034 | Desconfianças

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Tom Kaulitz

Depois de toda aquela cena lá fora, entrei e fui para o quarto encontrando Bill arrumando as malas.

── Vai pra onde? ── Pergunto para ele que jogava as roupas em uma mala ── Bill, caralho. Vai pra onde?

── Não fico mais um segundo aqui. ── Ele diz ── Vou voltar para Alemanha.

── Não podemos voltar. ── Falo simples ── Não podemos largar a Kali aqui.

── Tom, estamos na merda. ── Ele diz ── Quando a Kali voltar não teremos como pagá-la se não recuperarmos  a Máfia.

Ele fala e se vira em direção a uma garrafa de uísque.

── Como consegue beber em uma situação dessas?── Puxo a garrafa da mão dele ── Para de ser infantil.

── Cuida da sua vida. ── Ele me empurra pelos ombros e pega a garrafa.

── Não vou perder tempo com você.  ── Falo ── Se quer ir então vá. Eu vou ficar aqui e achar a Kali.

── Faça o que quiser. ── Ele sai do quarto virando a garrafa na boca enquanto puxava a mala de roupas.

Esses dias estou com a cabeça a mil. Mal durmo a noite, meus pensamentos se atropelam na minha cabeça com várias perguntas. E a principal delas era, "como Kali sempre está a frente de tudo?". Como ela sabia que iriam explodir o carro e nós mandou descer antes, como ela sempre descobria as coisas muito rápido, como ela já sabia nossos sobrenomes...

Pedi para um dos homens que trabalha pra mim na área de informática, conseguir dados sobre ela ou qualquer coisas e descobri que o pai dela era da máfia e que morreu a quase seis anos. Ela nunca nos falou nada disso.

Sei que não é certo desconfiar dela, ainda mais nesse momento que ela deve está servindo como prisioneira do tal M.K ou qualquer que seja a pessoa que esta nos roubando. Mas ainda assim eu não conseguia não ter essas dúvidas, talvez, Kali estivesse nos roubando junto a alguém se arrependeu e a pessoa veio atrás dela.

E sobre o Barbosa, talvez, alguém pudesse estar o chantageando com algo, ou ele apenas cansou de viver nas sombras de Lacerda Kaulitz. Mesmo com essas desconfianças, eu ainda prefiro dar um voto para ele. Sempre foi um grande amigo do meu pai e meu também, mesmo eu não gostando de trabalhar nisso, sempre vi como ele agia de maneira correta e transparente com todos.

── Tudo bem, Tom?  ── Brooky se aproxima da porta do quarto ── Será um podemos conversar?

── Claro, podemos sim. ── Sorrio para mais nova e faço sinal para que ela se sentasse ao meu lado.

── O papai está lá embaixo falando como você é Bill são irresponsáveis. ── Ela diz com tédio ── Como se ele fosse muito responsável.

── Lacerda é um otário. ── Falo e a garota sorri tirando um baseado do bolso.

── Quer? ── Pergunta acendendo o cigarro é eu assinto ── Lembra quando éramos crianças, acho que você e o Bill tinha uns dez anos e eu oito e fomos fumar no quintal?

── Lembro. ── Falo dando uma tragada no cigarro e rindo baixo ── Minha mãe chegou e nos bateu e disse que iríamos virar umas cópias do Lacerda.

── Ela era foda. ── Brooky ri ── Sinto falta dela.

── Eu também.

Minha mãe sumiu quando eu tinha uns doze anos. Meu pai começou começou ter desconfiança que ela o traia, ele tinha várias mulheres, mas ela não podia ter outro homem.

Acho que de tanto ver o relacionamento dos meus pais, eu acabei não querendo ter um. Sei lá, nunca fui fã de me apegar as mulheres com quem eu dormia. Nunca quis ter um relacionamento.

── Você ama ela, né? ── Brooky pergunta depois de alguns minutos.

Eu não sabia a resposta, gosto da companhia de Kali. Me acostumei com o jeito marrento dela e depois de conviver com ela por quase cinco meses acho que acabei me apegando.  Não sei se a amo, apenas sei que sinto falta dela. Mas toda essa desconfiança me deixa com receio de gostar.

── Eu não sei, apenas não quero que ela sofra. ── Respondo e de novo um silêncio se instala.

── Acho que você ama ela. ── Brooky diz pegando o cigarro da minha mão. ── Acho que os dois amam ela, mas não estão prontos para admitir.

── Pode ser. ── Murmuro baixo tragando o cigarro.

── Só não seja como o nosso pai. ── Ela diz e eu franzo o cenho ── Se um dia tiver que escolher entre amar ou se vingar,  escolha o amor.  Nossa maior vingança é saber perdoar e seguir em frente sendo feliz.



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