022 | Quem não resisti...

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Kali Mulen

── Tudo bem. ── Tom pergunta assim que eu e Bill entramos no quarto.

── Sim. ── Respondo me jogando na cama.

── O que você queria falar?── Bill pergunta indo encher um copo e eu o encaro seria, fazendo ele desistir.

── Roubaram a carga que o Barbosa iria entregar.

── Como assim roubaram?

── Roubando. ── Tom diz ── Ele chegou pra pegar as armas e elas não estavam lá.

── E o Barbosa está onde agora?

── Ninguém sabe.

── Merda! ── Bill bate com uma das mãos na cômoda de madeira ── Não tem um jeito de rastrear ele ou algo assim?

── Não colocamos rastreador no carro dele. ── Tom diz sério

── Cadê o computador?── Pergunto e eles me olham sem entender ── O computador pra rastrear o chip que colocaram na minha bolsa.

── Está aqui... espera. ── Tom diz ── Como sabe do chip?

── Não sou tão burra pra não conseguir achar um chip na minha bolsa. ── Falo simples ── Cadê?

── Toma. ── Bill diz me entregando uma mala preta com um computador ── O que vai fazer?

── Rastrear o chip. ── Falo como se fosse óbvio. E realmente era.

── Você colocou o chip no Barbosa? ── Tom pergunta desacreditado

── Não. ── Falo ── Coloquei no carro dele.

Os dois arregalam os olhos vindo se sentar ao meu lado encarar o computador. A um tempo eu desconfio que o Barbosa rouba os Kaulitz, não que eu me preocupe com eles, mas me preocupo de não terem dinheiro para me pagar. E se um dia alguém for roubar os Kaulitz, esse alguém serei eu.

── Achei. ── Digo apontando pra um ponto de luz verde na tela do computador ── Los Angeles.

── O que ele está fazendo em Los Angeles? ── Bill pergunta pensativo

── Liga pra ele, Tom. ── Peço e o mesmo retira o telefone do bolso discando um número.

── Alô. ── ouvimos a voz dele do outro lado da linha.

── Perdemos mais uma carga hoje. ── Tom diz direto ── Tem ideia do que possa ter sido?

── Não. ── Diz um pouco nervoso ── Hoje quando eu fui pegar a carga ela não estava .

── Muito estranho, não acha? ── Tom pergunta retoricamente ── As cargas estão sumindo todos os dias e você, que é pago pra cuidar delas não sabe o que aconteceu.

── Eu sei o que está querendo insinuar rapaz.... eu pensaria o mesmo se estivesse em seu lugar. ── Ele diz ── Mas sabe o que também é muito estranho? Desde que a Sin apareceu as cargas começaram a sumir.

Arregalo os olhos surpresa.

Aquele calvo de meia idade está tentando jogar a culpa pra cima de mim.

── E o que a Sin teria haver com isso? ── Tom pergunta e Bill me encara

── Não seja tolo. ── Diz soltando uma risadinha irônica ── A Sin é uma golpista barata. Não se enganem, ela é mais esperta do que parece.

Nego com um sorriso debochado nos lábios. Eles não vão deixar levar pelas palavras de Barbosa? E outra que quem muito acusa é porque tem rabo preso.

── Vou desligar. Amanhã antes de encontrar os fornecedores nos falamos. ── Tom diz desligando o telefone e eu caio na gargalhada ── Está achando engraçado? Se perdermos a gestão da máfia você perde seu dinheiro.

── Sabe que o Barbosa tem razão. ── Bill diz ── Você é uma golpista. Temos que ter cuidado.

Ele diz em um tom irônico e me empurra pra cama, fazendo minhas costas baterem no colchão.

── Verdade. ── Tom diz parando ao meu lado e levantando meu cabelo pra beijar meu pescoço ── Golpista barata.── Sussurra no meu ouvido.

Bill deixava beijos pela minha barriga até chegar na minha virilha. Ele levantou o vestido e quando ele foi colocar a mão eu fechei as pernas. Me olhando com um sorriso perverso ele se sentou na cama e tirou a jaqueta preta que o cobria.

Tom foi descer a mão na tentativa de que cedesse a ele o que neguei ao irmão, mas também fecho a pernas assim que ele põe a mão dentro da minha calcinha.

── Não. ── Falo os encarando me sentando na cama. ── Eu não quero nada com vocês hoje.

── Para de graça, Sin. ── Bill diz ── A gente sabe que você quer.

── Está com medo de escolher?── Tom pergunta debochado ── O Bill não irá ficar chateado de você mandá-lo dormir no outro quarto.

── O que te faz pensar que eu escolheria você?

── Sei lá. ── Diz se jogando do meu lado fazendo as tranças baterem no meu ouvido de leve ── A gente se entende mais.

── Não sei não. ── Bill diz ── Acho que eu e a Sin temos muito mais em comum.

── Não se meta, Bill. ── Tom diz sério ── Só porque ela vai casar com os dois ela tem que dar pros dois?

── Eu não vou dar pra ninguém. ── Falo me levantando da cama e eles me olham ── Não mais.

── Duvido. ── Bill diz ── Você não resisti muito, Kali.

── Vocês que não resistem muito.

── Aham, sei. ── Tom diz ── Logo vai se esquecer disso.

── Eu não me esqueço das coisas, Kaulitz. ── Falo ── Mas já que vocês tem tanta certeza vamos apostar?

Os dois se encaram antes de me responder. Eles tem essa conexão de gêmeos que as vezes me impede de ler o que pensam.

Mesmo eu sendo boa nisso.

── O que quer? ── Tom pergunta com receio

── Se algum de vocês ceder, quero que me levem na reunião de amanhã a noite. ── Falo simples

── E se não fizermos nada? ── Bill pergunta

── Duvido que isso aconteça, mas se acontecer vocês escolhem.

── Quero que conte a história dessas cicatrizes. ── Tom diz e meu coração acelera.

Não quero me abrir assim. Não gosto de falar ou lembrar de onde arrumei essas cicatrizes. Mas também não gosto de perder e de fraquejar.

── Tudo bem. ── Respondo firme ── Tom pega minha mala, por favor.

Ele me encara e busca a mesma. Começo a espalhar as lingeries por cima da cama e os dois me olhavam atentamente.

── Vermelho ou preto?

── Preto.

── Vermelho.

Os dois respondem juntos e eu sorrio.

── Então vai ser os dois. ── Falo tirando uma camisola de renda com flores vermelhas e pretas bordadas na barra.

Entro pro banheiro e tomo meu banho. Essa viagem toda me cansou muito. Coloquei a camisola e me deitei no meio da cama. Tom e Bill me encaravam com um ar de reprovação.

── Vamos ver quem não resiste. ── Implico me cobrindo.

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