- Mas o que está aconteceu aqui?!
- AH! – Grito, acordando num sobressalto.
Arregalo os olhos, tentando me lembrar de onde estou. Tento acostumá-los ao ambiente, talvez identificar alguma coisa. É então que vejo Liza a minha frente, em pés e os braços cruzados enquanto analisa a situação. Imediatamente me lembro de onde estou. Meus olhos se arregalam e meu coração acelera. Fecho os olhos, desejando que eu esteja em meu quarto e que Liza veio apenas me acordar. "Que eu esteja em meu quarto, que eu esteja em meu quarto, que eu esteja em meu quarto...". Devagar, estico os olhos para o lado e vejo o que faz meu coração acelerar e o peito doer. Bruno, deitado, inspirando profundamente.
- Ai, não... – Resmungo, fechando os olhos novamente.
Me amaldiçoo e me xingo mentalmente. Caralho! Que ódio! Eu prometi a mim mesma que não iria dormir com ele. Qual o meu problema?! Eu sou uma idiota!
- Se xingando mentalmente? – Pergunta Liza, levantando uma sobrancelha.
Olho para ela e tento sorrir, sentindo minha dignidade ir por água abaixo. Liza suspira, e, logo, depois... grita.
- ACORDA!
Me assusto e quase grito novamente. Bruno também se assusta e parece acordar. Ele cerra os olhos, olhando ao seu redor exatamente como eu fiz. Quando ele vê Liza e também percebe a cena, seus olhos se arregalam e o desespero parece tomar conta do seu rosto. Ele olha para mim tão confuso como nunca. A cena chega a ser engraçada, mas não consigo rir. Fecho os olhos, novamente sentindo vergonha.
- O que... – Ele sussurra, parecendo tentar encaixar peças de um quebra-cabeça. Ele olha para mim, depois para a cama, depois para Liza e para si mesmo.
Ele franze as sobrancelhas, e tapo o rosto, desejando que eu ainda esteja sonhando.
- Que horas são? – O ouço perguntar, a voz um tanto rouca.
- 6:45. O que aconteceu aqui? – Liza cerra os olhos, nos analisando. – Vocês...? – Ela aponta para nós e levanta as sobrancelhas.
- NÃO! – Quase gritamos, em uníssono.
Então, Bruno olha para mim, agora o terror parecendo percorrer seus olhos.
- Espera. Nós...? – Ele faz uma careta, talvez tentando lembrar de algo. De repente ele olha para si mesmo, confirmando se está vestido ou não. – Nós...?
- Não, claro que não! – Quase grito novamente, agora bufando. – Eu só... só acompanhei Bruno até aqui. Ele estava bêbado, e o ajudei a se deitar.
- E se deitou também? – Liza levanta as sobrancelhas.
- Olha, não foi ideia minha, e eu não me orgulho disso, ok? – Bufo novamente, esfregando minha testa. – Nós só dormimos. – Faço uma careta. – E por que caralhos eu estou te dando explicações?! O que você está fazendo aqui?!
- Vim acordar Bruno porque ele já está 1 hora atrasado e não atende seu celular. – Ela sorri, ironicamente. – Quando cheguei aqui e vi que a porta estava destrancada, achei que estivesse morto.
Massageio minha testa, ainda sentindo dor de cabeça. Faço uma conta rápida e percebo que dormi cerca de 2 horas. Na verdade, eu e Bruno dormimos por apenas 2 horas. Sinto como se não tivesse dormido nada, e penso que ele também. Deve estar exausto tanto quanto eu, ou até mais, por conta da bebida. Olho para o lado e vejo Bruno esfregando os olhos, seu rosto um pouco amassado e seu cabelo um tanto bagunçado. Minha nossa, ainda não acredito que dormi com ele.
- Vamos logo, Bruno! Você tem um voo! – Liza faz uma careta. – E está deplorável.
- Que dor de cabeça... – Ouço ele resmungar enquanto sai da cama.
- Apenas mais uma ressaca pra conta. – Diz Liza, sorrindo, como se sentisse bem em ver a cena.
Bruno olha para mim, mas evito contato visual. Estou me sentindo constrangida demais para isso. Então ele some de vista, talvez indo até o banheiro. Solto o ar que nem percebi que estava segurando.
- E você... – Liza aponta para mim, cerrando os olhos. – Não deveria estar aqui.
- Eu sei. – Bufo, novamente massageando minha testa. – Olha, não tô afim de bronca, então...
- O que eu estou tentando dizer é que... – Liza me interrompe, levantando uma sobrancelha. – Se você não quiser dar explicações à Jaqueline porque não estava no quarto quando ela acordou, é melhor ir... – Liza olha para seu relógio. – Agora.
Arregalo os olhos, me lembrando novamente do horário. Iríamos acordar as 7 horas. Minha nossa, devem faltar apenas uns 5 minutos para as 7. Sentindo o coração disparar, saio da cama num salto. Não me despeço de Liza muito menos de Bruno, apenas corro até o quarto ao lado. Abro a porta e vejo rapidamente se há alguém acordado. Na ponta dos pés, vou até meu quarto. É quando ouço alguns passos do lado de fora.
- Nossa, já acordada?
- AH! – Grito de susto ao ver Jaqueline apoiada na porta do meu quarto. Ela também se assusta, e penso que me safei por míseros segundos.
- Credo, Saphira! – Ela apoia a mão no peito. – Teve um pesadelo?!
- Acho que sim... – Resmungo, esfregando meus olhos e sentindo o cansaço me consumindo.
- Você parece exausta... – Ela faz uma careta, me analisando. – Dizem que alguns pesadelos sentimos como se fossem reais... Talvez você nem tenha conseguido descansar.
- Com certeza não... – Bufo, me sentindo realmente exausta.
- Bom, está de parabéns. Nem precisei te acordar hoje... – Jaque sorri, seu rosto ainda amassado por acordar agora. – Vamos, temos que nos arrumar para ir embora.
Não digo nada, apenas a vejo sumindo pelo corredor. Mais uma vez, bufo, me sentindo tão cansada. É quando Jaque volta até o quarto, me assustando pela segunda vez.
- Vamos logo!
- Ok, ok... – Resmungo, saindo do quarto um tanto atordoada. Ao finalmente chegarmos em casa, me sinto ainda mais exausta.
- Minha nossa, eu estou muito cansada. – Diz Jaque, jogando as malas no chão e deitando no sofá.
- Nem me fale. – Resmungo. – Preciso de uma ducha. E da minha cama.
- Vai lá, amiga. Vou desfazer as malas.
- Você é um anjo. – Digo, levantando e seguindo para o quarto, os pensamentos ainda me consumido.
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Too Good To Say Goodbye
FanfictionO amor é fácil. Deve ser fácil. Mas o caminho até ele pode ser difícil. Postagem da fanfic Too Good To Say Goodbye. Trabalho original e de autoria privada. Não será tolerado nenhum tipo de plágio.