Não sou assim

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Saphira ON

Mesmo depois de alguns minutos, ainda me sinto... atordoada. Sentir Bruno chegando mais perto e me olhando daquela forma, foi... estarrecedor. E muito... intenso. Algo... Droga, algo inexplicável, que faz com que meu coração continue batendo forte, mesmo já estando longe da presença dele.
Naquele momento, quando ele estava tão próximo, por 1 segundo, achei que... achei que... nos beijaríamos. Não sei qual foi a loucura da minha cabeça, mas eu acreditei que ele me beijaria. Por 1 segundo, esqueci completamente de tudo à minha volta e... Droga, eu... desejei que ele me beijasse. Desejei. Ainda me surpreendo quando penso nisso. Quase não acredito. Mas não posso negar que o desejei. Por 1 segundo, o desejei. Quando meu telefone tocou, foi como se me acordassem de um sonho. Foi como ser puxada para a realidade, a força. E quando me dei conta do que estava acontecendo, me senti extremamente assustada. E envergonhada. A necessidade de sair dali gritou em mim, e foi o que eu fiz. Corri para fora, sem nem olhar para trás, pensando se não estou ficando louca, imaginando coisas e, pior, sentindo coisas.
E mesmo depois de alguns minutos aqui fora, ainda sinto meu coração batendo forte. Respiro fundo, temendo ter um treco. Só quando consigo sinal para o telefone e atendo Jaqueline é que consigo organizar as ideias. Mais ou menos.
- Alô?
- Amiga! Oi! – Jaqueline parece quase esbaforida. – Desculpa ligar assim, eu só queria saber como estão as coisas.
- Tudo bem, amiga. – Digo ainda meio zonza, sentindo turbilhões de pensamentos me incomodando. – Ainda estou no almoço.
- Que inveja... Georgie me liberou mais cedo hoje, a agenda está vazia.
- Vem pra cá, então! – Minha voz sobe uns 2 tons, demonstrando minha empolgação e ansiedade. Imediatamente penso que com Jaque aqui conseguirei ser mais racional, com certeza. Ninguém melhor que minha melhor amiga para me impedir de pensar loucuras. Ou pior, fazer loucuras.
- Eu?! – Jaque quase grita. – Ah não amiga, não quero dar uma de bicão. O almoço é para vocês, não tenho nada a ver.
- É claro que tem! Sem você eu nem estaria aqui! E, além do mais, Philip Lawrence até perguntou de você para mim.
- O QUÊ?! – Dessa vez Jaque grita, e imagino seus olhos arregalados.
- Sim! Ele disse que se você tiver um tempo, é para vir aqui. Eles querem te conhecer também.
- Fala sério! – Jaque continua gritando, obviamente empolgadíssima.
- Tô falando! Vem logo! Vou te esperar na frente.
E após 20 minutos, minha amiga chega. Não pude segurar o riso quando a vi dizendo aos seguranças que ela "está comigo", como se isso a fosse salvar de qualquer encrenca.
- Nossa mesa é por ali. – Aponto e nos encaminhamos até lá. Todos nos observam enquanto atravessamos o salão e logo Phil aparece.
- Hey! Essa deve ser sua amiga...?
- Jaqueline. – Responde Jaque com um sorriso no rosto e a empolgação brilhando nos olhos.
- Isso! Jaqueline... Sou péssimo com nomes. – Phil faz uma careta e aperta a mão de Jaque. – É um prazer conhecê-la.
- O prazer é meu. – Jaqueline sorri largamente.
Phil rapidamente a apresenta a todos os rapazes da banda. Jaqueline parecia corar mais a cada segundo, assim como eu. Ainda é estranho estar perto deles.
- E quem é essa...? – Ouço a voz de Bruno Mars chegando ao fundo, atrás de mim.
Fecho os olhos, como se estivesse sentindo dor. Um arrepio percorre meu corpo e penso se não estou com alguma doença. Essa deve ser a explicação para eu estar me arrepiando desse jeito e sentindo leves náuseas.
- Bruno, essa é Jaqueline. Amiga de Saphira. – Phil apresenta Jaque por mim.
Solto o ar, me sentindo aliviada. Não sei se sou capaz de falar com Bruno novamente sem gaguejar. Só ao senti-lo perto meu corpo começa a tremer.
- Ah, então essa é a cúmplice?! – Bruno Mars diz sorrindo, muito simpático.
- Culpada. – Jaque levanta a mão e todos riem.
- É um prazer conhecê-la. – Bruno a abraça e quase chego a rir percebendo a diferença de tamanho entre os dois, ainda mais Jaque estando de salto alto. – Fique à vontade.
- Obrigada. – Jaqueline responde com um sorriso enorme no rosto.
Continuo de costas para Bruno Mars e torço mentalmente para que ele vá embora. Quando ouço seus passos sumindo e vejo Phil o acompanhando, solto o ar que estava segurando.
- Amiga... – Jaque chega pertinho de mim, sussurrando. – Está com dor de barriga?
- Quê?! – Olho para Jaque. – Claro que não!
- Então por que está com cara de dor?! – Jaque me analisa dos pés a cabeça, talvez exatamente como uma mãe faria.
- Não estou fazendo cara de... – Começo a rir e não consigo terminar a frase. Entrelaço meu braço ao de Jaque e dou tapinhas em sua mão. – Não é nada, amiga. Sério.
Não olho para Jaque, mas posso apostar que ela está cerrando os olhos e me observando, obviamente não acreditando no que digo. De qualquer forma, caminhamos em direção à mesa e nos sentamos. A apresento à Amber e voltamos a comer.
- Meu Deus, amiga... Eles são ainda mais lindos pessoalmente. – Jaque cochicha ainda com comida na boca. Seguro para não rir.
- Sim, são mesmo.
- Como você acostuma com Bruno Mars perto de você?! – Jaque menciona o nome dele e, novamente, me arrepio. – Só em cumprimenta-lo já fiquei nervosa!
- Eu não me acostumei... – Observo Bruno Mars ao longe, conversando e rindo com alguém. Suspiro, sentindo meu coração acelerar um pouco. – Mas espero que acostume logo.

Too Good To Say GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora