Despertar.

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Hanse.

Acordo sentindo a fome me incomodar, me reviro na cama pequena, mas braços fortes me mantém parado.

— Não ouse tentar fugir, Ptichka. Reconheço a voz de Alexei, porém a algo diferente, ele parece estar triste.

— Estou com fome. — Anúncio, fazendo o seu braço relaxar o aperto.

— Vamos comer. — É tudo o que ele diz, antes de levantar comigo em seus braços, não me soltou por nenhum instante.

Olho para minhas roupas e não são as mesmas que eu dormi, encaro e vejo que não estava realmente no quarto do pânico e sim em nosso closet.

— Por que estávamos no closet?

— Você chorou quando coloquei de volta em nossa cama, babuska disse que lugares menores e mais quentes ajudariam você a voltar da hibernação.

Fico confuso, hibernei?

— Por quantos dias eu dormi? — Encaro os olhos azuis-escuros, eu me fitam, preocupados.

— Quatro dias, dormiu por quatro dias inteiros.

Havia dor em suas palavras, como se tivesse amaldiçoando o tempo.

— Oh! Sinto muito se te preocupei, alfa, não era minha intenção, apenas senti muito frio, depois que saiu e quase não me lembro do que fiz antes de adormecer.

Finalmente estamos na cozinha, e não recebi uma resposta, apenas sou colocado em uma cadeira, logo Alexei pega comida na geladeira a aquecendo no micro-ondas, sem olhar para mim.

Sopa quente, pães e uma xícara de chá, são postas para mim, meu marido se senta em minha frente e apenas acena com a cabeça para eu comer.

O alimento é bem-vindo, mesmo que um pouco de enjoo me assole, ele é passageiro, logo estou no terceiro prato, me deliciando com o gosto dos temperos.

— Estava mesmo com fome, fiz essa sopa para você, Jiki ningyō A voz da ômega mais velha faz com que eu me vire, a cumprimentando, mas quando vou me curvar ela me impede.

(Jiki ningyō= Boneca de porcelana.)

— Deixe as formalidades, sou sua avó, tal qual sou de Jimin.— Babuska está sorridente.

— Desculpe, é costume. Digo sem graça.

— Agendei, seu médico, é daqui a dois dias, eu estarei lá, um alfa ótimo, obstetra maravilhoso, cuida da família há muito tempo, assim já saberemos mais sobre sua gestação, logo teremos mais um membro trazendo felicidades.— Ela ri, e acaricia minha bochecha.

Mas estou em choque, ela sabe... Viro-me e encaro o rosto de Alexei que acusa, não é mais um segredo.

— Vou cortar frutas para você, Jiki ningyō, você e o amarelinho precisam de vitaminas, preciso cuidar dos meus netos ômegas!— Ela sai, como entrou, quase como um fantasma.

Junto forças para encarar Alexei, seus olhos não se movem do meu rosto.

— Desculpe.— É tudo o que sai.

— Pelo que tenho que te desculpar Ptichka?— Ele continua impassível.

— Ter escondido, a gravidez, e bem, causado tudo isso.— Digo simples.

Ele então dando a volta no pequeno balcão onde estamos, essa cozinha é quase como decoração de nossa casa, então estranho estarmos ali, mas creio que isso já estava nos planos de meu marido, um local para nós conversarmos.

Ele me alcança com as pontas dos dedos, como se eu fosse me partir em mil pedaços em sua frente, pego sua mão e a deixo acariciar meu rosto fechando os olhos, e apreciando seu toque.

— Pensei que iria perder vocês, o primeiro dia foi o próprio purgatório, o segundo o pior castigo, no terceiro já não havia nada que me tirasse da escuridão e o quarto, foi... O próprio inferno, Ptichka... Eu queria comemorar nosso filhote, queria dizer que eu estava feliz, porra... Eu o amo. — Ele diz e escuto o fungar, em meio às palavras.

Deparo-me com seu rosto banhado em lágrimas, me apresso em o puxar e beijar sua boca, salgada, com gosto de arrependimento.

— Me perdoe também, queria te dizer antes, mas estava tudo tão caótico, tão confuso.

— Duas vezes que quase te perco, por minha incompetência, eu não te mereço.— Ele sussurra.

Eu o beijo com mais força, deixando nossas línguas se encontrarem, deixando que minhas lágrimas se misturem as dele, nos unindo na dor e no amor.

— Não é sobre merecer, é sobre lutar para continuarmos juntos. — Eu ofego sob seus lábios e retorno ao beijo faminto.

Após um abraço longo e caloroso, Alexei se recupera segurando nossas mãos e fazendo nossas alianças se encostarem.

— Estaremos juntos, até que a morte tente nos separar, pois, eu não vou deixar Ptichka, não vou.

Sorrio, pois, essa é a maneira dele dizer que ama a mim, ao nosso filhote, nossa família que começa a se formar.

Puxo sua mão para minha barriga, ainda lisa, ele ri, se abaixa e a beija, enquanto eu faço carinho em seus cabelos.

— Seremos nós, nossa família sempre.

Seis dias depois.

Finalmente estou recuperado o suficiente para ir ver Jimin, ele estava gripado e para o bem comum não nos vimos, mas agora com ele completamente bem, e após eu saber que minha gestação está saudável e completamente normal.

Aproveitamos ser necessária uma pequena reunião da Bratva que foi realocada para sua casa, para nos reencontrar, sei que ele está animado com minha gestação e prometemos acertar algumas coisas, também com Jin e Taehyung.

— Ptichka vamos? Alexei diz, impecável em seu terno preto, fazendo uma contraposição a minha roupa de cor vinho, mas foi ele mesmo que escolheu, diz que destaca meus cabelos agora brancos.

— Apenas estou terminando de pôr meus brincos.— Respondo finalizando

Levanto-me, e logo sou puxado pelo meu marido, e recebo um beijo carinhoso.

— Não vai ser algo demorado, seu que você e Jimin tem muito a falar, mas eu e Dimitri ainda estamos afastados, pelo menos até as nevascas se cessarem, se se sentir mal, não exite em me chamar, entendeu? Ele parece autoritário, mas apenas está mais protetor que o comum.

— Eu vou, prometo. — Deixo um beijo para ele entender que falo sério, e após ele beijar nosso filhote, como tem feito diariamente desde que soube de sua existência partirmos.

Mesmo que seja algumas casas de distância Alexei insiste que iremos de carro, mesmo que eu diga que estou agasalhado o suficiente ele não deixa que eu me aproxime da neve, entramos no carro em nossa garagem coberta, e logo estamos na garagem dos Jeons, e apenas saio do carro após todo o ambiente está fechado.

Jimin está ao lado de seu esposo, igualmente agasalhado, o que me faz pensar, alfas sendo alfas.

— Hanse!— Ele diz animado e vem em minha direção, eu abro os braços e mesmo com as roupas dificultando nós abraçamos.

— Senti sua falta!— Ele diz.

— Eu também! Temos muito a conversar!— Respondo.

— Claro! Eu fiz uma lasanha, e Jin uma sobremesa esplêndida! Vamos colocar o papo em dia e comer sem culpa! Ele sorri animado, brilhando.

Isso me faz entender porque Jeon o chama de pequeno sol.

— Sim, vamos. Seguro em sua mão, me viro para Alexei que sorri minimamente, sei que assim que passarmos pela porta, ele será o alfa da Bratva, futuro Pakhan.

Mas também sei, que a máfia é a nossa família, eu estou em casa, após tanto tempo eu tenho um lugar seguro, sou amado, e querido, a Bratva é o lugar que eu devo estar, e eu defenderei como puder todos aqueles que amo.

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