038 | Me perdoe, Tom...

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Kali Mulen

Estávamos em um taxi indo em direção ao aeroporto. Tom, a todo momento tinha os na janela e as mãos na calça larga que usava.

Ele estava nervoso, seu corpo m3 dizia isso.

Chegamos ao aeroporto e ele tirou as mala e pos em um carrinho qualquer.

── Anda devagar, Tom. ── Falo para o mesmo que andava rápido na minha frente.

── Perdão. ── Diz passando o braço ao redor da minha cintura ── Estou ansioso para voltar, tenho muita coisa para resolver.

Não falei nada, apenas me apressei para acompanhar seus passos. Sei que a pressa de 'resolver as coisas', é na verdade pressa para me atacar. Hoje mais cedo ele estava de segredinho com Bill no telefone, mas antes que ele faça algo contra mim, eu irei fazer algo contra ele. 

── Tudo bem? ── Ele pergunta, e eu assinto quieta. 

─── Tom, você viu algo no me celular.... ── Pergunto, torcendo para que ele me falasse a verdade. 

── Não. ── Diz rápido ── O que eu veria no seu celular, lombinha? 

Por que fez isso, Tom? Eu iria concluir meu plano sem precisar tomar uma medida drástica como essa.

── Nada..., não veria nada. ── Me viro para frente encarando a pequena tela que, exibia um filme de ação qualquer. 

Uma mulher atacava o marido, ela tinha colocando veneno na comida dele. Algumas cenas anteriores tinham mostrado o homem traindo a mulher, isso deve explicar o porque da morte. 

Dormi por algumas horas e mal percebi quando chegamos na Alemanha. Descemos do avião e no estacionamento o carro de Tom, já estava a nossa espera. Levantei minha bolsa até a altura do meu rosto para verificar se minha arma estava aqui, nunca desconfiam de uma mulher estar portando armas, então nunca pegaram a minha.

── O que está procurando? 

── Nada. 

── Hum. ── Ele murmura estreitando os olhos ── Entre, vamos logo.

Entramos no carro e meu coração estava acelerado, parecendo que saltaria pela minha boca a qualquer momento. 

Eu estava prestes a matar, Tom Kaulitz. 

Um mafioso, mulherengo e vadio. Eu não deveria me sentir mal, pelo contrário, deveria me orgulhar de tal feito, considerandoque certamenteele já tirou várias vidas. Mas por que eu não conseguia? Por que meu coração estava indo contra minha mente?

Eu me preparei para essa missão por quase dois anos. Eu me certifiquei para que ninguém falhasse, e agora serei eu quem iria falhar? Não posso me dar a esse luxo.

Entramos em uma estrada vazia e a noite já se aproximava. Encarei Tom, por breves segundos e ele reparou.

── Que foi, lobinha? Tá querendo uma rapidinha antes de chegar em casa?── Mesmo estando tensa om todos aqueles pensamentos, não pude deixar de sorrir com a fala dele ── É só dizer que encosto o carro.

── Encosta o carro. ── Falo, sorrindo pra ele.

Ele faz o que eu peço e imediatamente eu pulo no colo dele. Comecei a beijar o pescoço de Tom e puxar suas tranças de leve.

Seria a última vez que eu faria isso.

Desço minhas mãos pra dentro de sua camisa e começo a arranhar o peito do mesmo e a mordiscar seu pescoço um pouco forte.

── Aì. Calma,  lobinha. ── Ele diz, me afastando ── Isso tudo é saudade?

Ele sorria enquanto falava e eu encarava seu rosto.

Meu coração se apertava e meu corpo inteiro se tremia. Eu não posso fazer isso, mas eu tenho que fazer. Sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha e Tom leva o polegar até lá, limpando a mesma. 

── Me perdoe, Tom... ── Sussuro tirando a arma da bolsa e colando no peito dele.

── Kali!── Ele me olha assustado ── O que  está fazendo?

── Me perdoa, Tom... ── Digo, sinto outra lágrima escorrer. ── Não posso por tudo a perder agora.

── Do que está falando? ── Diz ele ── Vamos conversar, lobinha. 

Os olhos dele estavam arregalados e eu sentia sua respiração totalmente desregulada. Os olhos dele transmitiam o olhar de quem acabou de ser traído e, obviamente, não o culpo por me olhar assim. Mas se eu não fizer isso, não irá demorar para que outros façam.

── Eu te amo....  ── Sussuro antes de disparar um tiro no peito do garoto.

Dei apenas um tiro.

Eu não conseguiria fazer mais que isso.

── Kali...── Ele olhou para o sangue que escorria de seu peito  ── Eu te amo... lobinha.

Minhas lágrimas descem descontroladas. A essa altura eu já não tenho motivos para esconder tudo o que fiz para eles, olho pra Tom que me olhava com tristeza

── Tom, eu que fiz tudo.  ── Falo de uma só vez. ── Eu que roubei vocês. Eu que sou o traíra.

── Eu sei.... ── Diz com seu último fio de voz ── Eu já desconfiava...., mas mesmo assim não queria.... ── Seus olhos se perdiam vagarosamente ── Não queria que isso nos separasse.

Apoio minha cabeça no ombro dele.

Minha ambição foi maior que o amor nesse momento. Eu me perdi de tudo que eu realmente acreditava, deixei que a Sin dominasse e matasse de uma só vez a Kali.

𝗣𝗘𝗖𝗔𝗗𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora