Lies and lies.

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Minha cabeça é minha pior inimiga, e eu sei disso, fico remoendo as angústias, sufocando em ódio e lamúrias, com o maldito papel em minhas mãos.

Eu nunca entendi minha mãe, mas o que eu tenho para entender de alguém banhada em mentiras?

Rasgo o papel do exame de DNA , encarando cada palavra e as decifrando mesmo que temeroso.

Portando, Jeon Jungkook é sim, filho de Nikolai Mikhailov.

Meu peito arde, em uma mistura de fúria e alegria, meu pai, continua sendo Nikolai, não sou fruto da traição de minha mãe.

Mas porquê? Por que contou mais uma de suas mentiras? Por que magoar meu pai dessa maneira?

Maldita mulher...

Antes que eu quebre a mesa ao meio, escuto a porra se abrir, e um ômega sonolento coçando os olhos surge.

— Por que está aqui? Ele fala em italiano, e nem percebe, está com um bico nos lábios, zangado por eu estar fora da cama.

— Resolvendo problemas, Angel Moy, perdoe. — Eu me levanto, guardo o papel em minha gaveta.

Jimin abre os braços, para que eu o leve de volta a cama, prontamente o seguro, ele recosta sua cabeça em meu ombro.

— Nikolai é seu pai, não é? Pergunta com os olhos fechados.

Esse era meu Jimin, me compreendia de tal maneira que não era necessário o uso de palavras diretas, como se fossemos uma só.

— Sim, ele é.

Jimin ergue seus olhos brilhantes, sorrindo de forma fofa.

— Eu sabia... Ela fez isso por ser alguém amargurada, alfa... Ela queria tirar do seu pai a única coisa boa que lhe deu, queria o envergonhar e tentar fazer vocês se afastarem, ela é uma, ômega triste e ruim por natureza, mas seu pai não, ele era alguém bom, alguém que merece o filho que tem e uma vida melhor. — Ele termina seu pequeno discurso, fechando os olhos e se recostando novamente.

Eu beijo seus cabelos, agradecendo sua opinião sincera e honesta, da qual eu também compartilho.

Chego ao quarto o colocando de volta em seus lençóis, faço questão de o cobrir com todas as cobertas disponíveis, não quero arriscar que sinta frio, mesmo que por alguns instantes enquanto não me deito ao seu lado.

Retiro o roupão, e tomo meu lugar em nossa cama, assim que o faço Jimin se aninha a mim, levando a pequena mão para minha orelha, ele a acarícia com leveza, era sua mania, ele dizia que eu tinha as orelhas frias, e que precisava me aquecer, era a forma dele retribuir o calor que eu lhe passava em meio ao nosso inverno constante.

— Durma também alfa, você deve descansar sua mente agora, está tudo bem.— Ele ergue o queixo e mesmo de olhos fechados, beija sutilmente meus lábios antes de ressonar tranquilo.

Inalando seu cheiro doce, suspirando pelo conforto que meu matrimônio me deu, deixo que minha mente descanse me entregando-me ao sono por alguns instantes.

Mas apenas alguns instantes...

Jimin se remexe e choraminga, e isso me faz despertar.

— Jimin? Angel Moy? O que há?— Pergunto encarando seu rosto.

— Há alfas na casa... Quatro alfas na casa, na nossa casa.— Ele sussurra, e choraminga incomodado.

O olhar brilhando em caramelo denúncia, é seu ômega no controle, está acuado e ameaçado, com a invasão de seu ninho .

O cio de Jimin está perto, sabemos disso, e agora nossa casa é seu ambiente sagrado do qual nem mesmo Hanse tem vindo visitar, não até que os instintos de Jimin estejam normalizados.

Mesmo com toda a situação do exame, as coisas que Alexei contou sobre Hanse e a farsa criada em cima de seu ômega, ainda assim cuidei de Jimin, percebi suas pequenas mudanças e ao consultar seu médico o indicativo de período fértil era claro, e ele estava feliz, pois logo teríamos nossos pequenos filhotes, e nada impediria de meu esposo de se sentir o melhor possível nesse momento tão especial.

O olhar de meu esposo daquela maneira me afeta, o alfa em mim desperta furioso, beijo seus cabelos e o agarro, aproveito e retiro minha arma debaixo do travesseiro.

Eu levo Jimin até o quarto seguro, pois mesmo que inconscientemente ele está exalando seus hormônios na esperança de afastar os alfas.

— Fique no quarto seguro, eu venho te buscar, ok?— Eu digo enquanto o deixo na cama, ele puxa minha nuca.

— Eu vou ficar aqui e só vou sair, quando você vier me buscar, então sobreviva, e venha me buscar entendeu? Seu olhar é firme, incisivo mesmo que aja apenas amor e cuidado por trás das palavras.

Eu o beijo com voracidade, guardando em minha memória recente o sabor maravilhoso de seus lábios, o gosto de amor recíproco que temos.

— Nada no mundo vai me impedir de voltar para você, Jimin, tem minha palavra de honra.

Ele suspira, acaricia minha nuca, e por fim me solta.

Eu o encaro mais uma vez antes de sair do quarto seguro, guardando seu semblante preocupado em minha memória.

Não posso decepcionar meu ômega, não posso deixar meu doce Jimin para trás.

Engatilho a arma, e descendo a escada lateral, vou sorrateiramente para o andar de baixo, no cheiro de alfas arde minhas narinas, eles estão em minha casa, num momento sensível de meu esposo, invadindo nosso lar, o fazendo se sentir intimidado.

Encontro um dos alfas na cozinha revirando as gavetas, aproveito de sua distração e de uma das facas que jogou pelo chão, enfio em sua garganta assim que se vira, ao notar minha presença, atingindo sua jugular, deixando tempo para gritar, e logo ele cai no chão sangrando até a morte.

O segundo e o terceiro eu consigo derrubar com apenas um tiro, me aproveitando do silenciador da arma.

Logo vou atrás do quarto, que está na escadaria rumo a onde Jimin está.

Eu o sigo silenciosamente, e logo o alcanço, ele nota minha presença, e se vira, aproveito me desse momento e atiro em seu braço, antes que ele reaja, sua arma cai no chão e ele grita.

— O que quer em minha casa filha da puta? Quem mandou você?— Esbravejo, agarrando seu pescoço e o erguendo.

Ele leva o braço bom para a máscara de sky que está em seu rosto, ele a puxa mesmo que eu aperte mais seu pescoço enquanto ele faz isso.

Assim revela a face de quem invadiu minha casa, o furor em mim apenas aumenta, como esse desgraçado tem a audácia de depois de tudo o que fez, ainda invadir minha casa.

— Ivan?  

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