Quero... você

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Saphira ON

A virada de ano foi muito boa. Passei novamente com minha família, e, dessa vez, não foi tão estressante como o Natal. Aliás, dia 1 é aniversário de Liza, então me programei para enviar um presente. Antes de ir para o Brasil, entreguei o presente de Liza para Max, para que ele entregasse para ela. Fiquei receosa por dar um porta-retratos, afinal, Liza é a mestre nos presentes, e o que mais clichê do que dar porta-retratos?! Mas não adianta, aquela foto ficou tão linda, expressou um sentimento tão verdadeiro, que tive que presenteá-la com ela... Sei que foi o presente certo.
Jaqueline já está bem à vontade com minha família, até aprendeu algumas frases em português e, por mais impressionante que seja, até ela está sentindo em ir embora. Jaque diz ter adorado especialmente a comida de casa, já que minha mãe sempre exagera na quantidade, e minha família sempre está reunida para churrascos. Contei para ela sobre a pulseira de safiras que Bruno me entregou, mas não sobre o convite da tal conversa... Tenho certeza de que ela iria fechar a cara para mim ao saber que estou pensando na possibilidade de aceita-lo, então, decidi guardar a informação só pra mim, até que eu decida o que fazer.
- Ai, meu Deus, já estou sentindo sua falta. – Diz minha mãe, nos deixando no aeroporto com lágrimas nos olhos.
- Para de dizer isso... – Também chorando, a abraço forte.
- Se cuida, por favor. – Continua minha mãe. – Coma bem, tenha cuidado e... viva.
Quando ela diz isso, a olho nos olhos. Ela sorri, arrumando uma mecha de meu cabelo.
- Não esqueça de viver, nunca. Nossa vida é muito curta. Aproveite toda e qualquer oportunidade, assim como tantas que você já aproveitou.
As palavras de minha mãe me atingem diretamente, e sinto como se meu coração fosse abraçado.
- Minha filha, nós te amamos. – Diz meu pai, me abraçando, e logo depois minha mãe e meu irmão o acompanham. Um abraço grupal que faz meu coração apertar, e choro mais ainda. – Não chore, se quiser pode ficar por aqui... Seu quarto sempre estará disponível. – Completa meu pai quando já estou me debulhando em lágrimas.
- Não, tudo bem, eu realmente preciso ir... – Seco os olhos e respiro fundo. – Eu amo muito vocês, e não passo um dia sequer sem pensar nessa família incrível que tenho. – Sorrio. – Prometo voltar mais vezes, ok?
- Faça isso, por favor. – Diz minha mãe, ainda chorando. – E você, Jaqueline, é nossa filha também. Quero você sempre com Saphira quando ela voltar. Nós também te amamos e somos gratos por ser essa amiga maravilhosa para nossa filha. – Minha mãe diz isso e a abraça. Jaque deve ter entendido o mínimo, mas mesmo assim retribui o abraço, e também chora um pouquinho. Depois de meu pai e minha mãe, é a vez de Gabriel vir ao meu encontro.
- Preste atenção porque não vou repetir isso, mas... – Ele sorri, e vejo seus olhos marejando. – Eu te amo e sinto muito a sua falta.
- Eu também... – Choro novamente, soluçando e o abraçando. – Se comporte, ok? Seja um bom menino e estude muito.
- Vou tentar. – Ele pisca, provavelmente para tentar disfarçar o choro. Sorrio, apertando sua bochecha, um costume que sei que nunca vou perder. – Cuida bem do meu amigo em Los Angeles, ok?
- Que amigo? – Faço uma careta.
- Bruno Mars, é claro! – Gabriel levanta as sobrancelhas, como se fosse óbvio. Rio alto.
- Parece que vocês se deram bem... – Comento, acariciando seu cabelo.
- Ele é demais. – Gabriel sorri, parecendo... encantado. – E está me devendo uma partida de Guitar Hero.
- Vou lembra-lo dessa dívida. – Sorrio, novamente o abraçando.
De repente, o aviso de que o voo está saindo começa a soar, e, mais que rapidamente, eu e Jaque corremos para o check-in. Antes, um último abraço e mais choro.
- Eu amo vocês... – Digo, chorando enquanto corro com as malas.
- Nós também. – Minha mãe diz, mandando beijos.
E, ainda chorando, entro no voo de volta a L.A. E não consigo parar de chorar por muito tempo. Sinto que deixei meu coração ali, com meus pais, e que não vejo a hora de voltar para buscá-lo.

...

- Minha nossa... – Diz Jaque quando chegamos em casa. – Finalmente. Eu estou exausta!
- Eu também. Vamos abrir essas janelas, urgente. O ar daqui tá parado faz 11 dias, desse jeito vamos ter uma intoxicação.
Depois de rir de meu exagero, Jaque abre as janelas.
- Sabe, amiga... – Começa ela. – Eu simplesmente amei essa experiência. Sua família é incrível, e passar esse tempo com vocês foi... único. De verdade, eu amei. Me leve de novo na próxima vez, por favor.
- Mas é claro, amiga. – Digo, sorrindo. – Não vejo a hora de voltarmos. É o melhor lugar do mundo, pra mim.
De repente, alguém toca a campainha e meu coração dispara. Arregalo os olhos, meu corpo congelando no lugar. Minha nossa, e se for Bruno?! Será que ele veio me buscar? Olho para Jaque com os olhos arregalados, e ela ri.
- Credo, Saphira. Tá esperando a morte?! – Ainda rindo, ela vai atender.
Sinto o alívio tomar conta de mim quando vejo Brian na porta, e minha amiga, como uma adolescente, corre para abraça-lo. A cena é tão linda que deixo os dois a sós, matando a saudade. E, como sempre, os pensamentos me consumindo.

Too Good To Say GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora