030 | O que é amar?

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Tom Kaulitz

A noite caia e eu já estava me arrumando para a cerimônia que aconteceria aqui mesmo, no jardim. O tabelião vai vir e não terá padre. Mesmo nenhum de nós sendo religioso, não queremos brincar com isso.

Nunca me imaginei subindo ao altar como noivo, ainda mais nestas circunstâncias. Mas o que posso fazer se a vida me obrigou a agir dessa maneira. E pensando bem, a ideia de me casar com a Kali não parece mais ser tão ruim.

── If you see us in the club, we'll be acting real nice.  ── Canto ajeitando o terno preto. 

Acho que peguei a mania da Kali de ficar cantando o tempo inteiro.

── Está feliz?  ──  Vejo o reflexo de Bill atrás de mim com um cantil em uma das mãos.

Até que ele tem bebido menos ultimamente.

── Feliz não seria a palavra, mas sim satisfeito.

── Que bom. ── Ele leva o cantil até a boca ── Estou com o mesmo sentimento.

── Ouvi errado ou estão falando de sentimentos? ── Kali fala entrando no quarto.

Ela estava usando um vestido branco longo, aberto nas costas e em uma das pernas, na frente também tinha um decote profundo.

── Que foi?

── Você está bonitinha.. ── Falo e ela abre a boca em um "o" perfeito.

── Bonitinha um caralho. ── Da uma puxada se leve nas minhas tranças.

Nunca vou confessar em voz alta, mas eu adoro quando ela faz isso. Quando é de leve também, porque as vezes ela é um pouco bruta demais.

── Está linda. ── Bill fala e ela pega o cantil na mão dele e bebe  um gole ── Vai ser a mais bonita da festa.

── Falando em festa, acho bom nenhum dos dois ficar de festinha com nenhuma mulher depois do casamento.

── Não estávamos casando de verdade. ── Falo e ela põe as mãos na cintura e mexe no cabelo. 

Pelo que conheço, ela vai preparar minha sesão humilhação agora.

── Não interessa. ── Diz ela ── Eu não quero ter fama de chifruda.

Bill ri e ela o encara seria

── Eu juro que se eu te ver perto da Caroline.... ── Ele interrompe ela com um beijo. Me seguro pra não dizer nada até porque eles vão casar também.

── Chega né. ── Afasto eles e Kali sorri me beijando.

Bill começa a beija o pescoço dela enquanto eu descia minha mão pra dentro do decote da mesma que já estava ofegante.

── Licença. ── Uma voz faz com que nos separassemos. Era Caroline ── Bill pode me ajudar a descer com a cadeira?

── Engraçado que quando fui ajudar outro dia você falou que já estava acostumada. ── Bill Fala e eu e Kali nos olhavamos sorrindo. 

Como ela podia ser tão suja ao ponto de fazer isso, eu não sei.

── Ah, mas....

── Se quiser posso chutar a cadeira até lá embaixo. ── Kali diz sorrindo amigável para a loira ── Um chute só, é garanto que vai parar lá na sala.

── Nã, obrigada. ── Ela diz ── Prefiro que o Bill me ajude.

── Eu já sei que você pode andar. ── Ele diz e nessa hora nosso pai passava pela porta do quarto.

── Como?── Ele pergunta nos olhando ── Você pode oque?

── Vamos meninos, isso não é da nossa conta. ── Kali nos puxa pra fora do quarto.

── Sua vadia...  

Saímos antes dele terminar de falar com ela. Uma pena, queria ver a cara da Caroline  de otária. Quando ela traiu a confiança do Bill ele sofreu muito, eu queria ter ido atrás dela e ter a feito  pagar, mas ele não quis.

── Bem feito. ── Kali ri enchendo um copo.

── Você é cruel, lobinha.

── Com ela sou mesmo.

O tempo passa e finalmente era a hora da cerimônia. Fomos para o jardim que estava enfeitado com rosas brancas e pretas, somente nossos irmãos e alguns empregados foram convidados.  Não fizemos muita graça apenas assinamos os papéis e entregamos ao advogado e ao tabelião. Éramos casados com a Sin Nelum não com o Kali Mulen.

── Kali Kaulitz seria mais bonito. ── Bill fala assim que nos afastamos um pouco das pessoas ── Vou pegar um cigarro.

── Seria mesmo mais bonito. ── Falo vendo ele se afastar.

── Mas a Kali não existe. ── Ela diz calma.

As vezes ela fala como se a Kali realmente fosse outra pessoa  e que morreu. Ela odiava quando a chamávamos por esse nome. Diz que ele é pra gente fraca, mas pra mim a Kali Mulen é  sinônimo de fortaleza e resiliência. Essa era uma das coisas que eu mais admirava nela.

── Por que odeia tanto a Kali? ── Pergunto e ela fica pensativa por alguns minutos.

── Porque ela representa tudo que eu não sou mais...., que eu não quero ser mais.

Os olhos dela estavam vidrados na lua. O rosto dela refletia o brilho das estrelas e seu sorriso fraco nos lábios a deixava mais bonita.

── Você já amou alguém? ── Ela pergunta e dessa vez sou eu quem fica pensativo.

Nunca soube o real significado do amor. Nunca parei pra pensar sobre isso e como seria sentir isso.

── O que seria amar?  ── Pergunto e ela me  olha sorrindo ── É sério. O que seria amar?

── Amar é quando você quer que a pessoa fique bem. Mesmo que isso signifique se afastar e nunca mais ver. ── Bill se aproxima e senta ao lado dela.

Estávamos os três parados olhando o céu.

── O que é amar, Bill? ── Pergunto

── Sei lá. ── Ele solta a fumaça do cigarro ── Faz um tempo que não amo ninguém.

── Você não ama seu irmão, Bill? Que feio. ── Kali diz rindo.

── Não é isso...., só não quero me machucar. ── Ele diz e Kali passa o braço por cima do ombro de cada um.

── Um dia quando souberem a resposta me falem.


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O casamento saiu, gloria a Deus. 

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