So good

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- Bom dia. – Digo, ao ver Bruno abrindo os olhos.
Ele os esfrega, acostumando-os com a luz. Diferente de mim, parece ter dormido bem. Devo ter dormindo, talvez, umas três horas, e depois não consegui mais tirar minha atenção dele ao meu lado.
- Bom dia... – Ele respira fundo. – Que horas são?
- 8:47.
- Droga, dormi como uma pedra... – Ele chega mais perto e posso sentir o cheiro de seu perfume. Respiro fundo, sentindo o aroma me invadir.
- Como está se sentindo? – Pergunto, apoiando uma mão em sua testa. Nada de febre.
- Ótimo. Bem melhor. – Ele tenta um sorriso, mas sei que está frustrado. – Olha, me desculpe por ontem, eu...
- Não se desculpe. Não por isso. – O interrompo, tentando um sorriso e acariciando seu cabelo.
- Desculpe, só estou... sem graça. – Ele me olha e posso ver o desapontamento em seu rosto.
Meu coração chega a doer vendo-o assim. Foi angustiante tê-lo visto daquele jeito, mas, segundo doutor Stuart, é normal que as crises se intensifiquem um pouco, principalmente quando estamos chegando cada vez mais perto do dia da cirurgia. Segundo ele, só devíamos seguir para o hospital caso Bruno não conseguisse se recuperar, o que felizmente não aconteceu. Mesmo que eu tenha ligado para ele, desesperada, Bruno parece estar bem agora.
- Como foi o final da noite? – Bruno pergunta.
- Tomei um banho, me vesti, comi um pouco, bati um papo com a Rita e depois vim dormir.
- Sobre o que conversaram?
- Nada demais... – Prefiro evitar o assunto. – Acho que nós duas precisávamos de companhia.
- Que bom que se dão bem. – Bruno sorri. – Como foi o evento?
- Parabéns... – Digo, agora sorrindo. – Ganhou dois prêmios. Melhor Artista Masculino R&B/Pop e Vídeo do Ano, que dividiu com Beyoncé.
- Dividiu? – Bruno franze as sobrancelhas.
- É. Parece que ficaram na dúvida entre 24k Magic e Sorry, então, os dois ganharam. – Sorrio. Bruno parece... orgulhoso.
- E os meninos?
- Phil disse para eles que você estava passando mal e precisou ir embora. Sem questionamentos.
- Que bom... – Bruno sorri, parecendo mais tranquilo. – Alguém viu o que aconteceu?
- Não. Exceto eu e Phil, claro.
- Inferno... – Ele resmunga. – Às vezes me sinto uma droga de um inútil. – Bruno, de repente, me atinge com suas palavras.
- Por quê?! – Franzo as sobrancelhas e chego mais perto. Bruno parece soltar as palavras sem pensar, apenas desabafando.
- Porque... Porque eu não consigo mais fazer a única coisa que sei fazer na vida! – De repente ele parece irritado enquanto coloca o braço em cima dos olhos. – Eu não consigo mais dançar, não consigo mais cantar sem sentir a porra da falta de ar. A porra da tosse. Droga, eu odeio tanto isso... – Ele coloca a mão na testa e percebo que está tremendo. – Eu não consegui... Droga, não consegui recuperar o fôlego, e aí você... Se não fosse você e o Phil... Se eu tivesse me tratado antes, se tivesse pelo menos me preocupado com minha saúde... Eu... Eu nem sei o que pensar.
- Não pensa nada. – Seguro em sua mão. – Não adianta pensar em nada disso agora. Nós vamos dar um jeito nisso, e é isso que importa.
Bruno fica encarando o teto por alguns instantes, totalmente perdido em pensamentos.
- Sabe... – Digo, massageando seus cachos. – Sua performance com os meninos foi incrível, mas... acho que deve reduzir um pouco a dança. Pelo menos por enquanto.
- É. – Bruno torce os lábios, parecendo angustiado. – Tem razão. – Agora, ele sorri, parecendo querer mudar de assunto. – Alguma sugestão de atividades?
- Por agora? Acho que um bom banho e um bom café da manhã já é um começo.
- Então vamos lá.


- Me conta alguma coisa sobre você. – Bruno diz enquanto estamos tomando café da manhã.
- Sobre mim?! – Franzo as sobrancelhas, surpresa pela pergunta. Apoio minhas pernas em cima de suas coxas. Ele começa a acaricia-las e me lembro mais uma vez do quanto amo isso.
- É!
- Acho que seria mais interessante começar por você... – Digo, sorrindo e mordendo um morango. – Não sou tão interessante assim.
- É, sim. – Ele diz, levantando uma sobrancelha. – Mas se quiser, posso começar. Me pergunta o que quiser.
- Hm... – Cerro os olhos, pensando e de repente me sentindo divertida. – Com quantos anos perdeu a virgindade?
- Tá de brincadeira comigo? – Bruno levanta as sobrancelhas e rio alto. – Acho que não foi boa ideia você fazer as perguntas...
- Vai, conta! – Ainda rindo, cutuco sua perna. Ele respira fundo, como quem realmente está contando um segredo.
- 17.
- Jura?!
- E foi horrível, se quer saber. Estávamos na casa dela, e demorei alguns minutos até colocar a camisinha e achar o buraco, se é que me entende.
- O QUÊ?! – Não consigo conter a surpresa e o riso.
- Pois é. A garota estava nua na cama, com os braços cruzados, e me olhando tipo: "vai demorar?", e eu estava tipo: "cara, acho que não vou conseguir fazer isso". Ela me ajudou, mostrando o caminho, mas foi bem difícil...
- Meu Deus... – Engasgo levemente com o morango. Tomo um gole d'água e rio alto.
- Quando terminamos eu vesti a roupa e apertamos as mãos. Apertamos as mãos. Como dois malditos empresários. Apertamos as mãos! – Bruno começa a rir junto, parecendo mais empolgado, e meu abdômen começa a doer. Ele faz gestos ainda mais engraçados. – Droga, não foi minha culpa se eu estava nervoso! Os pais dela poderiam chegar a qualquer momento! Além disso aquele maldito cachorro não parava de arranhar a porta. – Enquanto ele fala, não consigo parar de rir. – A garota nunca mais falou comigo, e ainda colocou o cachorro dela para correr atrás de mim quando tentei ir até sua casa pedir desculpas pelo que aconteceu.
- Para! Para! Socorro... – Digo, apoiando a mão no abdômen e ainda rindo.
- Acho que ela não era virgem. Ela tinha minha idade e jurou para mim que era! Mentirosa. – Bruno faz uma expressão séria e rio ainda mais. – E a coisa toda durou, tipo, 10 minutos.
- 10 minutos?! – Lágrimas escorrem de meus olhos e tento recuperar o fôlego.
- Acho que ela fingiu o orgasmo... – Bruno coça o queixo, parecendo refletir.
- Tá, ok. – Digo, tentando respirar normalmente e sentindo aquele embrulho na barriga de tanto rir. – Essa garota é uma cretina. Botar o cachorro pra correr atrás de você?! Isso foi ridículo.
- Por sorte não levei uma mordida no traseiro.
Olho para Bruno, e, rindo pela última vez, respiro fundo.
- Você pelo menos usou uma cueca bacana?
- Qual adolescente de 17 anos tem uma cueca bacana, exceto Justin Bieber? – Bruno levanta as sobrancelhas, como se fosse óbvio. Rio de novo.
- Justin Bieber não tem mais 17 anos.
- Sério?! – Ele realmente parece surpreendido, o que me faz rir de novo.
- Ok, essa foi a pior história da primeira transa que já ouvi na vida.
- Por favor, me diga que a sua foi pior. Preciso de uma consolação. – Bruno diz, ainda rindo.
- Não foi muito boa, mas nada comparada a sua. Você deveria escrever um livro só sobre esse dia. Eu compraria. E leria. Com certeza, eu leria. – Seco as lágrimas dos olhos ainda rindo um pouco. – Eu tinha 18 anos. O rapaz era legal, até. Nada demais. – Sorrio.
- Próxima pergunta, então.
- Ok, vamos lá... – Respiro fundo, tentando parar de rir e pensar em alguma coisa. – O que você gostaria muito de ter mas nunca conseguiu?
Por mais incrível que pareça, Bruno parece ter a resposta na ponta da língua.
- Uma porcaria de uma barba.
- Quê?! Tá brincando?! – Começo a rir de novo. Ele olha para o horizonte enquanto passa a mão no queixo novamente. A cena é mais engraçada do que posso descrever.
- Sabe o que é esperar dois meses sem fazer a barba e no final só ver um bigode e alguns poucos pelos espalhados pelo rosto? – Ele parece sério enquanto seguro a risada. – Eu olhava todo dia para o espelho para ver se mais algum fio tinha crescido, e, adivinha? Nada. Me imagine com uma barba... Ficaria tão másculo quanto Chris Evans, ou talvez Robert Downey Junior.
- Robert Downey Junior usa bigode e cavanhaque.
- Então eu seria uma versão melhorada. – Ele sorri, e eu rio alto. – Acho que eu ficaria mais parecido com Phil, o que acha?
- Ã... Acho que não... – Rio. – O que Phil tem de barba, você tem de cabelo. A careca de Phil até reluz. – Digo e Bruno gargalha. – Pra mim está ótimo, assim. A barba taparia essas covinhas que você tem.
- Tem razão... O que seria de meu charme sem minhas covinhas?! – Ele levanta uma sobrancelha, como me dando toda a razão. Rio.
- Tá vendo? Não tem nada pra melhorar em você. Acredite.
- Nem meu tamanho? – Bruno sorri e rio de sua pergunta. – Tipo, não gostaria de acrescentar umas pernas tipo Taylor Swift?
- Não! – Rio alto. – Você é muito idiota... – Digo, rindo tanto que me dói a barriga. Respiro fundo. – Ok, próxima pergunta. – Pigarreio. – Como você se sentia quando criança? Quer dizer, você já era uma celebridade, né? Você entendia tudo isso? Entendia o que estava acontecendo?
- Na verdade, não. – Bruno ri, e vejo que está tentando se lembrar. – Era diversão para mim, na verdade. Não que agora não seja, mas com 4 anos eu não tinha um pingo de preocupações...
- Você parecia se divertir muito. – Rio. – Aquela entrevista com Pauly Shore...
- Ah, não, essa entrevista... – Bruno apoia a mão na testa e começo a rir.
Depois que o conheci, pesquisei muito mais sobre sua vida, e vi vários vídeos dele quando criança. Morri ainda mais de amores enquanto assistia, principalmente essa entrevista, na qual ele dança e tenta ensinar a Pauly Shore alguns passos de dança, como o Moonwalk.
- Pode não parecer, mas eu era uma criança muito tímida.
- Tá brincando?! – Levanto as sobrancelhas.
- Juro! Nos palcos eu me soltava, mas quando tinha que falar em frente às câmeras... Era horrível. – Bruno ri e eu também.
- Ah, qual é! Você dançando Michael Jackson de chinelos rosas foi ÉPICO!
- ERAM OS CHINELOS DA TIARA! – Bruno começa a gargalhar, como agora lembrando desse detalhe. – Eu não achava os meus, aí minha mãe disse para eu pegar qualquer um. Bom, foi o único que encontrei. Aqueles chinelos... Renderam uma briga com minha mãe e uma surra de Tiara. Ela amava aquele par de chinelos. – Bruno ri e faço o mesmo.
- A entrevista com Steve Pool foi uma graça também... Você e sua família andando de bicicleta, você jogando bola com seu pai e suas irmãs, sua mãe toda orgulhosa observando...
- Eram bons tempos. – Bruno suspira, parecendo... nostálgico. – Passamos por tanta coisa, mas, como meu pai disse na entrevista: "A família que toca junto, permanece junto". Era mágico quando eu, meu pai e minha mãe subíamos no palco juntos. Estamos longe um do outro agora, em todos os sentidos, mas, de certa forma, continuamos... juntos.
- Isso é lindo. – Digo, sorrindo. – Vocês pareciam muito unidos. É realmente emocionante ver seus pais dividindo o palco com você quando fazia o Elvis. Acredito quando diz que eram bons tempos.
- Eram, sim. – Ele sorri. – Agora... Próxima pergunta!
- Hm... – Cerro os olhos, agora pronta para provoca-lo. – É verdade que sua música preferida é The Lazy Song?
Colo os lábios para não rir. Bruno me olha com uma expressão tão engraçada que não consigo conter o riso.
- Nunca mais repita isso. – Ele diz, o que me faz rir ainda mais.
- Adoro essa sua implicância com essa música...
- Ah, é? – Ele faz uma careta, e gargalho.
- E também adoro suas músicas antigas, sabia? – Digo, ainda rindo um pouco.
- Ah, é? – Dessa vez ele levanta as sobrancelhas, parecendo surpreso.
- Sim. Lost, ou Voices In My Head, Press It, Dance In The Mirror, Again, Move On. Argh, eu amo Move On! É linda!
- É, eu até que sinto falta dessa época... Gravar minhas primeiras músicas foi uma experiência que nunca vou esquecer. – Diz Bruno, parecendo viajar em pensamentos. – Me faz lembrar do meu início de trabalho com Phil.
- A amizade de vocês é linda... – Digo, sorrindo.
- Phil é... incrível. Sinto que tive sorte em encontrar alguém tão talentoso e profissional como ele para trabalhar comigo.
- Phil é muito especial para mim, também. Algo nele cativa qualquer um. – Sorrio e Bruno faz o mesmo.
- E então? Mais alguma pergunta?
- Acho que por hoje é só. – Digo, tomando um gole d'água. – Vamos deixar mais para outras ocasiões...
- Bom, então a lista de coisas para fazer hoje é... – Ele finge estar lendo algo em suas mãos. – Parece que nada além de... sexo.
- Bruno! – Dou um chute em sua perna por ter falado alto demais. Rita não parece ter ouvido, considerando que está na cozinha.
- Esqueci algum item? – Ele cerra os olhos. Engraçadinho.
- Estava pensando... Se importaria em me ensinar a tocar violão?
Bruno levanta as sobrancelhas, surpreso pelo pedido. Depois, sorri.
- É claro que te ensino. – Quando ele afirma, sorrio largamente. – O que mais gostaria de aprender?
- Ã... dirigir, acho.
- O quê?! – Bruno, agora, parece ainda mais surpreso. – Espera... Está me dizendo que não sabe dirigir?!
- Não me olhe assim! – Rio. – Tinha planos de tirar a habilitação no Brasil, mas depois mudei para cá e nunca fui atrás dos documentos. Além disso, tenho um pouco de medo.
- Bom, então vamos lá. – Bruno se levanta de repente, e franzo as sobrancelhas.
- Lá onde?!
- Dirigir, ué. – Ele diz como se fosse óbvio.
- Do que você está falando?!
- Vem. – Ele pega em minha mão e depois sorri, como uma criança prestes a fazer arte. – Vou te ensinar a dirigir.
- Quê?! Tá doido?! – Pergunto, mas Bruno não move um músculo. – Tipo, agora?!
- Sim... – Ele levanta uma sobrancelha. – Não temos tempo a perder nessa vida, meu bem. – Não sei por que, mas suas palavras me fazem arrepiar de uma maneira ruim. Sinto algo... estranho.

- Acho que isso não foi uma boa ideia.... – Digo, sentada no banco do motorista, e Bruno ao meu lado, no passageiro, com uma câmera em mãos. Ele diz querer gravar o momento para a posteridade.
- Fica calma, eu disse que vou te ensinar, não disse? Olha, primeiro, coloca os cintos.
Com as mãos apressadas, coloco o cinto de segurança e Bruno faz o mesmo. Depois, agarro no volante como se estivesse agarrada à própria vida. Bruno ri.
- Você está muito tensa. Isso não é um leme, é um volante de carro. Não precisa fazer tanta força.
- Estou nervosa, porra... – Resmungo, sentindo meu corpo realmente tenso.
- Olha, estamos no gramado de casa, então tente relaxar ao saber que não corre o risco de atropelar ninguém.
Olho para Bruno fuzilando-o com os olhos enquanto ele continua me filmando e cola os lábios para não rir.
- Por que não estamos num carro automático? – Pergunto. – É muito mais fácil!
- Porque é importante que você saiba dirigir das duas formas. – Bruno diz. – Vamos começar com esse e depois passamos para o automático.
- Pf... – Reviro os olhos.
- Fica tranquila, vai dar tudo certo. – Ele diz. – Olha, não é tão difícil... Aqui é a embreagem, aqui é o freio e aqui o acelerador. – Ele aponta para os pedais embaixo de meus pés, e observo com atenção. São os três pedais mais assustadores que já vi.
- Uma bicicleta parece ser mais simples. – Digo e Bruno ri alto.
- Se concentra e ajusta o banco. Você tem que ficar confortável. Não muito longe do volante, mas também não muito perto.
Faço o que ele pede. Ele ajusta o retrovisor e depois olha para mim.
- Agora, com calma, pisa na embreagem até o final e liga o carro com o pé ainda na embreagem. – Com as mãos tremendo, faço o que ele diz. Giro a chave forte demais e Bruno ri. – Só não quebre, por favor. – Dando uma risadinha sarcástica, sinto o carro ligando. O barulho do motor me faz sorrir. – Ok, presta atenção: aqui é a primeira marcha, essa a segunda, a terceira, a quarta, a quinta, e ré. Certo? Tudo bem até aqui?
- Sim. Acho que sim. – Presto atenção nos comandos de Bruno enquanto os nós dos meus dedos ficam brancos segurando o volante. Estou realmente segurando muito firme.
- Ok, então coloca na primeira. – Bruno me olha firme, com segurança. Um tanto receosa, faço o que ele pede, movendo também forte demais. Ele ri outra vez. – Amor, isso não é a marcha de um caminhão. Não precisa de tanta força, e não precisa segurar tão firme.
Olho para minha mão no volante e afrouxo um pouco.
- Agora pisa no freio e abaixa o freio de mão.
Faço o que ele diz sentindo o coração acelerado.
- Isso, muito bem. Agora, com calma, pisa no acelerador devagar enquanto ao mesmo tempo tira o pé da embreagem.
Faço isso e o carro, de repente, dá um solavanco.
- AH! – Grito, e tiro as mãos do volante, além dos pés dos pedais. Bruno gira a chave do carro e desliga. Estou tremendo. Sempre soube que teria medo de dirigir. – Droga, talvez eu morra hoje. – Digo, assustada demais, enquanto Bruno ri.
- Você não vai morrer. Olha para mim. – Ele pega em meu pulso e olho para ele, ainda sentindo o coração disparado. – Vamos tentar tudo de novo, ok? – Ele sorri.
- Não sei se consigo.
- É claro que consegue! – Bruno levanta as sobrancelhas, sorri, e suas covinhas aparecem, como sempre. Meu coração imediatamente se acalma.
- Certo. Certo... – Digo, respirando fundo. – Eu consigo fazer essa porra.
Depois de todos os processos feitos novamente, mas, agora, com o pé mais leve no acelerador, sinto que o carro começa a andar.
- Ok. Agora, tira o pé da embreagem.
- Ai, Bruno... – Digo, olhando para a frente e sorrindo. O carro começa a andar. Meu coração está na boca. – Estou dirigindo! Droga, estou dirigindo! Estou dirigindo! – O carro vai seguindo em frente ao extenso campo da casa.
- Sim, está. – Bruno sorri. – Agora muda a marcha.
Com a mão um pouco trêmula, mudo a marcha, e sinto o carro mais leve. Aumento um pouco a velocidade. Imediatamente sinto a adrenalina me envolver e uma felicidade me contagiar.
- É isso aí! Tá pegando o jeito! Eu disse que ia conseguir! – Bruno sorri enquanto coloca a mão para fora da janela. Ando alguns metros com o carro, os olhos focados para a frente. – Ok, tenta uma curva para voltar onde estávamos.
Com o coração acelerado, giro o volante para a direita e o carro obedece. Quando consigo fazer a meia volta e começo a voltar de onde começamos, sinto, de repente, uma alegria me contagiar, e começo a gritar.
- VOCÊ VIU ISSO?! VOCÊ VIU ISSO?! – Olho para Bruno, rindo e sorrindo enquanto meus olhos estão arregalados. – EU FIZ A CURVA! EU SOU A PORRA DO VIN DIESEL, CARALHO! – Grito para fora da janela do carro, sentindo a emoção e os cabelos voando. Bato as costas no banco e Bruno ri alto.
Grito, agora fazendo outra curva. Por pouco não viro rápido demais e sou lançada para fora do carro. Sinto o perigo novamente e decido parar.
- Como eu faço pra parar? – Pergunto.
- Desacelera, coloca o pé no freio, devagAAAAAAAAAAA. – Bruno grita quando piso no freio forte demais e o carro para abruptamente.
- AAAAAAAH. – Sinto um solavanco forte para a frente e meu corpo vai junto.
Choco a cabeça no banco almofadado e sinto meu cabelo bagunçar. Demoro alguns segundos para raciocinar a situação. Meu coração está na boca enquanto minhas mãos estão tão firmes no volante que sinto-as doer. Tento me acalmar para ver se sinto alguma dor, ou talvez sangue escorrendo. Nada além do coração disparado e olhos arregalados. Olho para o lado alarmada. Será que Bruno machucou?
- Bruno, tudo bem?! – Pergunto, olhando para ele ainda mais preocupada.
Ele respira fundo e olha para mim. Analiso ele por inteiro rapidamente, e não encontro nada errado. Quando faço isso, depois de alguns segundos, ele, inesperadamente, começa a rir.
- Você, definitivamente, precisa de mais aulas.
Sua risada aumenta gradativamente e agora ele está gargalhando. Depois de alguns segundos, sinto o susto passar, além da preocupação também. Olho de novo para Bruno e começo a gargalhar também, sentindo uma crise de riso me atacar. Rimos enquanto sinto meu cabelo voar com o vento que bate na janela.
- Caralho, que susto da porra... – Rimos, juntos, escandalosamente, como dois loucos.
- Droga, meu abdômen está doendo. – Bruno diz entre risadas.
- Senhor, senhor! – Ouço, de repente, Alaric chegando até nós. Ele encosta na janela do carro e nos analisa. Parece afobado e muito preocupado. – Está tudo bem?! Ouvi alguns gritos e...
- Tudo bem, Alaric. – Diz Bruno, rindo e interrompendo a gravação da câmera que, até agora, estava ligada. – Está tudo muito bem.


- Escolhe um. – Diz Bruno fechando a porta do estúdio e apontando para os violões delicadamente apoiados em suportes, um ao lado do outro. Olho para ele desconfiada e ele ri. – Vai, pode escolher.
Receosa, vou até os violões e, olhando todos, escolho um. É amarelado no meio, e as bordas são de um marro escuro. Brilha como se tivesse acabado de passar verniz. O pego na mão ainda indecisa. Se eu quebrar algo assim me mato.
- Ótima escolha. Perfeito para um acústico. – Bruno sorri enquanto está sentado no sofá, com uma perna dobrada em cima de sua outra coxa. Vou até ele e me sento ao seu lado. – É um sobrevivente de guerra, na verdade.
- É muito bonito. – Digo, passando a mão nas cordas e tomando intimidade com o instrumento.
- Os instrumentos sempre tem que combinar comigo. É uma regra. – Ele diz, sorrindo demais. Olho para ele levantando uma sobrancelha e o mesmo ri. – Digo que é um sobrevivente porque toquei com ele num Studio Session da Billboard, em 2010. Grenade, The Lazy Song e Just The Way You Are.
- Como ainda se lembra? – Franzo as sobrancelhas. Bruno faz milhares de shows, e lembrar de detalhes de um acústico em 2010 é surpreendente.
- Foi no início da decolagem de minha carreira. Detalhes assim é algo que você não esquece. – Ele sorri, e vejo que está sendo totalmente sincero. – Vamos começar?
- Estou nervosa. Um piano parece muito mais simples. – Digo, batendo nas cordas. Bruno ri.
- Não é mais simples, mas é bem diferente, na prática.
- Vai, me ensina um acorde.
- Ok. – Bruno chega mais perto e fica detrás do braço do violão enquanto posiciona suas mãos. – Resumo básico: essa é a corda Mi. – Bruno vai tocando enquanto me explica. – Essa a Si, essa a Sol, essa a Ré e essa a Lá. Olha, vou te ensinar o Dó maior. – Bruno faz uma posição esquisita com os dedos e, com a outra mão, bate nas cordas. O acorde sai tão lindo que parece algo fácil de se fazer. – Tenta.
- Ã... ok... – Contorço os dedos nas cordas e não consigo nem chegar perto. Bruno, rindo, pega minha mão e posiciona os dedos no lugar correto. – Cara, isso dói! Minha mão parece uma aranha. – Bruno ri.
- Parece ainda mais quando toca o piano. – Ele ri de novo. – Vai, bate as cordas.
Faço o que ele pede e ouço o som. Arregalo os olhos.
- Ah, deu certo! Droga, deu certo! – Bato mais vezes as cordas e, mesmo que o som saia bem inferior ao acorde feito por Bruno, posso ouvir o dó maior soando.
- Ok, ok. – Bruno ri. – Tira esses dois dedos, coloca aqui e... – Ele posiciona meus dedos e bato as cordas novamente. Consigo discernir o acorde.
- Mi menor! – Grito, batendo nas cordas várias vezes.
- Você tem um ouvido ótimo para música, sabia disso? – Bruno parece orgulhoso.
Sem responder, fico deslocando meus dedos e fazendo os dois acordes que acabei de aprender. Bruno ri, e, de repente, pega meu celular do sofá. Ele parece se perder um pouco nos aplicativos, como sempre, e, depois de eu rir de sua cara, ele abre a câmera, posiciona em mim e sorri.
- Precisamos registrar esse momento.
- Tá brincando?! Não basta eu ser humilhada por você, tem que ser gravado?! – Digo, rindo, tentando me concentrar nos dois acordes.
- Você está arrasando! Diz "oi"! – Bruno parece uma mãe me filmando, o que me faz rir.
- Oiii! – Aceno para a câmera e rio. – Uma nova lenda surge essa tarde, pessoal, aguardem... – Digo, cerrando os olhos e perdendo o ritmo no violão.
Eu e Bruno rimos, e, assim começo a tocar de novo. Meus dedos já estão doendo. Bruno, de repente, começa a cantar. Arregalo os olhos e reconheço imediatamente o início de Count On Me. Os acordes que estou fazendo casam perfeitamente com a melodia, e me empolgo.
- Agora você. – Digo, entregando o violão a Bruno.
- Mas você ainda nem tocou tudo... – Ele diz.
- Eu adoro ver você tocar e cantar. – Sorrio. – Pode fazer isso pra mim?
- Claro... – Sorrindo, ele entrega o celular para mim e começa a tocar e a cantar.
Saio do sofá e sento no chão, a sua frente. Bruno fecha os olhos, parecendo viajar na música enquanto fico admirando-o, filmando cada segundo. É fascinante o jeito que sua mandíbula mexe enquanto canta, ou como a veia do seu pescoço salta. Ele faz tudo parecer fácil, quando, na verdade, sei que lutou muito para chegar onde chegou. Posso sentir o orgulho, a paixão e amor pela música emanar de Bruno de uma forma mais que nítida, enquanto ele canta e eu admiro, como uma fã apaixonada, o que não deixa de ser verdade.
Ouço, de repente, alguns arranhõezinhos na porta, e, ainda gravando, vou até lá. "Quem será? Ã?", pergunto, filmando meus pés andando até a porta. A abro e Mel entra como um foguete, correndo, enquanto filmo ela puxar o cadarço do tênis de Bruno com os dentes. Rindo, fecho a porta e corro até ela, pegando-a nos braços.
- Chegou na hora certa. – Digo, sentando no chão com ela nos braços. – Show particular do papai! – Mexo em suas patinhas, fazendo-a bater palmas, e Bruno ri, ainda cantando. – Toca The Lazy Song! The Lazy Song! – Provoco Bruno enquanto brinco com Mel. Ele faz uma careta, e acabo rindo.
Ele parece empolgado, e, sorrindo, toca mais músicas. Eu e Mel ficamos olhando-o, fascinadas enquanto seus dedos correm pelo violão. Sua voz é tão diferente de tudo o que já ouvi... É aguda, mas ao mesmo tempo encorpada, alcançando notas impactantes. Penso mais uma vez no quanto Bruno é uma lenda. Muitos o chamam de sucessor de James Brown, ou talvez filho de Michael Jackson, mas a verdade é que Bruno é Bruno. Bruno Mars é original, fresco, novo, talentoso... Ele é tudo de bom, pra falar a verdade.
Nós três ficamos um bom tempo sentados, no estúdio particular dele, aproveitando o clima enquanto gravo cada segundo, alternando a câmera em Bruno e em mim e Mel, juntas. Olho para nós três mais uma vez e penso, talvez pela milésima vez em menos de um mês, no quanto sou sortuda. É um momento especial, no meio de tantos outros que passo com ele, e que, com certeza, jamais irei esquecer.


- Amor, estou pensando em uma coisa... – Digo, quase gritando de dentro do closet enquanto nos arrumamos para a festa de bodas do casamento de Phil.
- O quê?! – Ele responde, do quarto
- O que acha de irmos para o Brasil?
Há silêncio enquanto pego os brincos de dentro de minha maleta. Sei que viagens não estão nos nossos planos, mas Bruno simplesmente não consegue ficar parado, e tenho percebido que ficar dentro de casa tanto tempo o tem deixado inquieto. Talvez visitar a família seja uma boa ideia. Enquanto penso nisso, vejo um pequeno saquinho dourado dentro de minha maletinha e, me lembrando do que é, abro um sorriso. Pego ele nas mãos e de lá tiro a tornozeleira que Bruno me deu em meu aniversário, na qual nunca usei. Estou prendendo o fechinho quando ouço alguns passos chegando. Quando me levanto e Bruno entra na imensa sala do closet, arregalo os olhos. Está com uma camisa florida, em tons de rosa queimado, branco e cinza azulado. A calça é de uma cor marrom queimado, e os sapatos são sociais. Seu cabelo ainda está um pouco molhado, e seus anéis estão reluzindo nos dedos. Perco o fôlego.
- Caralho... – Sussurro.
- O que acha? – Ele abre os braços, sorrindo.
- Acho que ficarei de olho em todas as mulheres daquele lugar. – Digo, cerrando os olhos. – Juro, um olhar para você e eu mato.
Cerro os olhos e Bruno ri. Depois disso, corre os olhos por mim. Estou usando um vestido curto e justo, básico, preto com duas tiras que saem da parte do busto cruzadas e se encontram no pescoço, assim, formando uma gargantilha. Algo simples, mas bonito. Minha maquiagem está também muito simples, só com o batom vermelho chamando mais a atenção. Meu cabelo está preso num rabo de cavalo alto e bem cheio e com algumas mechinhas caindo pelo rosto, além dos meus enormes brincos de argolas. Bruno me puxa para si abruptamente, já sussurrando.
- Acho que ao invés de sairmos poderíamos nos divertir por aqui... – Ele cheira meu pescoço e minha pele arrepia. – O que acha?
- Eu acho que assim vamos nos atrasar... – Digo, baixinho. Ele ri.
- Não vão nem notar.
- Ah, vão, sim! – Digo, rindo. Ele beija de leve meu pescoço, e sinto-o queimar. Seguro em sua nuca e puxo de leve seu cabelo. – Amor, não faz isso... Por favor...
Ele desce lentamente a mão pelas minhas costas, como sentindo cada milímetro do corpo, e aperta de leve minha bunda.
- Está sem calcinha? – Ele pergunta, sussurrando.
- Com uma bem pequenininha... – Faço um gesto com os dedos, o que faz Bruno sorrir e morder o lábio. – Daquela de renda, sabe? Que você adora... – Sussurro, provocando-o. Ele me aperta mais forte.
- É, acho que realmente não vamos sair hoje... – A voz dele emana desejo, e reúno toda minha força para resistir.
- Olha, prometo te agradar quando voltarmos. – Digo, rindo.
- Promete?
- Prometo. – Sorrio. – Mas, agora, temos que ir.
- Ok. – Bruno se afasta um pouco, mas não tira os olhos de mim. – Ah... Você tinha me feito uma pergunta...
- Ah, sim. – Me lembro do que ia falar. Bruno sempre me desconcerta. – O que acha de irmos para o Brasil? Quer dizer, seria ótimo visitar meus pais. Eles adorariam te ver novamente, e como estamos de férias...
- Fechado. Hoje?
- Ã? – Pergunto, franzindo as sobrancelhas e pensando se perdi parte da conversa.
- Quer ir hoje, depois da festa?
- Hoje?! – Olho para Bruno para ter certeza de que não está brincando. Parece que não. – Ã... Não sei... Não está em cima da hora? – Levanto as sobrancelhas, demonstrando a obviedade.
- Como eu já disse... – Ele pega minhas mãos e as beija. – Não temos tempo a perder.
O observo por um tempo, e noto o quanto parece desesperado para... viver. Para fazer coisas comigo.
- Se é assim... – Sorrio, já sentindo a empolgação. Me sinto aliviada por saber que temos todos os equipamentos e medicamentos à nossa disposição para qualquer crise, falta de ar ou tosse durante a viagem. – Tinha pensado em irmos também para o Havaí, visitar seu pai e suas irmãs. O que acha?
- Vamos logo depois do Brasil, pode ser?
Levanto as sobrancelhas, surpresa por Bruno topar tudo assim, tão fácil.
- Pode. Pode sim. – Sorrio largamente e me seguro para não beijá-lo. Além de borrar todo meu batom e fazer um estrago em nós dois, tenho certeza de que não ficaríamos só no beijo. – Minha mãe vai amar. Vou avisá-la. – Vou até meu celular, mas Bruno me segura.
- O que acha de chegarmos de surpresa? – Ele sorri e eu rio.
- Se chegarmos de surpresa, capaz de encontrarmos minha mãe gritando com Gabriel sobre ele deixar meias sujas no quarto, ou talvez flagrar meu pai sem camisa consertando o carro.
- E não seria cômico?! – Bruno ri. – Você tinha que ver sua cara quando cheguei de surpresa na sua casa aquela vez. Foi... cômico!
- Não foi! – Digo, batendo em seu braço, e ele ri ainda mais. – Mas ok, podemos fazer surpresa.
- Então combinado. Rita e Alaric farão nossas malas. Na verdade, as suas nem foram desfeitas... – Bruno aponta para minhas malas encostadas num canto do closet e rio. Ainda não arrumei nada por pura preguiça. – Acho que Mel vai sentir sua falta.
- Acredite, eu adoraria levar ela. – Faço um beicinho, segurando para não rir de Bruno falando "Mel". É sempre muito fofo e engraçado vê-lo tentando o português – Mas acho que não vai ser uma boa ideia vê-la comendo a toalha de mesa de minha mãe. Tenho certeza de que Geronimo irá cuidar muito bem dela.
- Tem razão. – Bruno sorri. – Agora... – Ele olha em seu relógio. – Dá para parar de enrolar, Saphira?! Estamos atrasados!
Bruno revira os olhos, brincando, e sai andando e falando, resmungando enquanto fico rindo no closet. Novamente me lembro do quanto gosto de seu bom humor.


- Isso está... lindo. – Digo, chegando no salão de festas não tão longe de casa.
Saindo do carro e segurando no braço de Bruno, noto que há alguns holofotes na fachada, além de seguranças na entrada. Entramos e, logo na recepção, há um painel enorme, com um logo com as letras "P, L e U", em tons de roxo e branco. Passamos pelo painel e perco o fôlego ao ver o salão. Tudo está decorado em tons de lilás, azul claro, roxo e branco. Há vários lustres reluzentes pendendo do teto, além de mesas com decorações dos mesmos tons. Já tem muita gente no local, e alguma música está tocando ao fundo. Tudo está... lindo. Talvez um pouco brega, mas lindo. Quando menos espero, Kameron, Phredley e Jamareo nos cercam.
- Está... deslumbrante! – Kameron me pega pela mão e me faz dar um giro. Ouço Jamareo assoviar e rio.
- Se não é o casal do ano... – Diz Phredley, me abraçando. Incrível como já sinto uma saudade imensa deles. – Me desculpem, mas hoje os holofotes não são para vocês.
Rio, abraçando Jamareo e Kameron. Logo depois todos cumprimentam Bruno.
- Onde estão sentados? – Pergunto, segurando no braço de Bruno e apoiando uma mão em seu peito. – Estou morrendo de fome!
Kameron aponta para algumas mesas à frente. Bruno me pega pela mão e prosseguimos enquanto todos nos acompanham com os olhos. É ainda muito estranho estar com Bruno e perceber o quanto sua presença causa impacto. Todos sempre olham demais, o que me causa certo constrangimento, mas que tento lidar.
Quando chegamos perto de uma mesma em específico, todos que estão sentados olham para nós, e fico nervosa instantaneamente. Parece que toda a família dos meninos da banda estão aqui. Consigo reconhecer Eric e Cindia com um bebê nos braços, provavelmente Vida Valentina, a nova filha do casal, além de Jimmy e sua esposa, Ash. Fora eles, Dwayne, John e Onnie, namorada de Phredley, compõem a mesa.
- Hey, Cindia! – Diz Bruno, apoiando a mão no ombro dela e curvando o corpo para beijar a criança enquanto Jamareo, Phredley e Kameron se sentam em seus lugares.
- Senti saudade, Bruno. Como está? – Diz ela, cumprimentando-o. Depois, olha para mim, sorrindo. – Deve ser Saphira, não é?
- Sim. Muito prazer. – Digo, sorrindo e dando um beijo. Olho para a menininha em seus braços e não evito um sorriso. – Ela é linda.
- Obrigada. Vida, essa é Saphira. – Cindia a balança em seus braços e ela ri.
- Oi, coisa linda. – Digo, me curvando e sorrindo. Ela ri ainda mais. – Sabia que está muito charmosa com esse vestido? Ã? – Brinco com ela e ela segura forte em meu dedo.
- Ela gostou de você. – Diz Cindia, rindo.
- Não sabia que levava jeito com crianças. – Diz Eric, de repente. Mandando um último beijo para Vida, vou em direção a ele e o cumprimento.
- As aparências enganam... – Digo, rindo. Bruno está seguindo a ordem da mesa para cumprimentar, então o sigo.
- Ash! – Diz ele, simpático.
- Oi, Bruno... – Diz ela, se levantando e sorrindo. – Como está?
- Ótimo, ótimo. Essa é Saphira.
- Oi! – Digo, um tanto tímida.
- É um prazer, Saphira. – Ela me abraça forte, e noto na hora o quanto é simpática e muito bonita. – Sou Ash.
- O prazer é meu. – Digo, sorrindo.
- Garota, você é linda! – Diz ela exageradamente, enquanto olha para mim, o que me faz corar um pouco.
Depois de cumprimentar Jimmy, Dwayne e John, percebo que ainda não cumprimentei Onnie e Phredley. Bruno os cumprimenta.
- Sei que vocês já se conhecem, mas, Saphira, essa é Onnie, namorada de Phredley. Onnie, essa é Saphira, a minha.
Todos da mesa olham para mim pela fala de Bruno, e penso que não posso ficar mais tímida, além de sentir aquele gostinho de ser chamada de sua namorada.
- Sim, já nos conhecemos daquela festa em que Phredley saiu cambaleando de bêbado...– Ela faz uma careta e acabo rindo. – Phredley fala muito bem de você.
- Sinceramente, não dá pra acreditar nisso... – Olho para Phredley levantando uma sobrancelha e Onnie ri.
Então eu e Bruno finalmente nos sentamos e a comida chega.
- Se não é o marido da noite! – Diz Eric quando Phil chega até nós vestido com seu paletó branco.
Ele está usando uma gravata borboleta lilás, além de uma corrente e um lenço também lilás no bolso do paletó. Sua barba está perfeitamente feita e está usando óculos, sua marca registrada. Como sempre, estiloso, e com um sorriso enorme.
- Rãrã... – Ele pigarreia, fazendo charme, e todos nós rimos.
- Está ótimo. – Diz Bruno, piscando. Phil sorri.
- Você também. – Ele pisca também e todos da mesa riem, eu principalmente. Phil caminha em nossa direção sorrindo. – Mas Saphira sempre ganha de você nesse quesito, sinto em lhe informar.
- Oi, Phil. – Digo, levantando, rindo e o abraçando. – Está tudo muito lindo. Parabéns.
Quando me sento novamente, vejo várias crianças correndo em direção à mesa que estamos. Duas delas vai até Eric, uma até Ash e outras três até Phil.
- Papai, Liam disse que eu sou feia. – Uma menininha de talvez uns 2 anos choraminga para Eric, que, abraçando-a, repreende o menino ao lado. Ele deve ter uns 5 anos.
- Liam! – Eric fecha a cara.
- É verdade, eu vi tudo! – Diz uma menininha ao lado de Phil. Ela deve ter uns 6, 7 anos, e está a coisa mais linda com um vestido roxo púrpura e os cabelos presos em dois coques no alto da cabeça.
- Eu estava brincando! – Diz Liam, com o rosto angustiado, tentando se explicar. Ele é uma mistura perfeita de Eric e Cindia. – Ela disse que meu último arremesso no jogo foi ruim, aí eu disse que ela é feia, mas é brincadeira!
- Mas é claro que é brincadeira! – Diz Bruno, de repente pegando a garotinha em seus braços e colocando-a em cima de suas pernas. – Você é a menina mais bonita que já vi! Não é mesmo, Saphira?
- Com certeza! – Digo, olhando para a menina que, agora, está trocando o beiço por um sorriso. Ela olha para Bruno empolgada, parecendo... admirada.
- Oi, tio Bruno! – Diz ela, abraçando-o.
- Oi, coisa linda. – Ele diz, beijando sua bochecha. – Senti saudade.
- Por que só Mila é a mais bonita? – Pergunta outra garotinha, agarrada à perna de Phil. Parece ser mais nova, com talvez uns 3 anos, e seu cabelo está com trancinhas.
- Eu disse isso?! – Bruno arregala os olhos exageradamente. Depois, bate a mão na testa, parecendo realmente culpado. – Oh, me desculpe. Eu quis dizer que todas vocês são as meninas mais lindas que já vi na vida. Vocês todas formam "O Esquadrão da Beleza". – Bruno diz isso de forma exagerada, e as crianças sorriem.
- Ebaaaaaaa. – Dizem todas, amontoando-se em volta de mim e Bruno. Todos na mesa riem.
- Saphira... – Começa Phil. – Essas são minhas filhas, Zaima e Zahlia. – Diz ele apontando para as menininhas de vestido roxo encostadas, agora, em minhas pernas. Elas olham para mim e sorriem. – E esse é Zadeh, o mais velho. – Ele aponta para o menino que está ao lado de Liam. – Tenho o caçula, Zeppelin, mas está com Urbana. – Dou um tchauzinho para Zadeh e ele vem até mim.
- Como é seu nome, mesmo? – Pergunta ele, com seus olhinhos grandes. Está usando um paletó igual ao de Phil. Deve ter cerca de uns 9 anos.
- Saphira. – Digo, sorrindo.
- É um prazer conhecer você, Saphira. – Ele pega em minha mão e a beija. Sinto que meu coração irá explodir. – Você é encantadora.
- Aaaaai, meu Deus. – Apoio a mão no peito e todos da mesa riem, inclusive Phil. – Phil, seu filho é uma graça! – Ele olha para mim orgulhoso enquanto ainda ri. – Você é muito lindo também, Zadeh. – O puxo para um abraço e ele parece envergonhado.
- Zadeh. – Chama Bruno. O menino olha para ele com olhos alertos. – Estou de olho em você. – Bruno faz um sinal com as mãos e Zadeh corre para Kameron enquanto todos riem.
- Esse é James. – Diz Ash com um garotinho encostado nela. Ele esconde o rosto no pescoço da mãe, e parece envergonhado.
- Diz "oi" para Saphira, James! – Diz Jimmy, tentando encorajá-lo.
- Oi. – Ele diz, ainda envergonhado. Deve ter uns 4 anos.
- Oi, James! – Dou um tchauzinho de onde estou e ele afunda ainda mais a cabeça no pescoço de Ash.
- Esse é Liam, e essa, Mila. – Diz Eric, apontando para os filhos. Liam dá um tchauzinho e um sorriso. Faço o mesmo, me sentindo completamente encantada. Mila sorri para mim do colo de Bruno. – Já conhece Vida, certo?
- Sim! É a coisa mais linda. – Digo, olhando para Cindia e o bebê.
- Quem é ela? – Pergunta Mila, apontando para mim e sussurrando para Bruno.
- É a namorada do tio. – Bruno chega perto de seu ouvido e sussurra. A menina arregala os olhos. – Mas é segredo, hein!
- Tá bom. – Diz Mila, apoiando a mão na boca como confidencialidade e rindo. – Posso chamar ela de tia também? – Ela sussurra e consigo ouvir. Seguro para não agarrá-la num abraço.
- Acho que você tem que perguntar para ela. – Diz Bruno, olhando para mim.
Mila, envergonhada, enterra sua cabeça no peito de Bruno e ele a abraça forte, rindo. É uma das cenas mais lindas que já vi em toda minha vida. Sempre soube que Bruno ama crianças, e é incrível perceber o quanto se dá bem com elas.
- Pode sim, Mila. – Digo, pegando em sua mãozinha. Ela olha para mim e sorri. – Pode me chamar de tia.
- Então nós somos "O Esquadrão das Lindezas"? – Pergunta Zahlia.
- Da "Beleza"! – Corrige Zaima, revirando os olhos, agora os cotovelos apoiados em minhas coxas.
- Isso. Somos oficialmente "O Esquadrão da Beleza"! – Digo, abraçando as duas.
- Eu também quero fazer parte! – Diz Ash, sorrindo e abraçando a brincadeira das meninas.
- Eu também! – Acompanha Cindia.
- Eu também! – Diz Onnie.
- Estão todas oficialmente dentro do Esquadrão. – Digo, sorrindo.
- Ebaaaaaaaaa. – As meninas gritam e pulam, e todos da mesa comemoram. A essa altura, James e Liam já estão brincando novamente, e Mila sai do colo de Bruno, indo na direção das filhas de Phil.
- Vem, vamos contar para o Liam! – Ela puxa as meninas e todas saem correndo.
Quando já estão mais longe, apoio as mãos no peito. Por um momento penso que nunca estive com tantas crianças ao meu lado de uma só vez.
- Adorei elas... – Digo, sorrindo.
- Espere até conhecer meus outros sobrinhos. – Bruno diz. – Você vai adorá-los.
- Sei que sim. – Sorrio e entrelaço meu braço ao seu. Bruno me analisa com seus olhos, e depois sorri novamente.
- Já disse que está linda essa noite?
- Já, sim. – Sorrio. – Mas eu não faço questão que diga de novo.
- Bom, está linda. – Ele sorri e chega perto. – Na verdade, É linda. – Bruno deposita um beijo de leve em meus lábios. Quando volta, vejo se não ficou alguma marca de batom. Nadinha. Sorrio.
- Parem de ser antiquados, por favor! – Diz Kameron, apoiando a mão na testa enquanto olha para nós. Rio e Bruno me puxa para um abraço, rindo também.
- Não somos antiquados, Kam. Você que é chato demais. – Diz Bruno, colocando um pedaço de queijo na boca.

Após conhecer o filho mais novo de Phil, cumprimento Urbana. Está deslumbrante com um vestido branco de seda, com duas tiras saindo das extremidades do busto e cruzando em sua nuca. O vestido tem uma cauda um tanto longa, e um cinto reluzente de pedrarias o deixa ainda mais bonito. Está... linda.
A essa altura, todos na mesa já comeram muito, e alguns beberam até demais. Já vimos um vídeo sobre o casal e Urbana dançando Love On Top. Depois de sessões de fotos com todos os convidados, discursos dos amigos, muita dança e muitas risadas com as crianças, estou voltando do banheiro. Caminho até a mesa, sorrindo. Não há ninguém sentado a não ser Bruno, me olhando chegar enquanto brinca com uma taça de champanhe, mexendo o líquido. Ele me olha por inteiro, e, intencionalmente, rebolo um pouco mais enquanto caminho. Devagar, me sento ao seu lado. Já não está mais utilizando os óculos escuros, e seus olhos que tanto amo estão me olhando.
- Sabe, não parei de pensar em você nesse vestido nem por um minuto. – Ele sorri e me sinto desconcertada. – Aliás, dizer que estava pensando em você COM o vestido seria uma mentira... – Bruno sorri e pisca para mim, o que me faz rir.
Olho para ele sorrindo, sentindo aquela coisa dentro de mim. Bruno é o único que desperta em mim uma admiração, paixão, desejo e amor intensos. Quando estou com ele me sinto a pessoa mais sortuda que já existiu. Ele chega mais perto e apoia o braço atrás de mim, em meus ombros, enquanto a outra mão coloca uma mecha de meu cabelo para trás.
- Tudo está ótimo, mas, sinceramente... – Ele sussurra em meu ouvido, o que me faz arrepiar. –Não vejo a hora de chegarmos em casa.
- Temos um voo para pegar, se não se lembra... – Digo, sorrindo e levantando uma sobrancelha.
- Bom, então não vejo a hora de entrarmos naquele avião. Já ouviu falar de amor nas alturas?
Gargalho e Bruno ri. Então, me sinto divertida. E também muito excitada. Chego perto e sussurro em seu ouvido, provocando-o intencionalmente.
- Sabe, do jeito que eu estou hoje, não sei se você aguenta...
Noto ele contraindo a mandíbula e sua pele arrepiar. Ele toma um gole de champanhe, dando um tchau, de longe, para alguém que está indo embora. Depois, volta a olhar para mim. Posso enxergar o desejo em seus olhos. Me arrepio no mesmo instante.
- Não me provoca... – Ele diz, cerrando os olhos.
Mordo o lábio, sentindo a excitação por todo meu corpo.
- Senão o que? – Sussurro em seu ouvido, arranhando de leve sua nuca com minhas unhas.
Ele novamente contrai a mandíbula e toma mais um gole de champanhe. Então, olha para mim, sério.
- Tira a calcinha.
Franzo as sobrancelhas e sinto o coração disparar.
- O que?!
- Tira a calcinha. – Ele repete, olhando em meus olhos de uma forma tão intensa que sinto as pernas bambearem, mesmo estando sentada.
O encaro, agora sentindo meu coração disparado. Pisco forte, pensando se ele está falando sério. Então, ainda um tanto desconfiada, tento me levantar na intenção de ir até o banheiro, mas ele me segura em meu lugar.
- Aqui. Tira ela aqui.
- Você está louco? – Sussurro, olhando em volta e vendo algumas pessoas por aqui, entretidas umas com as outras.
- Você sabe o que acontece quando me provoca... – Ele diz, sua voz baixa que me faz arrepiar. Então, ele sorri um pouco. – O que foi? É muito pra você? Não aguenta?
Cerro os olhos, me sentindo desafiada por ele de uma forma muito provocante. Ele sabe que um dos meus pontos fracos é ser desafiada. Olho ao redor novamente e percebo que ninguém está olhando para nós. Então arrasto a cadeira mais para dentro da mesa e, devagar, deslizo minha mão para dentro do vestido. Me levanto um pouquinho, somente para conseguir retirá-la. Então a arrasto até meus pés e a tiro. Bruno estende sua mão por debaixo da mesa e a entrego para ele. Olho ao redor novamente e confirmo mais uma vez que ninguém aqui parece estar nos olhando. Então olho para Bruno e vejo-o guardando a calcinha no bolso. Imagino o que ele está planejando e sinto um arrepio intenso correr pelo meu corpo. Irei dizer mais alguma coisa quando ouço uma vozinha aguda chamar por ele.
- Tio Bruno, tio Bruno, tio Bruno!
Olho para trás e vejo a pequena Mila correndo até nós. Bruno rapidamente a pega no colo, colocando-a sentada em suas coxas novamente. Olho para ela e percebo mais uma vez o quanto é fofa.
- O que você estava dizendo para tia Saphira? – Quando ela diz "tia", sinto que meu coração irá explodir.
- Eu?! – Bruno diz, arregalando os olhos de forma exagerada.
- É! Você disse alguma coisa pra ela e ela deu risada. Depois ela tirou uma coisa debaixo do vestido. Era um bicho?
Arregalo os olhos e sinto o coração disparar. Bruno cola os lábios, segurando a risada.
- Sim, era uma joaninha. – Ele diz. – Subiu pela perna dela e ela teve que tirar.
- Adoro joaninhas! – Mila diz, de repente empolgada demais.
- Eu também! – Bruno diz de forma exagerada, o que faz os dois gritarem de empolgação por um tempo. Uma cena que me faz rir.
- Meu pai vai cantar com minha mãe no "taraotê", vem ver! – Ela diz.
- Karaokê. – Diz Bruno, corrigindo-a e rindo. – É karaokê.
- Então! "Taraotê". Vem!
- Já vamos. – Diz Bruno, colocando-a no chão.
- Tá. – Diz ela, já correndo de volta. Bruno então volta a olhar para mim, a intensidade voltando em seu olhar. – Vamos?
- Claro! Vou adorar ver Eric cantando... – Digo, rindo e já me levantando.
Bruno então pega em meu braço e me faz sentar de novo. Dessa vez ele sorri maliciosamente, e sinto arrepios por todo o corpo.
- Estou falando de irmos embora.
- Já?! – Pergunto, intencionalmente de forma exagerada. – Você prometeu pra Mila que iria no "taraotê"! – Agora rio, batendo em seu peito.
- Ela consegue superar isso, tenho certeza. – Bruno ri. – Mas isso é um caso de necessidade. – Ele se aproxima de mim, sussurrando em meu ouvido de novo. – Tem alguém aqui que precisa de mim, e logo.
Bruno sorri largamente, como se não estivesse falando nada demais. Imediatamente meu corpo inteiro parece pegar fogo, e me sinto molhada. Engulo em seco, tentando manter a postura, mas ao mesmo tempo sentindo o corpo todo arrepiado de excitação.

- Foi uma honra ter vocês aqui. – Diz Urbana, me abraçando enquanto nos despedimos. – Precisamos marcar alguma atividade, um almoço, ou um passeio...
- Com certeza, marcaremos! – Digo, sorrindo para ela.
- Tudo estava... incrível. – Diz Bruno, apertando a mão de Phil.
- Obrigado por virem. – Diz Phil, todo sorrisos.
- Bruno tem razão, tudo estava ótimo. Parabéns. – Digo, sorrindo.
- Obrigada, querida. Você é muito gentil. – Diz Urbana, também sorrindo. – Tenham uma boa noite.
- Vocês também!
Então, caminhamos até o estacionamento, a mão de Bruno a todo momento na base de minha coluna. Não dizemos uma única palavra durante o caminho. É como se a tensão fosse palpável. Ao chegarmos no carro, as luzes do estacionamento se acendem e vou direto até o banco do passageiro, mas, antes que eu consiga fazer isso, Bruno segura em meu braço e abre a porta de trás para eu entrar. Cerro os olhos, tentando entender o que ele está fazendo. Um pouco confusa, o obedeço. Me sento no banco de trás e ele entra logo depois de mim, sentando ao meu lado. É quando as luzes do estacionamento apagam. O vejo somente pelo resquício de uma única luz ao fundo. Então, imediatamente, entendo o que irá acontecer, e minha pele arrepia.
Antes que eu possa dizer alguma coisa, Bruno pega pelo pescoço e me beija. Arfo com a intensidade, e acabo gemendo pelo seu beijo. É muito lascivo, com desejo e tesão. Mordo seu lábio, tentando demonstrar o quanto sou louca por esse beijo. Ele segura meu cabelo pela raiz e o puxa, enquanto sua outra mão passeia pelo meu corpo. Me agarro em seu pescoço e o puxo para perto. De repente sinto que estamos em ebulição, como se o carro estivesse pegando fogo. O ambiente é puro tesão, e o cheiro de Bruno deixa tudo ainda mais delirante.
Em segundos o faço sentar no banco e me sento em cima dele. Abro as pernas e encaixo nossos quadris. Bruno, de uma forma nada delicada, levanta meu vestido de uma vez até minha cintura. Mesmo com as mãos tremendo, tiro seu cinto e abro a braguilha de sua calça. Então o liberto do tecido da cueca e o pego em minhas mãos. Sentindo a respiração descompassada, o encaixo em minha abertura. Preciso me levantar um pouco para alcançar, e, quando consigo, desço devagar. É quando sinto ele adentrando um pouco em mim, e deixo um gemido escapar pela minha garganta.
- Caralho... – Ele sussurra, segurando em minha cintura e me dando apoio. – Vai devagar, senão vai se machucar.
Então me levanto de novo e dessa vez, ao descer, ele entra mais um pouco.
- Ai, caralho... – Gemo, sentindo a sensação de ser preenchida aos poucos.
Continuo com o mesmo movimento, até que entre por completo. Quando acontece, penso que terei um colapso. A sensação de Bruno dentro de mim é a melhor que já senti em toda minha vida. Me lembro porque gosto tanto dessa posição. Desse jeito, sinto-o ainda mais dentro de mim, tanto que sinto-o tocar em um ponto específico, que me faz delirar.
- Porra, Saphira... – Ele diz com a voz entrecortada, carregada de tesão. – Caralho...
Começo o movimento de subir e descer, e, dessa vez, deslizo facilmente por toda a extensão. Estou tão molhada que fica fácil. Bruno contrai a mandíbula e fecha os olhos, tombando um pouco a cabeça para trás. Depois, olha para mim, seu olhar tão intenso que me faz arfar. Ele segura em minha cintura, me ajudando com o movimento. Sua mão vai até minha bunda, apertando-a. Então acelero os movimentos, lembrando a delícia que é sentir Bruno assim, dentro de mim. Ele também parece gostar, já que está ainda mais fora do controle. Ele me beija furiosamente, mordendo meu lábio e arrastando sua língua por ele. Abruptamente ele puxa para baixo uma alça de meu vestido, que faz com que meu seio fique nu. Então ele morde aquele ponto muito sensível, e vejo estrelas.
- Bruno... Caralho... – Acabo gemendo, sentindo muitas sensações pelo corpo ao mesmo tempo. – Isso, assim...
Ele segura em meu cabelo, puxando-o enquanto me provoca em meu seio. Tento ser contida, tento não gemer, mas é impossível. O que sinto quando estou com Bruno é intenso demais para conseguir controlar. Enfio minhas mãos em seus cabelos e arfo ao sentir a sensação de seus cachos entre meus dedos. O puxo para perto, quase abraçando-o enquanto continuo o movimento. Ele volta a encostar as costas no banco, e, pela veia saltada em seu pescoço, sei que está quase chegando lá.
Então intensifico e acelero os movimentos, rebolando em cima dele. Uma das mãos de Bruno vai até minha intimidade, agora massageando aquele ponto tão sensível. É quando grito de tesão, sentindo como se eu fosse explodir. Fecho os olhos, sentindo meu corpo começar a contrair. Então, em segundos, eu chego lá, gemendo. Meu corpo todo contrai e treme, e aperto Bruno, ainda dentro de mim. Bruno geme e também chega lá. Ele diz alguma coisa, mas não consigo ouvir. Não quando me sinto em completo êxtase. Um dos meus ouvidos apita, e meu corpo não para de tremer. A sensação atinge meu âmago, fazendo com que o orgasmo pareça ainda mais intenso. Me sentindo sem forças, desfaleço em cima de Bruno, apoiando minha cabeça em seu ombro e tentando respirar compassadamente. Consigo ouvir seu coração batendo muito forte, e, por algum motivo, adoro isso.
- Porra, a gente vai morrer de tanto transar... – Ele diz, com a respiração também descompassada.
Acabo rindo de seu comentário, e tenho forças somente para levar um pouco a cabeça.
- Que ótima forma de morrer, então...
Bruno ri também, e meu corpo balança junto com o dele. Ele me segura, seus braços passando pelas minhas costas e me abraçando, e logo deposita um beijo no topo de minha cabeça. Levo uma de minhas mãos até sua bochecha e a acaricio.
- Eu te amo. – Ele sussurra, agora beijando meu ombro e acariciando meu cabelo. – Te amo demais.
- Eu também. Demais. – Digo, cansada enquanto acaricio seu cabelo.
Somente depois de alguns minutos é que consigo me recompor. Bruno me ajuda a sentar no carro e me arruma. Ele levanta a alça de meu vestido e abaixa a barra, colocando-o no lugar. Então, me ajuda a sair do carro e sentar no banco do passageiro. Quando saímos do estacionamento, deito o banco do carro, de repente sentindo um pouco de sono. Bruno diz para eu dormir e descansar até chegarmos ao aeroporto. O obedeço, fazendo isso em segundos. Porém as vezes eu acordo e fico admirando-o dirigir. Não sei porque, mas adoro ver Bruno dirigir. Me transmite algo como... segurança. Não sei dizer exatamente o porque, mas adoro quando ele dirige. Ele olha para mim e faz uma careta.
- O que foi? O que está pensando? – Ele pergunta.
- Que adoro ver você dirigir... – Respondo, sorrindo e com meus olhos quase fechados.
- Mesmo? – Ele faz uma careta e sorri.
- Uhum. – Respondo, sorrindo. Depois, olho para ele. – Você dirige melhor que eu. Por enquanto. – Levanto um dedo, e Bruno ri.
Sorrio e volto a dormir. Alguns minutos depois e estamos no avião. Bruno está falante, fazendo piadas e gracinhas enquanto estamos deitados o pequeno sofá. Ele parece realmente... feliz. Dormimos juntos, abraçados, e memórias da outra vez em que estive com ele em um avião passam pela minha cabeça, mas, dessa vez, eu acordo exatamente onde fui dormir, e não numa poltrona. Sorrio ao perceber o quanto o destino é sorrateiro e sarcástico.


Bruno preferiu alugar uma casa ao invés de um apartamento enquanto estamos no Brasil. Ele diz não aguentar mais ficar dentro de quartos de hotéis e apartamentos, e entendo perfeitamente. É uma casa na região luxuosa do Rio de Janeiro, um tantinho longe da casa dos meus pais, mas que conseguimos chegar tranquilamente.
- Ok, só digo uma coisa: minha mãe irá surtar.
- Ok. – Bruno respira fundo com os olhos fechados, e depois os abre com uma determinação exagerada. – Preparado.
É de manhã e já estamos aqui, na porta de minha antiga casa, ou seja, não consegui conhecer nada da casa que alugamos, mas sei que teremos tempo para isso. Olho para Bruno, rindo, e ansiosa, toco a campainha. Bruno segura firme em minha mão. Segundos depois, ninguém nos atende. Franzo as sobrancelhas e bato forte no portão.
- JÁ VAAAAAAAAAAAI. – Minha mãe grita de dentro de casa, e Bruno arregala os olhos.
Apoio a mão na boca e seguro a risada. Quando ela finalmente abre o portão, não se se rio de sua expressão ou de seu visual: um avental todo ensopado, além de chinelos e os óculos de leitura no rosto. Minha mãe arregala os olhos e, logo depois, abre um sorriso gigante.
- Filha... – Ela me encara por alguns segundos, talvez para ter certeza de que estou aqui. Então, me agarra num abraço apertado.
Sinto minha roupa ensopar, mas, no momento, não me importo. Sentir o abraço de minha mãe novamente é mais que reconfortante. Meu corpo reage perfeitamente ao seu carinho, e sinto mais uma vez o quão difícil é estar longe dela.
- Senti tanto a sua falta, filha. Tanto...
- Eu também, mãe. Eu também. – Digo, quase chorando. Ela se separa do abraço e olha para mim e, depois, para Bruno. O agarra num abraço também, e o mesmo a abraça de volta. Se se incomodou com a roupa molhada de minha mãe, não demonstrou.
- Bruno... "ô mai gódi, itis gudi si iu aguein".
- É muito bom te ver também, Silmara. – Diz Bruno, segurando a risada enquanto minha mãe separa o abraço e traduzo para ela. Depois, olha para si mesma.
- Estou horrível! Por que não me avisou que vinha?! – Ela parece brava, de repente. – Eu teria me arrumado!
- Com certeza, teria. – Digo, rindo. – Mas a surpresa foi ideia de Bruno, não minha.
- Ah sim... Bom, então tudo bem, o que importa é que estão aqui! – Diz ela, mudando a expressão e a voz. É incrível como as vezes as mães conseguem ser gentis com visitas, mas não com seus próprios filhos. – Estou tão feliz! Eu nem acredito... – Pelo seu enorme sorriso, sei que sim. – Vem, entrem! Estou preparando o almoço...
Entramos em casa e a nostalgia me esmurra, quase literalmente. Tudo continua igual, a não ser pela reforma que meus pais iniciaram na frente de casa. A cozinha, a sala... Tudo me traz uma enxurrada de lembranças ao mesmo tempo, e me seguro para não chorar. Quando vejo meu pai sentado no sofá, consertando o que parece ser o controle remoto da TV, não consigo mais segurar as lágrimas.
- Pai... – Digo, indo em sua direção. Quando ele ouve minha voz, arregala os olhos antes mesmo de me ver. Ele se levanta em segundos e me puxa para um abraço apertado. Algumas lágrimas já descem pelo meu rosto.
- Filha?! Não acredito... – Diz ele, acariciando meu cabelo e cheirando-o. Amo quando ele faz isso, e sinto ainda mais saudade de tudo isso. – Não acredito que é você! Como está? Senti tanta saudade...
- Eu também, pai. Eu também. – Sorrio. Ele me separa do abraço e me olha dos pés à cabeça, como se certificando que não cresci enquanto estava fora.
- Está linda, minha filha. Como sempre. – Ele sorri de novo e seca uma lágrima de meu rosto. Bruno está atrás de mim, talvez nos dando privacidade. Quando meu pai olha para ele, toda essa fofura vai embora, e o homem carrasco dá as caras. – Bruno. – Meu pai estica a mão, e Bruno a aperta. Olho a cena e seguro para não rir. – Como está? – Traduzo e Bruno sorri.
- Muito bem, Roberto. E você?
- Também. – Ele sorri, depois se volta para mim novamente. – E então? O que me conta?
- Muita coisa, pai. Muita coisa. – Digo, sorrindo. – O que acha de conversamos no almoço? Prometo te contar tudo.
- Como quiser. Fiquem à vontade, estou consertando algumas coisas...
- Vou ver Gabriel. – Digo, já sentindo as lágrimas secarem.
Meu pai afirma com a cabeça e se senta no sofá de novo, concentrando-se na peça. Me sentindo empolgada, puxo Bruno pelas escadas e vou até o quarto de Gabriel. Há alguns adesivos em sua porta, tão típicos de adolescentes, e, quando Bruno olha, sorri. Bato algumas vezes e ouço ele dizendo "entra". Sua voz parece ainda mais grave. Abro a porta, coloco a cabeça para dentro e sorrio.
- Bom, parece que seu quarto continua a mesma zona de sempre... – Digo.
Gabriel tira os fones e olha para mim com olhos arregalados, ainda deitado em sua cama. Ele está sem camisa, e seu abdômen e braços um tanto musculosos estão em evidência, além de algumas pintas pelo corpo. Qualquer garota em meu lugar teria um treco agora, com certeza.
- Posso entrar? – Pergunto, sorrindo.
- Claro. – Diz ele, enrolando o fone na mão e sorrindo largamente.
Dou uma olhada rápida no local. Em sua parede há pôsteres de Michael Jordan jogando basquete e Pelé jogando futebol, além de Pink Floyd, Imagine Dragons, Bob Marley, Michael Jackson, Charlie Brown Jr. e Lil Wayne, como também algumas fotos com amigos e família. O boné que Bruno deu a ele está em cima da estante, junto com seus perfumes, gel, pomada para cabelo e um carregador de celular. Há alguns pesinhos encaixados em suportes num canto do quarto, além de um aparelho para abdominal, como também um notebook em cima da escrivaninha e uma pequena TV com o videogame instalado.
- Nem avisou que vinha! – Ele diz, sorrindo demais, parecendo... feliz.
De repente meu coração aperta ao lembrar dele menorzinho, a uns anos atrás, me dando o mesmo sorriso ao me ver chegando da escola. Não consigo expressar em palavras o quanto sinto saudade de meu irmão. Entro no quarto e, depois de mim, Bruno. Dessa vez, Gabriel arregala ainda mais os olhos, parecendo desacreditado.
- Tá brincando... – Ele diz.
- Cara... – Bruno olha o quarto de cima a baixo, e depois sorri, enquanto sento na ponta da cama de Gabriel e me deito ao seu lado, abraçando-o. Seguro para não chorar. – Esse lugar é como meu quarto a anos atrás, só que mais fitness, eu diria... – Bruno ri e Gabriel ainda parece desconcertado, mas, logo depois, me abraça forte. – Aliás, você está forte, garoto! Tem praticado o quê?
- Academia. – Diz Gabriel, sorrindo um pouco. – E futebol.
- Bom. Muito bom. – Bruno chega perto e ele e Gabriel batem as mãos. Parecem velhos amigos.
- Mamãe está fazendo o almoço, então, se eu fosse você, me prepararia para uma infinita conversa sobre mim e minha vida com Bruno. – Digo, sentando e batendo em sua coxa. Ele pende a cabeça para trás.
- Isso é muito tedioso.
- São os benefícios de se ter uma irmã como eu. – Digo, sorrindo, presunçosa, e Gabriel ri.
- Senti sua falta, acredita?! – Diz ele, levantando as sobrancelhas.
- É, não é algo fácil de se acreditar, não... – Digo, rindo. – Agora vai, troca de roupa. Temos muuuuito o que contar na hora do almoço.
- Eu imagino. A maioria das meninas da minha sala, estão tipo, surtando!
- Como? – Pergunto, franzindo as sobrancelhas.
- Elas, como o resto do mundo, viram as notícias que saíram sobre você e Bruno, e, bem, quando descobriram que você é minha irmã, me atazanaram mais que o normal.
- Você não disse nada sobre isso, né? – Me sinto preocupada, mas ao mesmo tempo quase rindo de Gabriel falando. Ele parece estar popular na escola, e, mais engraçado, parece detestar isso.
- Elas vivem enchendo meu saco com perguntas que sabem que não irei responder. – Bruno ri quando Gabriel diz isso. – Mas não se preocupe, não contei nada. Só me gabei um pouco por ser cunhado de Bruno Mars... – Ele dá de ombros, e eu e Bruno rimos.
- Então vem, vamos almoçar juntos, cunhado do Bruno Mars. – Digo, provocando-o e rindo, e percebendo só agora o quanto senti falta de almoçar com eles. Com minha família.

Too Good To Say GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora