Can't happen again

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Grito seu nome, cada vez mais alto e mais assustada. Saio de seu colo e, ajeitando meu vestido, me sento ao seu lado com o maior cuidado que consigo. Bruno continua tossindo sem parar, e faz um sinal com a mão para eu esperar. Apoio minha mão em suas costas e espero, angustiada, sem saber o que fazer, me sentindo... desesperada. Depois de cerca 1 minuto, o que, no caso, pareceu ser uma eternidade, a tosse cessa gradativamente, e Bruno parece se acalmar. Quando o silêncio volta a reinar, Bruno me olha com uma expressão tão frustrada e constrangida que sinto meu coração se partir, mas, ao mesmo tempo, sinto a preocupação me consumir. Só percebo que já chegamos em casa quando o chofer anuncia.
- Saphira, eu...
Antes de continuar a falar, Bruno volta a tossir. Dessa vez a tosse não vem tão intensa como antes, mas mesmo assim, muito ruim.
- Mas que merda, Bruno, é sempre assim?! – Digo, tentando ajuda-lo.
- Não, as vezes é pior. – Diz ele, entre tossidas.
Então, de repente, aquele sentimento horrível recai sobre mim. Bruno está com câncer, e o que eu estou fazendo? Ou, pior, o que ele está fazendo para mudar isso?! Enquanto estamos indo em Grammy's e ensaiando, Bruno está... mal. Muito mal. Às vezes é fácil esquecer por alguns segundos o que se passa com ele, devido a sua energia e saúde aparentes. Porém, quando me lembro, é sempre uma sensação horrível. Minha nossa, o que eu faço?!
- Bruno, você precisa ir ao hospital. – Digo, já me posicionando melhor no carro.
- Não, não preciso, tenho medicamentos em casa.
- Bruno... – Digo, já entre lágrimas ao vê-lo sofrendo dessa maneira. – Você precisa ir ao hospital.
- Não, Saphira, não preciso. – Diz ele, ainda tossindo. Cada tossida dele é como uma facada em meu peito.
- Bruno, por favor... – Digo, sentindo o desespero me consumindo. – Você precisa ir...
- DROGA, SAPHIRA! JÁ DISSE QUE NÃO!
Quando Bruno grita comigo, já estou chorando de soluçar. Sinto como se levasse um tapa na cara. Eu nunca... nunca o vi dessa forma. Esse não é o Bruno que estava comigo até algumas horas atrás, me elogiando, sorrindo para mim e segurando minha mão mesmo quando não precisava. Esse Bruno que está aqui, agora, se parece muito mais com aquele que me ignora, que me evita, que simplesmente está pouco se lixando para minha existência. Qual Bruno é o verdadeiro nessa história, afinal? Qual deles realmente é ele? Qual deles prevalece? Sinto um arrepio percorrer meu corpo ao perceber que não sei a resposta para essas perguntas.
Agora mais amargamente, as lágrimas teimam em continuar rolando. Ainda tossindo, ele se curva no banco, e sinto que meu coração irá se partir. Quero estar aqui, cuidando dele da melhor forma possível. É como se fosse além de uma vontade, mas uma necessidade em ajuda-lo, a cuidar dele, porém ele não parece querer o mesmo, e isso dói.
- Você precisa descer. – Ele diz, sério demais.
- Não, eu não vou descer. – Engulo o choro, tentando me concentrar. – Eu vou te ajudar.
- Saphira, pelo amor de Deus... – Ele tosse um pouco mais, sua voz já rouca. – Eu realmente preciso que você desça. Agora!
Quando ele grita novamente, sinto meu coração se estilhaçar. Antes que Bruno fale alguma coisa, antes que ele tenha a chance de gritar comigo de novo, abro a porta do carro e saio correndo. Correndo por desespero. Fecho a porta bruscamente e entro em casa. A luz do dia penetra por toda a sala. Escorrego minhas costas pela porta e me sento o chão, deixando a dor fluir em mim como uma cachoeira. Choro tanto que sinto as lágrimas queimando meu rosto. Sinto tristeza, raiva e frustração. Tudo de uma vez, me consumindo. Tento pensar em tudo o que está acontecendo, mas só o que faço é chorar ainda mais. Chorar muito, até... dormir.

Com a luz do dia batendo em meu rosto, abro os olhos e imediatamente me arrependo de faze-lo ao senti-los queimar. Sentada no chão da sala, olho ao redor, tentando imaginar quanto tempo eu dormi aqui. De repente, a dor de cabeça me atinge em cheio. Depois de alguns minutos acostumando meus olhos com a claridade do dia, tento me levantar. Sinto dificuldades, principalmente pelo corpo estar todo dolorido. Além de dormir no chão, estava numa posição horrível, ainda sentada e encostada na porta. Devagar, me levanto, gemendo de dor. Coço meus olhos mais uma vez e, antes de tomar um analgésico, com muito esforço, vou até o banheiro.
- Puta que pariu... – É o que eu digo quando vejo meu reflexo. Estou com o cabelo todo emaranhado, meu rosto todo borrado de maquiagem e os olhos tão inchados que parecem terem sido esmurrados. A completa imagem da derrota. – Mas que merda é ess...
Como um flash, todos os detalhes de provavelmente algumas horas atrás passam pela minha cabeça, e meu momento com Bruno no carro vem como uma facada em meu cérebro. Depois de raciocinar, abaixo a cabeça e desejo que tudo tenha sido um sonho. Desejo que, na verdade, ele simplesmente tenha me deixado em casa, que tenhamos nos despedido, que ele tenha implorado para eu ficar mais um pouco, que tenha me beijado, e eu tenha entrado em casa, sorrindo para ele. Sem tosses. Sem Bruno gritando. Sem Saphira chorando. Queria que fosse verdade. Queria que tivesse sido assim.
Mas não foi.
Sei que o que aconteceu não foi um sonho, e isso é o que mais dói.
Vou até a cozinha, tomo o remédio e entro no chuveiro. Quando saio, seco meu cabelo com a toalha e me sinto... cansada. E triste. Penso em Bruno, penso em tudo o que aconteceu e tudo o que sinto é vontade de chorar novamente. Minha nossa, como vou conseguir olhar pra ele hoje?!
Peraí...
Hoje?
Hoje é segunda, certo?
Temos ensaio...
CARALHO, QUE HORAS SÃO?!
Corro para o celular e descubro que são exatamente 16:37, ou seja, já estou 1 hora e 37 minutos atrasada para o ensaio. Olho rapidamente o celular e noto milhões de notificações e mensagens de Phil me perguntando onde estou. Merda!
Mais que rápido, visto qualquer roupa que encontro pelo caminho enquanto pego alguma coisa pra comer. Coloco minhas coisas dentro da bolsa e, chamando para um táxi, fecho a casa. Prendo meu cabelo ainda úmido e torço para ele não ficar tão ruim. Quando sento no banco do táxi e informo o endereço, abro minha bolsa e como o sanduíche que, por sorte, estava pronto na geladeira. Consigo respirar, agora mais calma, mas imediatamente o desespero e a ansiedade tomam conta de mim. Como conseguirei olhar para Bruno agora? Pior: como ele deve estar? Será que se recuperou? Será que está... bem?

- Nossa, você está péssima. – É o que Liza diz quando me vê chegando no prédio.
- Vai se foder. – É o que eu digo, intencionalmente mal-humorada.
- Hm. – Liza sorri, como se tivesse recebido um elogio. – Quando tiver um tempinho, leia sobre o Grammy, acho que vai gostar. – Ela pisca para mim quando o elevador chega.
Franzo as sobrancelhas, desconfiada de sua expressão, e, sem perder mais tempo, subo para o salão, deletando Liza de minha mente.
- De novo! 1, 2, 3, 4! – É o que ouço quando abro a porta e vejo todos ensaiando.
Quando entro no salão, impressionantemente, graças aos céus, é como se ninguém me notasse, tamanha é a concentração para o ensaio. Rapidamente corro meus olhos pelo local e encontro Bruno cantando. Imediatamente sinto alívio. Se ele está aqui, quer dizer que melhorou, ou que pelo menos não está mais tossindo tanto. Então, caminhando cuidadosamente, vou até meu microfone. Trisha me olha com uma expressão de nojo enquanto os meninos estão ensaiando a entrada de Finesse. Ao ajustar meu pedestal, percebo eles me olhando de uma forma um tanto séria. É, parece que eles perceberam meu atraso. Ok, Saphira, nada de crise agora. Se concentra, você tem uma turnê pra participar. Você chegou atrasada no trabalho, tudo bem, é normal, não é? Quem nunca chegou atrasado no trabalh...
- Nossa, onde você dormiu? Em cima do tapete vermelho? – Pergunta Trisha. Me assusto ao ouvi-la falando comigo.
- Como é? – Franzo as sobrancelhas.
- Isso mesmo que ouviu. Dormiu em cima do tapete vermelho? Só isso justifica essa aparência...
Cerro os olhos e a encaro por um momento. Eu definitivamente não estou em um dia bom, e, óbvio, minha aparência demonstra isso, e, também óbvio, ela deve ter assistido ao Grammy e deve ter me visto pela TV. Olho para ela e sorrio, segurando a raiva e me poupando de responder a essa pergunta idiota e obviamente provocativa. Quanto menos eu falar, melhor. É isso. Hoje eu só vou cantar. Vou cantar, fazer minha parte e sair vazada.
- Não, não, não está bom! – Diz Bruno, parecendo irritado enquanto a música para. – De novo! – Assim, Eric dá a deixa na bateria e os instrumentos recomeçam.
- O chefinho tá bravo hoje... – Continua Trisha, enrolando uma mecha de cabelo em seu dedo e olhando Bruno com um sorrisinho nos lábios. – Você saberia disso se não tivesse chegado atrasada. Ah, aliás, ele estava maravilhoso ontem, não estava?
Ao invés de responde-la, continuo com uma expressão de paisagem no rosto, respirando fundo e contando até dez, fingindo não ouvir.
- Ah, tenho que confessar, seu look estava incrível. Dolce&Gabbana? Uau! – Ela sorri, como se estivesse animada. Eu acreditaria, se soubesse que não é pura encenação. – Mas, me conta, o que fez para conseguir aquilo? Quanto custou? Uma noite com o chefe, talvez?
Não sei qual minha expressão agora, mas posso apostar que a raiva está exposta em meu rosto. Sinto a adrenalina começar a correr pelas minhas veias.
- Bom, pensando bem, você não deve ter dormido em cima do tapete vermelho, mas na cama dele, não é? Por isso ele tá tão de mau humor, tadinho...
Trisha ri provocativamente. É quando eu não aguento mais. Quando percebo, meu coração está acelerado e meus punhos estão fechados. Posso jurar que mais um pouco e eu soco o rosto dela.
- Por que você não vai se f...
Já estava pronta para dizer coisas inapropriadas para ela, mas, de repente, ela me dá um sorrisinho e, cortando meus pensamentos, começa a cantar nossa parte do backing em Finesse, e eu, como estou desnorteada com suas provocações, não consigo me situar, ficando perdida na música. Bruno imediatamente percebe que não estou cantando, e pede para todos pararem.
- O que está acontecendo, Saphira? – Pergunta ele, de uma forma nada agradável.
- Ã... – Olho para Trisha e ela está com o olhar de cordeirinho mais falso do mundo. Uma víbora não seria tão peçonhenta quanto essa garota. Ela armou para mim, foi isso? Ela ficou me enchendo pra eu perder a entrada da música? Penso bem e chego à conclusão de que não posso ser uma criancinha do jardim de infância que reclama para a professora que o infeliz coleguinha de classe a está provocando, então, simplesmente, engolindo a raiva, respondo: – Nada.
- Ótimo. Peço que preste atenção em suas partes da música. Temos pouco tempo de ensaio, e, obviamente, chegar atrasada não está nos planos... – Diz Bruno, tentando, de forma impossível, ser agradável nas palavras.
Trisha dá um risinho silencioso e sinto a raiva crescer novamente, e tento, com todas as minhas forças, segurá-la.
Quando me acalmo, mesmo que um pouco, respiro fundo e começo a pensar sobre a situação. Bem, talvez entenda essa idiotice de Trisha. Eu fui para o Grammy como uma integrante dos Hooligans, enquanto ela deve ter ficado em casa assistindo pela televisão, quando, na verdade, também faz parte da nossa equipe. Acho que eu também ficaria chateada. Bem chateada. Ok, eu a perdoo mentalmente. Mas só mentalmente.
E obviamente nem eu e nem Bruno estamos num bom dia. Eu quero conversar com ele sobre o que aconteceu, mas me sinto... chateada, triste, e mais coisas que não sei dizer. Eu nem sequer consigo olhar para o rosto dele.

- Ok, pessoal, por hoje é só. – Diz Bruno, enxugando a testa com uma toalha. – Como sabem, temos praticamente um mês para o início da turnê, então o próximo ensaio será na minha casa, no estúdio de lá. Boa noite.
Quando começo a pegar minhas coisas para sair o mais rápido que posso, ouço uma voz tão familiar chamar pelo meu nome. Sinto um arrepio percorrer meu corpo.
- Saphira. – Chama Bruno, ainda enxugando a nuca com uma toalha. Olho para ele, um tanto desnorteada. – Pode vir aqui um minuto?
- Ã... – Olho para Trisha, que parece tão sem entender quanto eu. Olho para Bruno de novo e sorrio, um tanto sem graça. – Claro.
Ao caminhar em sua direção, sinto minhas mãos suarem, e é como se eu estivesse indo em direção ao matadouro. Ok, calma, Saphira, se concentra. Só ouve o que ele tem pra falar, e, independente do que seja, tente entender o que aconteceu ontem. Só isso. É fácil, não é? Calma, respira.
- Nossa, a música tá ficando muito bo...
- Sobre o que aconteceu ontem... – Começa Bruno, me interrompendo enquanto eu tento puxar um assunto qualquer. Ele me olha nos olhos de uma forma fria, como nunca me olhou antes. Sinto meu coração murchar, a fogueira nele se apagar. Não vejo meu rosto, mas aposto que está pálido.
- Ã... – Digo, um tanto sem graça e colocando as mãos nos bolsos da calça, pensando no que falar. – Você parece... bem. Que bom que está melhor.
Sorrio genuinamente, realmente me sentindo feliz por ele parecer bem. Ele não diz nada, apenas me encara com uma expressão indecifrável.
- Não pode mais acontecer. – Ele diz, sério. – O que aconteceu entre nós no carro... Não pode mais acontecer.
Me sinto surpresa ao ouvir isso. Achei que iria reclamar de meu atraso no ensaio, mas não. É ainda pior. Quando ele olha para mim, vejo um resquício de fogo em seus olhos, como se essa lembrança despertasse algo nele, mas logo depois eles se esfriam novamente. Espero que Bruno vá dizer mais alguma coisa, mas ele simplesmente fica em silêncio, me encarando, obviamente esperando uma resposta.
- Ã... – Engulo em seco, tentando pensar no que falar. – Eu achei que você... Bom, não sei... Eu achei que...
- Você achou o que, Saphira? – Pergunta Bruno, de uma forma brusca. Sinto mais uma vez uma facada no peito. Por que ele está agindo assim?! Nunca o vi dessa forma.
- Achei que você... achei que... achei... – Abaixo a cabeça e simplesmente não consigo falar. Eu busco as palavras, busco o raciocínio, mas nada me vem.
Quando penso que estou à beira do precipício, um pensamento cortante me vem à mente. Será que, novamente, irei sofrer por Bruno como sofri antes? Será que realmente ele não sente o que eu sinto por ele? Será que eu estava enganada sobre ele estar curtindo e retribuindo minhas atitudes esse tempo todo? Só em pensar sinto meu estômago embrulhar.
Olho para Bruno novamente e noto seu maxilar contraído. O encaro por alguns instantes, e posso ter certeza de que esse não é Bruno. Não, não pode ser. Meu coração começa a bater mais forte dentro de mim, encontrando, talvez, esperanças. Da mesma forma de que esse não é Bruno, essas palavras que saem de sua boca não são verdade. Não podem ser.
- Achei que você estava gostando. – Digo. O pego de surpresa quando digo isso.
- Não importa. – Diz ele, com certa... angústia na voz. – Quer dizer... Olha, isso não pode mais acontecer. Estamos trabalhando juntos, e eu acho melhor esse tipo de coisa entre nós não voltar a acontecer. Só...esquece isso. Isso... – Ele faz um sinal discreto entre nós dois. – Isso tem que acabar.
Me sinto... baqueada pelas palavras, com certeza. Mas algo não parece... encaixar. Olho mais uma vez no fundo de seus olhos e posso ter certeza de que ele não está acreditando em suas próprias palavras. É como se ele tentasse mais convencer a si mesmo do que a mim. Tenho certeza de que importa para ele da mesma forma que para mim. Está acontecendo alguma coisa da qual Bruno não quer me contar. Por algum motivo, sei que isso que ele está dizendo não é verdade. De alguma forma, sinto que esse "não importa" é da boca pra fora, principalmente quando olho para ele mais uma vez e vejo seus olhos brilhando, talvez implorando para que eu não acredite nisso. Sorrio e tento confiar em meus instintos.
- Ok.
- Ok? – Pergunta ele, franzindo as sobrancelhas e parecendo confuso. Obviamente está surpreso por eu, inesperadamente, aparentar levar tudo numa boa.
- Ok. Só isso? – Cruzo os braços, ainda sorrindo. Ele continua com uma expressão séria, atônita, parecendo... não acreditar.
- Ã... sim... É... É só isso.
- Ótimo. Uma última coisa... – Digo, sorrindo. – Se você gritar comigo de novo, juro que vou socar sua cara.
Levanto uma sobrancelha depois de dizer isso. Bruno parece surpreso. Depois, noto um início de sorriso em seu rosto. Sorrio para ele.
- Tenha uma boa noite.
Me viro, pego minhas coisas e saio pela porta. Ao olhá-lo pela última vez, posso jurar que seu maxilar está contraído, e seu rosto aparenta... angústia. Sinto meu peito apertar, mas tento me acalmar. Bruno claramente não está bem, tem algo acontecendo, e irei descobrir o que é.

- Ai. Meu. Deus. Fala que você ainda não viu isso. – Diz Jaque quando abro a porta de casa. Ela está sentada no sofá, com o notebook em seu colo.
- Ã... Vivendo no século 21, acho muito improvável nunca ter visto isto. – Aponto para o notebook.
- Não, sua idiota, não isso. – Diz Jaque, rindo. – Isso.
Jaque vira o notebook para que eu possa ver, e, ao chegar perto, sinto meu coração disparar.
- Mas que...?

"Saphira Almeida, nova backing vocal de Bruno Mars e nova contratada da Atlantic Records, conquistou corações no tapete vermelho de ontem."

É a manchete que encontro na tela do notebook. Rolo para baixo e encontro inúmeras fotos minhas, de todos os ângulos, e, sinceramente, não dá para acreditar que sou eu. Talvez seja o fotógrafo, ou talvez a edição, mas estou parecendo tão elegante em todas elas, tão... bonita. Minha nossa, não dá pra crer...
- Mas que merda é essa?! – Pergunto para Jaque, com os olhos arregalados, enquanto me ajoelho no tapete para poder ver melhor a tela. Ela ri alto.
- Calma, amiga, tem muito mais...
Jaque e eu passamos quase uma hora lendo manchetes e notícias de sites de famosos e de fofocas. As que eu aparecia, na maioria, falavam sobre o vestido que usei, sobre meu contrato com a Atlantic Records e sobre minha participação nos trabalhos de Bruno. Todos os sites de fofoca brasileiros me mencionaram, falando sobre orgulho em agora haver uma integrante brasileira na banda de Bruno. Me sinto muito feliz por isso, por saber que estou representando meu país num trabalho tão reconhecido como é o de Bruno.
Porém, algumas matérias em específico me fazem arregalar ainda mais os olhos.
- O QUE?! – Grito ao ler, quase pulando do sofá.

"Novo romance no ar? Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, então, me digam... Por que não?"

Embaixo dessa mesma manchete, uma foto minha e de Bruno, na qual eu estou posando para as fotos, olhando para a frente, e Bruno está ao meu lado, seu braço passando pela minha cintura, mas ao invés de também sorrir para as fotos, está me olhando, como se estivesse... vidrado em minha imagem. Se fosse uma foto de pessoas desconhecidas, eu poderia jurar que é um casal.
- Ai, minha nossa... – Apoio a mão no peito, sentindo-o doer um pouco.
- Pois é, amiga. Bruno parecia estar obcecado por você. – Jaque dá de ombros e sorri. – Não só ele como todo mundo...
Não respondo nada, apenas sinto meu coração acelerado. Rolo para baixo e vejo mais uma notícia parecida com a anterior.

Too Good To Say GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora