011 | Mentirosos

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Kali Mulen

Escutei umas vozes diferentes na sala e deduzi que os amigos dos Kaulitz haviam chegado. Arrumei meu biquíni e coloquei uma saia por cima pra descer até lá, parei na porta da varanda e logo todos me encaram.

── Já terminou, querida. ── Bil fala assim que me vê.

Querida? Você transou comigo depois de apontar uma arma pra mim e ficou agindo como se nada tivesse acontecido e ainda me chama de querida.

Bill Kaulitz é ridículo.

── Terminei sim. ── Forço um sorriso e Tom para ao meu lado

── Essa é a nossa... noiva, a Sin. ── Acho que escutei errado não é possível.

── Como? ── Pergunto o encarando

── Que foi querida? ── Bill pergunta ── Não tenha vergonha, estamos todos em casa.

Eu vou matar os dois.

── Prazer, me chamo Anelly. ── Uma mulher loira estende a mão e eu aperto, mesmo ainda estando atordoada com a fala anterior.

── O prazer é meu. ── Falo sorrindo e olho pra os outros dois homens ao lado dela se levantam e me olham

── Prazer Georg. Então foi você que conseguiu laçar meus dois amigos? ── O de cabelo comprido diz

── Pois é. ── Falo rindo forçada enquanto aperto a mão dele.

── Eu sou o Gustav e essa é minha filha, Ana Lúcia.

── Que linda. ── Falo olhando a garotinha que tinha cachinhos ruivos e a pele com sardas, ela não parecia nem com o pai nem com a mãe ── Prazer em conhecer você, Ana Lúcia.

── Pode chamar de Nalu.  ── Ela diz sorrindo.

── Claro. ── Falo e volto a olhar os dois idiotas que ousaram me enganar ── Será que  vocês podem me dar licença um minutinho? Preciso falar com os meus noivos.

── Claro querida. ── A mulher que eu ainda não sei o nome diz sorrindo

── Vocês tem algum problema?── Pergunta assim que Tom fecha a porta do escritório

── O que houve, amor? ── Tom diz com deboche ── Está nervosa.

── TOM.

── Não grita Siny. ── Bill diz enchendo um copo ── O que te deixou nervosa? Pode nos falar.

── Que história é essa de noiva? ── Pergunto brava

── Você trabalha pra nós, lembra? ── Bill fala ── Não tem que questionar.

── Vocês não me disseram isso. ── Falo ── O trato era ajudar com os negócios.

── E é o que você está fazendo.

── Ficaram loucos?

── O negócio é o seguinte Kali, nosso pai vai bater as botas e queremos garantir nossa parte.

── Vocês são filhos dele. É óbvio que terão a parte de vocês.

── Kali o que nosso pai mais tem são filhos. ── Bill diz ── Mesmo que nós já  tenhamos a maior parte dos negócios, se ele não passar o resto a Máfia vai ficar dividida.

── E pra isso não acontecer...

── Vocês precisam se casar. ── Completo

── Isso. ── Tom diz sorrindo ── É inteligente, por isso escolhemos você.

── Então vocês já foram atrás de mim pra isso?

── Já. ── Bill diz virando o copo ── Só que realmente  precisamos da sua ajuda em algumas questões fora essa.

── Eu não sei se quero me envolver nisso.

── Você não entendeu, lobinha. ── Tom diz colocando uma mecha do meu cabelo pra trás da orelha. ── Você já está metida nisso.

── E não tem mais como sair disso. ── Bill sussurra no meu ouvido e deixa um beijo no meu ombro.

Consigo ver de relance uma expressão de raiva no rosto de Tom após o ato do irmão.

── Porque me escolheram?

── Pelo simples fato de ser você. ── Tom diz ── É bonita, inteligente, diferente....

── Como assim diferente?

── Olhe pra você Kali. ── Bill fala me virando pra um pequeno espelho ── Os seus olhos cativam as pessoas, você consegue exalar delicadeza e inocência mesmo nao tendo.

── Se eu aceitar vou ter que casar de verdade? ── Pergunto ainda olhando meu reflexo em um pequeno espelho.

── Você vai aceitar. ── Tom diz ── E sim, vamos casar de papel e tudo.

── Quero ver como o pai de vocês vai reagir quando souber que vão casar com a mesma mulher.

── A intenção é essa. ── Tom diz ── Fazer ele infantar e pegar o dinheiro mais rápido. ── Não posso deixar de rir com a fala dele ── Seu sorriso é bonito, lobinha. ── Ele me encarava

── Vocês só querem ser rebeldes com o pai de vocês, é isso?── Pergunto debochada

── Nosso pai é um homem cruel, Kali. ── Bill fala ── Ele merece passar toda raiva do mundo.

── Quanto vou receber e quanto tempo vou ter que aturar vocês?

── Estava demorando. ── Tom diz ── Você vai receber um milhão e vai ter que ficar casada no mínimo uns dois anos.

── Acho pouco. ── Falo e eles me olham ── Eu vou correr riscos, me casar com dois psicopatas e só vou receber isso? Aposto que vocês vão lucrar bem mais.

── Kali você sabe que podemos muito bem não pagar nada e ainda te matar, não sabe? ── Bill fala me olhando

── Tentem a sorte.

── Quanto você quer?

── Cinquenta.

── Cinquenta milhões?

── Não, cinquenta centavos. ── Falo irônica ── Se não quiserem pagar eu vou sair por aquela porta e dizer aos seus amiguinhos de infância que vocês são bandidos.

Eles me encaram pensativos e logo se olham. É por isso que eu digo, conheça bem as pessoas com quem vai se envolver e observe bem as suas fraquezas.

── Acharam mesmo que iriam me enganar e pagar uma miséria? ── Falo olhando eles ── Não sou mulher de pouco e não vou aceitar menos que o valor que eu mereço receber.

── Cuidado com essa ambição.  ── Tom diz ── Isso ainda vai te matar.

── Melhor morrer sendo ambiciosa, do que sendo uma otaria. ── Digo  ── Vocês tem uma hora pra pensar se vão querer pagar ou não.  ── Saio do escritório batendo a porta e Anelly me encara assustada  ── Tudo bem?

── Ah sim, eu só.... queria saber onde é o banheiro. ── Ela se embola nas palavras

── Eu te levo.  ── Falo e caminhando até o mesmo e ela me segui

── Problemas com os noivos?── Pergunta e eu a franzo o cenho ── É que parecia que vocês estavam, sei lá... discutindo.

── Não estávamos. ── Falk firme e apontou pra porta  ── Esse é o banheiro.

── Obrigada. ── Diz sorrindo amigável e entrando no mesmo.

Essa mulher é um pouco estranha e muito intrometida.

Se ela é casada com um dos amigos dos Kaulitz, com certeza já veio aqui e quer dizer que  não sabe ir até o  banheiro? É claro que essa casa é enorme, mas não dá pra se perder desse jeito.

𝗣𝗘𝗖𝗔𝗗𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora