006 | Acordo fechado

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Kali Mulen

Levantei e Bill ainda estava dormindo então desci as escadas devagar a casa era enorme, tanto que eu já me esqueci o caminho da cozinha. Fiquei andando igual uma tonta até que vejo uma senhorinha.

── Bom dia, querida. ── A mulher diz sorrindo ── Quer tomar café? Já coloquei a mesa.

── Quero, eu acho. ── Falo meio desconfiada e ela faz sinal pra mim seguir ela.

Entramos na copa onde tinha uma mesa enorme e cheia de coisas. Sem dúvidas era a maior mesa que eu já tinha visto.

── A senhora não vai comer. ── Pergunto vendo ela sair de lá

── Os empregados não comem na mesa senhorita.

── Mas a mesa é gigante. ── Falo ── Quem inventou essa regrinha estúpida?

── A dona Clara não gosta que os empregados fiquem na mesa. ── Ela diz e eu franzo o cenho ── Ela é madrinha dos meninos, eles tem muito apreço por ela.

── Ah, sim. ── Falo encerrando o assunto ── A senhora se chama...

── Ofélia. ── Diz sorrindo ── Qualquer coisa me chame senhorita.

── Sin. ── Falo ela olha sem entender ── Pode me chamar só de Sin. ── Ela sorri e se retira. Comecei a me servir com um pouco de tudo que tinha na mesa  ── Não me lembra a última vez que comi uma pasta de amendoim tão boa. ── Falo pra mim mesma

── É uma pasta importada.  ── Escuto uma voz estranha ecoar no local ── Você é a nova biscate que meu sobrinho arrumou?

── Não sou nenhuma biscate. ── Falo ── Me chamo Sin Nelum, e a senhora deve ser a Clara.

── Dona Clara pros empregados. ── Diz ── OFÉLIA. ── Grita e logo a mulher entra na cozinha ── Me sirva.

Não é possível que ela chamou a mulher pra colocar o café no copo dela. Típico dessa gente se achar melhor que os outros.

── Agora sai.

── Sim senhora. ── Ofelia diz saindo de cabeça baixa.

── Você devia está comendo lá trás.
── Fala bebendo um gole do café ── Mas essas biscates sempre acham que podem sair sentando na mesa só porque deram pros meus sobrinhos.

── Já disse que me chamo Sin. ── Falo ── Peço que a senhora por favor me respeite. ── Termino e sinto uma mão no meu ombro.

── Bom dia. ── Bill fala ── Tudo bem por aqui?

── Só mais uma vadia que não sabe seu lugar. ── Fala e sinto meu sangue ferver.

Levanto da cadeira e caminho firme até a mulher.

── Quantas vezes vou ter que repetir meu nome pra senhora aprender? ── Falo firme em frente a ela ── Não sei como a senhora está acostumada a tratar as pessoas e nem me interessa, mas comigo ninguém falta com respeito. ── Saio de lá plena mas volto e pego a torrada que eu havia passado creme de avelã, não vou desperdiçar comida.

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