𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐒𝐄𝐈𝐒-𝐋𝐢𝐧𝐝𝐨,𝐥𝐢𝐧𝐝𝐨,𝐥𝐢𝐧𝐝𝐨

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【26】

Como eu havia dito anteriormente,a casa dos meus avós é gigante.Então pra fazer uma faxina leva tempo.Como que eles dois conseguiriam se manter assim por tantos anos?Deve ser muito amor e destreza.Mas enfim,nós quatro limpamos completamente o local,tratamos os bichinhos,isso tudo antes das 06:00 da manhã.É como o Christopper havia dito,levantar com as galinhas.

-Beleza minha gente,vamos pro café?-Diz meu vô.-Porque saco vazio não para em pé.

Nós quatro pegamos o carro,e seguimos para a Bão Coffee.Eu estava animado,fazia tempo que não ia lá,eu sempre gostei de frequentar o local.

Chegamos bem rápido até,não deu vinte minutos.E logo na entrada fiquei abismado.Estava bem maior que antes,um entra e sai danado.Que bom que não faliu e sim cresceu.As pessoas que trabalhavam ali,sempre foram bem simpáticas.Será que ainda são?

Ao chegar,meu avô disse que estava apertado,e se mandou para o banheiro.Ficamos só nós três no balcão.Cara,tinha um sininho em cima da balcão,que chique,eu só tinha visto isso em filmes.Não perdi tempo e toquei,até porque não tinha ninguém para atender.

Não deu dois segundos,e um rapaz saiu lá de dentro.Ele vestia um uniforme preto e branco.Era alto,um pouco mais que o Matteo.Ele tinha um rosto tão lisinho e branquinho.Também notei os brincos de argola em ambas as orelhas.E um piercing no lado esquerdo do nariz.

Não vou mentir.Me encantei na mesma hora.Ele colocou as mãos sobre o balcão.Olhei de relance,não tinha aliança nem nada,ok,não era comprometido.Isso já era um bom sinal.

-Muito bom dia,o que seria para vocês!-Ele diz,mas logo encara minha vó.-Oi senhora Glória,trouxe a família dessa vez!?

Eu meio que me afastei,e dei espaço para minha avó.

-Oi querido,bom dia,sim essa é minha filha!-Ela diz apontando para minha mãe.

-Olá,muito prazer,Maria!

Ele abre um sorriso encantador.Seus dentes eram tão brancos.Que tive que me ofuscar com o brilho.

-Prazer senhorita Maria,eu sou Felipe!

Eu sabia que seria o próximo,e estava fazendo o possível e o impossível para não corar,mas eu sempre falho.

-E esse menino lindo aqui é o meu netinho,o John!-Diz minha vó.

Os olhos dele se voltam para mim.Por um segundo o encaro,enquanto tentava segurar o sorrisão que eu queria soltar.

-Opa,e aí cara!-Ele estende a mão para mim.

Imediatamente o cumprimento.Um aperto de mão rápido mas muito caloroso.

-Prazer!-Respondo.

Seus olhos eram negros como a noite,e seu cabelo também.Se não me engano,o corte de cabelo que ele usava,era o corte americano.

-Vamos querer o de sempre meu filho!-Minha avó diz.

Ele saca o caderninho do bolso,e faz as anotações.

-Certo,podem ficar a vontade,eu já levo lá.

Após isso,achamos a mesa ideal.Perto da janela,longe dos banheiros.o local tinha um cheiro tão doce de café.Havia uma flor de girassol no vaso,bem no centro da mesa redonda.Tudo muito limpo e organizado.Sinceramente,eu amei.

Sentei em uma cadeira,onde eu poderia cuidá-lo de longe.Meu Deus,está acontecendo de novo.Estou me apaixonando por um rapaz que provavelmente é hétero.Eu já sei onde isso vai dar.Tô vendo que vou sofrer á toa.Isso me faz lembrar de Matteo.Que ódio,me encantei pelo cara que virou meu melhor amigo,e hoje nem conhecidos somos.Acho que sou iludido demais.Mas sou eu afinal,esse sou eu.

Meu avô vem e senta conosco.-E aí já pediram?

-Sim querido!-Responde minha vó.

Alguns minutos depois,o rapaz vem com as bandeijas nas mãos,e solta as canecas de café em nossa mesa.Eu sou o último para quem ele entrega a xícara.E nessa hora,eu noto ele soltar um sorrisinho disfarçado seguido de uma piscadela.

-Aproveitem bem!-Diz ele,e se retira.

Pego no cabinho da caneca,tem um papel colado nessa,parece uma etiqueta.Retiro com cuidado,então dou uma olhada.E lá dizia.

-𝑮𝒐𝒔𝒕𝒆𝒊 𝒅𝒆 𝒗𝒄,𝒎𝒆 𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂 𝒏𝒐 𝒃𝒂𝒏𝒉𝒆𝒊𝒓𝒐:)

Eu sorri sem me dar conta,em seguida olhei para o corredor,e vi ele entrando lá.Guardo o papel no bolso,sem ninguém notar.

-𝘈𝘩 𝘯𝘢̃𝘰 𝘷𝘦𝘭𝘩𝘰....𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘦́ 𝘳𝘦𝘢𝘭 𝘰𝘶 𝘪𝘭𝘶𝘴𝘢̃𝘰?𝘘𝘶𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘧𝘢𝘤̧𝘰 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢?????-Tomo um gole do café,e me levanto.

-Com licença,agora sou eu que preciso ir no banheiro.-Sigo até lá,nervoso mas também empolgado.

Chegando lá,eu o havisto em um dos mictórios.Não gosto de usar os mictórios,mas dessa vez passa.Vou até um ao lado dele,abro o zíper da calça,e  forço-me a urinar,embora não estivesse com vontade.Dou uma leve olhada pra ele.Ele me lança o mesmo olhar.

-Que bom que aceitou meu convite!-Ele susurra.

-S....Sim...!-Respondo.

O silêncio começa a ficar desconfortável.

-Quer ver?-Ele pergunta.

O encaro com muita vergonha.-Ver?Ver o quê?

Ele sorri,e dá uma olhada em volta,não tinha mais ninguém além de nós dois.

-No meu amigão aqui em baixo!

Eu não consegui me segurar,era muito tentador.Então virei o rosto levemente,e consegui ver seu pênis.Mas logo me virei de volta.Eu fiquei pasmo.

-Vo...Você não é hétero?

-Hétero?Eu?-Ele ri baixinho.-Não sou não,sou gay mesmo,você também correto?

Não tinha porque esconder.Então faço que sim com a cabeça.

-Eu imaginei!Quero muito conversar contigo,mas estou trabalhando,e você está aqui com sua família,hoje depois das 21:00?Pode?

Eu nem sabia se podia.Mas concordei na mesma hora.

Ele sorriu e lascou um beijo rápido na minha bochecha.Eu nem consegui reagir.Em seguida ele fechou o zíper e saiu,mas não sem antes me elogiar.

-Tá duraço aí hein!

Ponho meu pênis de volta pra dentro da cueca,e fecho meu zíper também.Sorrio.Cara,o que acabou de acontecer aqui?Só sei que gostei.

𝐌𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨𝐬 (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora