028 | Ciumenta

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Kali Mulen

Decidimos voltar para casa antes do almoço. Não falamos mais sobre aquele assunto do quarto. E diferente do que eu pensei não me senti fraca, mas sim aliviada de finalmente falar sobre isso com alguém.

Mal chegamos na porta e já ouvimos algumas risadas e pessoas conversando. Agarrei o braço de Bill e Tom foi na frente abrindo a porta.

── Bom dia. ── Ele fala assim que vê várias pessoas na sala ── O que vocês estão fazendo aqui?

── Aqui é a casa do meu pai ou até isso quer que seja apenas de vocês? ── Um garoto loiro que parecia a idade dos Kaulitz diz  ── Viemos pra esse tal casamento, por quê? 

── Olha Jay, não comece com suas implicâncias. ── Uma das mulheres que estava sentada diz ── Prazer em conhecê-la. Me chamo Booker sou meia  irmã deles.

── Prazer. ── Estendo a mão mas não solto o  braço de Bill. ── Me chamo Sin.

── Pecado. ── Um garoto moreno fala ── Por que esse nome?

── Pergunte a quem me deu ele.

── Sou o Evan.  ── O mesmo diz sorrindo ── Aquele que já estava falando merda é o Jay e aquela é a Emmy. 

Aponta para uma menina que aparentava ter por volta de uns quatorze anos.

── Prazer em conhecê-los. ── Sorrio falso ── Desculpa já ir saindo mais eu vou ir tomar um banho.

Falo saindo da sala e os dois já vinham atrás de mim.

── Não sejam mal educados. ── Falo para eles ── Fiquem com os irmãos de vocês.

── Fica aí, Bill. ── Tom diz subindo atrás de mim e Bill nos fuzila com os olhos, por ter o largado com aquelas pessoas ── Coitado do Bill, vai ter que ficar com aquela gente tóxica.

── Eles são tão ruins assim? ── Me jogo na cama e Tom faz o mesmo.

── São. ── Diz me encarando ── Como está esse braço?

── Tá bem. ── Falo e ele retira o pano que está a enrolando a ferida ── Aí.

── Está infeccionado. ── Ele diz olhando para o mesmo ── Vai tomar banho que eu vou fazer um curativo decente.

── Está preocupado comigo, Kaulitz?

── Estou. ── Diz me olhando entrar no banheiro e vindo atrás ── Não posso me preocupar de ter que dormir ao lado de uma pessoa com bichos saindo do braço.

Abro o chuveiro e jogo água nele.

── Babaca.

── Gostosa. ── Responde me olhando pelo vidro do Box

── Olha pra quem não gostava de mulheres como eu, está gostando muito. ── Implico entrando embaixo do chuveiro.

── Quando eu falei isso foi porque, vi você no quarto do Bill e fiquei com raiva. ── Ele senta no vaso ── Mas eu sempre te achei bonita, desde o dia que te vi dançar na boate de Los Angeles.

── Eu sei que sou perfeita.

── Perfeita também não.

── Vai se ferrar. ── Fecho o chuveiro e saio do box ── Vai dizer que isso aqui não é perfeito?

Ele me analisava de cima abaixo com um sorriso no canto dos lábios.

── Tá.... ── Diz negando ainda rindo ── Olhando daqui é perfeito mesmo.

── Ata. ── Enrolo a toalha no corpo e saio do banheiro dando de cara com Bill sentado na ponta da cama bebendo. Ele já estava com uma outra roupa, deve ter tomado banho em outro lugar ── Foi tomar banho com a Caroline?

Ele levanta o dedo como resposta e dá um gole na bebida.

── Está com ciúmes?

── De você? Jamais.

── Aham, sei. ── Diz sorrindo ── Já estava dando é?

── Te interessa? ── Deixo a toalha cair no chão e mudo a roupa de frente pra ele mesmo.

── Se estou perguntando.

── Não estava. ── Me jogo aos lado dele e sinto um  cheiro forte de perfume ── Tomou banho aonde?

── No banheiro da casa. ── Ele diz.

── Mentira. ── Falo ── Você está com um cheiro de perfume estranho.

Levanto da cama mas ele me puxa pela cintura.

── Eu tomei banho lá embaixo. ── Reviro os olhos e ele ri ── É sério. Só  que a Caroline pediu pra mim ajudar ela a levantar da cadeira pra ir até a cama e o perfume pegou já que estava com o corpo molhado.

── Hum. ── Tento sair mais ele me segura.

── Ciumenta.

── Não me importo com o que você faz.  ── Falo ── Mas a Caroline pode andar muito bem.

── Kali não seja cruel.  ── Tom diz saindo do banheiro

── Não estou sendo. ── Falo ── A Caroline está fingindo que não pode andar.

── Sério?

Assinto e eles ficam incrédulos.

── Como você sabe? ── Bill pergunta e eu o encaro com deboche ── Esqueci que você é bisbilhoteira.

── Fofoqueira. ── Tom diz e eu empurro ele fraco e ele devolve.

── Aí. ── Falo ── Meu braço, imbecil.

── Deixa eu ver isso.  ── Ele pega uma maleta branca na gaveta e eu rio ── Que foi? Eu queria ser enfermeiro.

Solto uma gargalhada e Bill me acompanha.

── É sério?

── Pior que é. ── Bill diz parando de rir ── Quando éramos crianças ele andava com uma maletinha.

Escondo rosto rindo de novo. Nunca imaginei o Tom de enfermeiro.

── Vem logo. ── Ele me puxa pra frente dele e começa a limpar meu braço com algodão. Eu olhava atentamente cada movimento que ele fazia, ele agia de um jeito tão delicado que eu até estranhei ── Está vendo? ── Diz terminado o curativo ── Sou um ótimo enfermeiro.

── Obrigada.

── De nada.

── Não sou vela de vocês. ── Bill diz escondo o rosto no meu pescoço ── Você está cheirosa.

── Eu sou.

── Convencidinha pra caralho em. ── Ele diz no meu ouvido ── Vamos ter que descer pra essa reunião de família forçada.

── Não sou da família. ── Falo simples ── Vou dormir que ganho mais.

── Então a gente vai e mais tarde você desce pelo menos pra jantar. ── Tom diz

── Se não descer eu venho te buscar pelos cabelos. ── Bill diz  e eu puxo as correntes que ele usava no pescoço ── Que foi? Quer ficar sem andar de novo.

── Até parece que vocês conseguem fazer isso.  ── Provoco

── É um desafio. ── Tom pergunta sorrindo

── É uma afirmação. ── Falo e eles saem do quarto. Pego uma camisa e jogo neles ── Coloca uma camisa que não está tão quente.

── Tóxica. ── Bill fala saindo e colocando a camisa.

Vou dormir até amanhã. Eu que não vou descer pra conversar com aquela gente que mal conheço.

𝗣𝗘𝗖𝗔𝗗𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora