Dear, God.

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Hanse.

Eu estava deitado descansando, hoje é um dia daqueles que me sinto exausto, na verdade, tenho tido tantos dias assim, que não sei dizer quando foi a última vez que me senti, descansado.

Encaro minha barriga, ainda completamente reta, não havia nem chegado ao fim dos meus três primeiros meses de gestação, e não tive enjoos ou qualquer grande sintoma além desse grande cansaço, talvez uma benção ou uma maldição?

Prefiro pensar positivo! Jin me disse que tem enjoos horríveis, que às vezes mal consegue comer

Gostaria que minha mãe estivesse aqui para me dizer, como foi quando ela estava grávida, como era, ou apenas para me apoiar... Eu sinto falta dela.

Não pense nisso! Não, não agora.

Meu celular vibra, e vejo ser Jimin e mais uma de suas inúmeras fotos com Jungkook, eles estão no pôr do sol, dando um beijo apaixonado, Jimin resplandece alegria e Jungkook parece estar tão feliz quanto.

Eu fico contente pela felicidade de ambos, gosto de ver meus amigos numa relação boa e saudável, como a minha, bem para os padrões da máfia, estamos muito bem!

Sorrio e mando alguns emojis de coração, ele pergunta como estão as coisas, e bem eu repasso um relatório resumido, Alexei está tendo que se desdobrar para cobrir a falta de Jungkook, eu o via pelas poucas horas da noite em que ficava em casa.

O fato do pakhan ainda estar em viagem, e agora para os Estados Unidos, não facilitava em nada.

Meu sogro tem se tornando uma incógnita, parece estar cansado de seu posto, fazendo tudo lentamente, ou poderia ser apenas mais uma de suas artimanhas, o velho alfa não se manteve por mais de cinquenta anos no poder a toa, é um estrategista nato, e sei que meu esposo puxou isso dele, diferente de Ivan, impulsivo.

Lembrar de meu agora cunhado me desagrada, pouco me importa os seus planos, suas ações para mim, parecem sujas, gostaria realmente que ele não estivesse mais vivo, e acabasse com essa brincadeira de pique esconde, onde todos ficam alerta, para quando ele irá trazer mais alguma de suas confusões para dentro da casa.

Sei que a mãe de Jungkook tem seu dedo podre e sua ganância, todas infiltradas nisso, mas não confio em Ivan, não creio que os fins justifiquem os meios.

Ele poderia ter tomado tantos caminhos...

Mas Nara também! Sei que sua alma é suja e pútrida, mas o que a leva a tudo isso?

Céus, isso me lembra sobre a ômega que o pai de Jungkook escondeu, ela está vindo para Moscou, quando Jimin chegar terá muita coisa para lidar, fico feliz que esteja tendo um pequeno descanso antes.

Minha cabeça anda desocupada, mas nunca para, que saudades de poder contar ao meu amigo sobre tudo isso que penso.

Eu passei meu dia com Jin, Yoongi e Tae, quase como um clube de grávidos e bem, não posso reclamar, é divertido.

Gosto da amizade que tenho com eles, me sinto bem.

Mas Jimin me faz falta, mesmo repleto de pessoas aqui, ainda desejo meu amigo, ele sabe como fazer alguém sentir saudades.

Depois que ele não me responde mais, deixo o celular de lado e resolvo fazer uma xícara de chá, talvez assim eu adormeça e essa sensação exaustiva passe.

Vou até a cozinha, aproveito para conversar com algumas betas que ajudam na organização sobre o jantar, assim que tenho minha xícara de chá de camomila em mãos eu bebo folheando uma revista de bebês.

Estou ansioso para ver o rostinho que meu filhote terá! Será que puxou para mim? Ou então a Alexei? Uma mistura perfeita de nós dois? Eu iria amar que ele tivesse os olhos de Alexei, mas o meu nariz, talvez meus cabelos negros também.

Seria meu bebê um alfa? Um beta? Talvez um ômega? Oh, um ômega lupus eu e Jimin sairíamos bem!

Termino a xícara e resolvo pegar um pouco mais de chá, enquanto caminho uma pontada aguda vem em meu baixo ventre...

Eu solto a xícara no chão, ela se quebra em pedaços, eu levo minhas mãos a meu abdômen, e grito, não, não sou eu, é meu ômega! Ele rosna aflito num pedido de ajuda!

Algumas empregadas chegam desesperadas, tanto quanto eu.

— Senhor Hanse! O que faremos? — Uma delas que me apoia, pergunta com desespero na voz.

— Ligue para Alexei! AGORA. — Eu grito, sem intenção, mas ela não parece ligar para a grosseria, apenas ordena que a outra pegue o telefone de emergência, e ela prontamente faz.

Eu sinto outra pontada, e quando olho para o chão, vejo as gotas vermelhas que assinam minha sentença de puro desespero.

— Meu filhote! Meu filhote. — É o que sei dizer abraçando meu corpo, implorando para ele parar.

Meu filhote! Meu filhote! Minha marca arde como ferro em brasa!

O ômega grita em mim, eu não deixo que ninguém mais me toque, me envolvendo no chão até ouvir a porta se abrir de forma brusca, Alexei surge, ele está com uma expressão assustadora, mas não para mim, eu finalmente abro meus braços os estendendo para ele.

Ele me pega rápido encarando o chão agora com uma grande mancha de sangue, ele rosna alto, e começa a correr para o carro, me coloca no banco do passageiro dispensando o motorista e assumindo ele mesmo o volante.

Ele coloca a mão sobre minha barriga enquanto eu choro compulsivamente, seu olhar fica terno, na tentativa de me acalmar.

Não sei como mais chegamos a uma das clínicas da Bratva, ele chega gritando por uma, médico e logo, eu estou em uma maca, enquanto ele segura minha mão.

— Filhote... Nosso filhote.— É o que sei dizer chorando enquanto me levam para algum lugar.

Lágrimas caem do rosto de meu alfa, mas antes que eu possa novamente dizer algo, outra pontada forte vem.

E tudo escurece, eu escuto o choro do lobo em mim, ele implora, assim como eu, para não tirarem de nós, a pequena vida que tanto desejamos que venha ao mundo.

Se existe um deus, não ouse tirar de mim meu filhote... Não tire de mim a única coisa que eu desejei tanto.

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