041 | Tremenda filha da p...

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Kali Mulen

Dias antes....

Eu tinha acabado de atirar em Tom. Seu peito que estava jorrando sangue.

Ok, fiz uma coisa errada.

Durante os dias que fiquei com a minha equipe e os observei de perto, vi que não poderia confiar em ninguém dali e que eu precisaria começar do zero. A essa altura, meu plano de fuder com a vida dos Kaulitz já tinha sido abortado. Eu realmente gosto deles, eu amo eles.

Logo eu que não queria me relacionar com homem nenhum, estava agora arriscando a minha vida para não ter que tirar a deles.

Estou sendo fraca, mas não me importo. Eu fui criada desse jeito, sem muitos luxos, mas com muito amor. Sei que cometi muitos erros e que pra muitos deles não terá perdão. Mesmo assim, estou disposta a encarar as consequências dessa escolha.

E eu escolhi ouvir meu coração.

Outra vez, espero não quebrar a cara de novo. Mas não importa, isso é sobre mim. Não sobre os abusos do Nate, sobre a infância dolorosa pela ausência do meu pai, sobre a Sin ou sobre os Kaulitz. 

Isso é sobre a Kali Mulen, que erra, mas é mulher suficiente pra aprender com os erros e seguir em frente.

── Eliot, arranjou o corpo? ── Pergunto, ligando pro meu amigo, melhor amigo.

── Arrumei, gatinha. ── Ele diz, calmo  ── Já estamos chegando. O Xavier que quis se enperequitar todo.

── Tô indo ver meu marido, que não é mais meu marido. ── Ouço Xavier falar abafado.

── Tudo bem.

Não demora muito e vejo eles encostando o carro atrás do de Tom e saindo.

── Puta que pariu. ── Eliot fala, assim que bate os olhos em Tom ── Porra, Kali. Você atirou no peito dele.

── Foi você que falou que era pra atirar no peito. ── Me defendo ── Ou não?

── Não!── Ele grita ── Era no braço ou na perna, sei lá. Graças a Deus, a bala é de borracha.

── Eu entendi que era no peito.

── Não, não era.

── No peito tem mais emoção. ── Xavier diz, olhando para Tom ── Meu amor, vou te livrar dessa tremenda filha da puta que é a sua esposa.

── Ele não escuta. ── Digo simples, e Tom solta um suspiro alto. ── Porra!

── Você é uma tremenda filha da puta mesmo.... e também é uma traidora de merda. ── Ele resmungava baixo ── Sua sorte é que eu te amo.

── Tom! ── Falo abraçando o rosto dele ── Eu vou ajeitar tudo isso, eu prometo que vou.

── Eu sei que vai. Você é única que pode. ── Ele diz, ou melhor, sussurra e eu aperto mais o abraço ── Solta um pouco, lobinha. Vai me sufocar.

── Desculpa.

── Ótimo, ele está vivo. ── Eliot fala ──  Vamos tirar um pouco de sangue e passar no corpo do outro ali.

── Se era só pra tirar sangue dele, porque não contou de uma vez?  ── Xavier pergunta.

── Porque com a raiva que estou acho que iria atirar nela antes que pudesse terminar de falar. ── Tom diz, e eu concordo.

Eliot pegou uma luva e começou a passar sangue no outro corpo. Aquilo era nojento. Quando terminou o serviço ele tratou de jogar o corpo da ribanceira e eu fiquei olhando o corpo rolar.


── Eu iria fazer isso com você se não tivesse atirado em mim.  ── Tom diz, colocando um dos braços no meu ombro e eu sorrio pra ele.

Ele estava com um curativo onde o tiro foi dado a bala era de borracha então não tem como ele morrer.

── Vamos, meu marido. ── Xavier enrolava o braço com o de Tom. ── Vamos deixar essa louca resolver as coisas pra lá.

── Tchau. ── Ele diz, indo com Xavier. Mas volta puxando minha cintura e me dando um beijo. ── Boa sorte com o Bill.

── Obrigada. ── Digo me virando entrando no carro e Tom,  Xavier e Eliot somem pro outro lado.

Tirei umas fotos de Tom desacordado caso eu precise provar a algo. Quero que todos acreditem que fui capaz de matar ele.

Tempos atuais...

── Precisamos conversar.... ── Sou interrompida por um estrondo na porta.

── Porra, nunca achei que tanta gente vira ao meu enterro. ── Tom diz, entrando na sala e Bill fica perplexo ── Você não contou?

── Eu ia contar agora, mas você me interrompeu. ── Falo brava.

── Que porra é essa? ── Bill grita ── Que merda está acontecendo aqui?

── Calma, Bill. ── Falo ── Vou te explicar tudo.

Começo a explicar tudo que eu fiz para Bill e suas expressões estavam me assustando. Quando terminei de falar ela pegou uma arma na gaveta do escritório e apontou na minha cara.

── Bill!── Eu grito ── Bill, eu te amo. Você entendeu o que eu falei.

── Amor é o caralho! ── Ele continua com a arma na minha cara e Tom entra na frente ── Como você teve essa coragem?

── Ela se arrependeu, Bill. ── Tom fala, tentando me defender, mas não adianta. Bill estava cego pelo ódio.

── E eu realmente estava gostando de você. ── Ele diz ── Eu queria ter um futuro diferente com você.

── Bill, calma. ── Falo ── Eu te amo.

── Eu também te amo..., mas você é uma filha da puta. ── Ele continuava com a arma apontada pra mim.

── Bill, precisamos ajeitar tudo isso. ── Falo calma ── E depois pode atirar em mim se quiser.

── Eu vou atirar agora.

── Agora temos problemas maiores. Por favor, me deixa consertar tudo isso e depois não precisam mais me ver. Eu não vou incomodar com nada, nem vou cobrar nada, sei que não tenho esse direito. Eu só quero poder fazer a coisa certa.... pelo menos uma vez.

Ele me olhou por alguns segundos e abaixou arma com um pouco de relutância.

── Uma chance. ── Ele range ── Uma chance, para resolver tudo isso e sumir.

── Tudo bem... ── Meus olhos estavam marejados, pela primeira vez não eram lágrimas falsas.

Eram verdadeiras como as que derramei por todos esses anos em que fiquei sozinha. Sempre finge choro na frente das pessoas para ter pena ou conseguir algo, mas minhas lágrimas não eram falsas, nunca foram. Eram lágrimas por outros motivos, mas eram verdadeiras. 


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Quase morri, mas melhor.


𝗣𝗘𝗖𝗔𝗗𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora