Kali Mulen
── Então deixa eu ver se entendi. ── Falo bebendo um gole de uísque ── Vocês querem que entre pra essa guangue...
── Máfia. ── Tom corrije
── E ajude dando em cima de homens nojentos pra vocês expandirem a empresa ou sei lá o que vocês tem?
── Que bom que já entendeu o que deve faze assim fica mais fácil. ── Bill diz
── Eu não vou fazer nada disso. ── Falo me levantando ── Pode não parecer mais sou uma mulher de princípios e não vou me envolver com velhos tarados por dinheiro.
── Você vive fazendo isso, não sei qual a novidade. ── Bill diz
── A novidade é que eu nunca matei.
── Não é o que mostram seus registros. ── Tom diz e eu engulo seco ── O senhor Otavio Label, lembra Bill?
── Era um ótimo homem. ── Bill fala me olhando e eu sinto de novo aquela culpa ── A família ficou desolada.
── Nós fomos ao interro sabia Kali? ── Tom fala enchendo o copo ── O coitado estava todo acabado, com um tiro no estômago.
── Eu não tive culpa. ── Falo me lembrando daquela noite ── Era ele ou eu.
── E você se escolheu. ── Bill diz ── Como consegue dormir a noite sabendo que matou um pai de família, Kali?
── Quem está na chuva é pra se molhar. ── Falo sem demonstrar sentimento algum ── Ele me procurou aquela noite e se ele fosse tão bom e santo não iria trair a esposa com uma stripper que acabou de conhecer. ── Termino e eles me olham.
Pensaram que eu me sentiria culpa e começaria a chorar, não que eu não me sinta, mas vivendo em um relacionamento tóxico eu aprendi muitas coisa e uma delas foi a não chorar e nem demonstrar sentimentos na frente dos outros.
── E sobre a proposta a resposta é não.
── Essa opção não existe ── Tom fala ── É sim ou morte.
── Então busque a arma. ── Afronto me aproximando ── Anda, Kaulitz.
── Como sabe nosso sobrenome? ── Bill pergunta surpreso.
── Eu não sabia, tinha a dúvida e você confirmou. ── Falo sorrindo ── Não são os únicos que investigam por aqui.
── Você se acha esperta não é garota? ── Tom fala ── Mas deixa eu te contar uma coisa, você está na Alemanha e aqui não existe ninguém que seja mais esperto ou tenha mais poder que eu e meu irmão.
── Nesse mundo nós que somos Deus. ── Bill diz pegando uma arma e apontando pra minha cabeça ── Sim ou morte?
── Morte. ── Desafio parando em frente a arma e colando a testa na mesma.
Eu realmente estava com medo de morrer, mas queria ver até onde iriam, quais eram seus limites.
── Não seja rebelde, lobinha. ── Tom dizia parando atrás de mim ── A vida é cruel com os rebeldes.
Encarei Bill que estava na minha frente com a arma e senti a respiração de Tom na minha nuca, eu estava no meio dos dois, ainda assim eu me sentia uma loba, mas agora encurralada por dois tigres famintos em demonstrar poder.
── Já fiz a minha escolha.
── Tudo bem então. ── Bill diz guardando a arma e eu franzo o cenho sem entender ── Ah, você achou que levaria um tiro? ── Diz sorrindo ── Não facilitariamos pra você, Sin.
── Você vai morrer sim, mas será de fome ou frio. ── Tom diz ── Podem levar. ── Fala e um dos homens vem até mim ── Tira o casaco dela. ── Eles tiraram meu sobretudo e sorriram ao ver que eu usava apenas uma mini saia e uma lingerie por baixo.
── Essa cor ficou linda. ── Bill diz ── Mas ainda prefiro vermelho.
── Me soltem. ── Falo pros homens que me puxavam ── Me larga, eu sei andar.
Fui caminhando ao lado deles até uma espécie de porão ou calabouço sei lá que porra é essa. Chegando lá o homem me empurrou pra dentro de uma cela e fechou a grade. Olho pro canto da parede e vejo dois ratinhos cruzando.
──Ótimo. ── Falo sentando em um colchão mofado ── Porno ao vivo.
Sentada ali me vem uma lembrança do meu passado, uma das que mais me atormentam.
Flashbak on
── Me solta Nate ── Falo me debatendo na cama enquanto o garoto amarrava minhas mãos ── Me solta. ── Dou uma cotovelada que faz o nariz do garoto sangrar.
── Sua filha da puta. ── Diz me empurrando ── Pensa que é quem pra encostar a mão em mim. ── Ele falava enquanto me batia e eu vejo o pai e a mãe dele passarem pro quarto como se não estivessem vendo o que ele fazia.
Os tapas, socos e chutes que eu levava diariamente já não me afetavam e nem me causavam dor. O que me doía mais era saber que eu poderia ter evitado tudo isso se tivesse escutado a minha mãe. Nunca vou esquecer das últimas palavras que ela me disse.
"No início tudo é festa, mas com o tempo a pessoa se transforma."
Me perdoa por não te ouvir mãe. Queria poder te dar um último abraço, um último beijo, um último sorriso...., mas agora é tarde pra tudo isso e não adianta chorar por um tempo que já passou, o que adianta é levantar a cabeça e seguir em frente.
Nate me puxou pro sótão sem se importar se me machucava ou não e me largou lá sentada em um colchão úmido e mofado.
── Isso é pra que você não crie forças comigo. ── Fala subindo as escadas novamente.
Flashbak off
── Não crie forças comigo. ── Repito pra mim mesma rindo ── Babaca.
Me virei pro canto e tentei dormir naquele colchão mofado mesmo. Acordei como estômago roncando e me levantei andando um pouco pela cela, que estava fria e úmida senti um ratinho nos meus pés fazendo eu me assustar e acabar chutando ele pra parede.
── Aí desculpa. ── Falo pro rato que eu tenho plena consciência que não me entende ── Tadinho. ── Embrulho ele em um pedacinho de pano que achei no chão e coloco ele sobre o colchão. ── Depois de ser protetora dos animais quase matei um. Meu Deus.
Senti um par de olhos sobre mim ali no escuro.
Era o vampiro.
── Já não basta ficar presa ainda tenho que aturar demônio me encarando. ── Falo parando na grade ── O que a entidade quer?
── Que você suba lá pro quarto e durma comigo. ── Bill diz se aproximando da grade.
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𝗣𝗘𝗖𝗔𝗗𝗢
Fanfiction[Fanfic Tokio Hotel] [+16] Kali Mulen é uma mulher que vive de golpes e preza pelo dinheiro. Os irmãos Kaulitz são donos da maior máfia alemã que comercializa armas. O interesse em expandir os negócios e a ambição de Kali acaba unindo os três em um...