ficou trancando.

── Sim, a chave está aqui. ── Ele balança a chave entre os dedos.

── Eles não foram lá tentar me matar, eles foram achar provas contra nós. ── Digo. ── Porra! Que merda.

── Você acha que essa tal Layla está agindo com o Cater? ── Bill pergunta com receio.

── Eu tenho certeza que está.  E quando ela achar a merda das provas vai entregar tudo pra Anelly. Ela só está esperando isso pra me prender.

── Mas que porra. ── Tom diz. ── Bom, eu sei que não irei preso. Estou morto.  Já vocês....

── Vamos, logo. ── Levanto da cama e fico tonta de novo.

── Ei, devagar. ── Bill estende a mão pra mim.

Não acredito que fui tão idiota de não perceber que a Layla estava agindo com Cater. Acho que estou amolecendo demais. Mas isso chega ao fim hoje, hoje eu coloco um ponto final em toda essa história de máfia, de Cater e de traição. Hoje tudo isso acaba, nem que eu tenha que morrer, mas essa história terá um fim.

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Feriado amanhã, graças a Deus. Vão da rolezinho hoje? O meu vai ser a cama, morta.

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