Jure-me!

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Alexei.

Sinto a marca formigar, e não gosto da sensação, saí do galpão com pressa em direção a minha casa, minhas mãos doem com o aperto que faço ao volante.

Céus, que porra nenhuma tenha ocorrido, que Hanse esteja bem, ele precisa estar, ele precisa estar.

Sem ele não resta nada!

Sem ele o monstro em mim vai surgir de novo, sem ele eu não tenho paz, humanidade, amor... O amor dele me alimenta, me mantém.

Eu imploro, a qualquer merda de divindade, que nada tenha ocorrido.

Largo o carro em minha garagem, correndo para dentro, os seguranças de Hanse tem um rosto suado, vejo há, algumas manchas de sangue em suas roupas, os encaro esperando alguma reação, e finalmente Bóris o chefe de segurança vem a minha frente.

— O que houve?— Perguntei com meu maxilar doendo, segurando a raiva que sinto.

— Senhor Hanse foi ao mercado, por algum motivo os mexicanos sabiam, eles tentaram o levar, ele fugiu, conseguiu de alguma maneira fugir por uma porta de funcionários, levou Mikael junto, e quando o encontramos fomos alvejados, Mika o protegeu e tomou um tiro, conseguimos fugir de lá, mas ele não resistiu, os mexicanos estão mortos agora, mas seu esposo se trancou no quarto sem dizer uma só palavra. Encaro Eckel, Mikael era como um irmão para ele.

— Onde está o corpo de Mika? — Pergunto me aproximando dele.

— No estacionamento, estávamos esperando o senhor chegar, tentamos ligar e não houve resposta.

— Vão em busca do corpo do companheiro Mikael, dêem-lhe um funeral nobre, avisem a família, ele será enterrado com honras da Bratva.

Satisfação cruza os olhos de Eckel, ele sabe que esse tipo de enterro é uma honra concedida aos melhores soldados.

— Obrigado, Alexei. — Ele diz simples saindo logo depois, seguido por alguns de seus homens.

Aceno para os homens ali, sem necessidade de palavras, eles sabem que a morte de Mikael pesa em mim também, eu o vi crescer dentro da Bratva, e fico honrado dele ter protegido meu ômega.

Subo as escadarias com pressa, abro a porta do quarto e me assusto por não ver ninguém, procuro pelos lados até ouvir um barulho vindo do banheiro.

Hanse está na banheira, com suas roupas, há sangue por todo ele e as mãos cobrem os olhos, ele soluça em meio a um choro dolorido.

Eu me abaixo, tiro as mãos dos seus olhos colocando em volta de meu pescoço, o ergo tirando da banheira, colocando no balcão, pouco me importa se vou me molhar, minha razão de viver está aos prantos, tremendo, precisando de mim.

— Ele morreu. — Diz num sussurro triste.

— Ele cumpriu seu dever com honra. — Eu respondo, enquanto tiro a roupa encharcada do corpo esguio.

— Por minha culpa. — Ele choraminga, tristonho.

— Não, por minha culpa, por culpa de algo em que aceitamos estar, ele sabia ser uma consequência.

Ele choraminga mais um pouco, mas logo consegue tirar toda sua roupa e a minha, o levando para o chuveiro com água quente.

— O que houve com Ivan? — Ele pergunta levantando o rosto para me encarar.

— Meu pai interveio ao seu favor, meu irmão jurou que não tinha motivos para trai a Bratva, disse precisar de Jimin, do olfato dele mais especificamente, e meu pai acreditou, ao ponto de dar uma arma engatilhada para Dimitri, e dizer que se quisesse, podia matá-lo, sei que não era o combinado, lamento. — Desabafo, fechando os olhos.

Sinto os lábios macios sob os meus.

— Confie no seu Pakhan, ele também é seu pai, tenho todos os motivos do mundo para odiar Ivan, mas prefiro dar o voto de confiança de que ele não é um traidor.

Suspiro puxando seu corpo contra o meu.

— Como pode? Estava tremendo em meio a uma crise de choro, na banheira, e agora está tentando me acalmar? O que é você, ômega... O que é você?

Ele me beija novamente, e agora de forma mais profunda, sinto o sabor doce de sua língua, me perco no seu cheiro floral, deixo minha mente vagar no nosso paraíso.

Nosso paraíso negro.

— Eu cresci na Yakuza, eu vi coisas piores do que hoje, eu gostava de Mikael, e fiquei sentido em ter que segurar seu corpo morto, seu sangue em minhas roupas representam o pior lado do que vivemos, mas você mesmo disse, ele morreu com honra, a nossa honra, deturpada e estranha ainda a temos, apenas me dou ao direito de sentir, me sinto triste por Mikael, preocupado por você, e curioso sobre Ivan, apenas preciso conciliar as emoções... Mas agora quero apenas ser seu esposo, sentir sua pele, seu cheiro, e esquecer, em nossa casa, não haverá morte... Em nossa casa, não há sangue.

— Isso soa como um juramento. — Comento encarando seus olhos.

— E é, assim como jurei para você que apenas a morte nos separará, juro que em nossa casa não haverá morte, preciso disso, jure-me também, como no altar quando me aceitou.

Afago seus cabelos úmidos, beijo sua testa como no dia do nosso casamento.

— Eu juro!

DEIXEI AQUI SUA PERGUNTA PARA A AUTORA.

La Famiglia.  JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora