Sangue no carpete.

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"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas..."

Sun Tzu

Foi uma bagunça dos infernos, o sangue não sairia do carpete, os corpos deixaram o maldito cheiro lupino por toda a casa, e nem mesmo a equipe de limpeza conseguiu deixar o lugar como era antes, isso vai incomodar meu ômega, e isso me faz socar a parede, irritado por falhar, por colocar meu pequeno sol em perigo.

— Não destrua a parede, camarada, ou vai ter um ômega ainda mais zangado. — Eva me avisa, colocando a mão sobre meu ombro, antes que eu desse outro soco.

— Eu falhei, Eva. — Suspiro com raiva.

— Não, se tivesse falhado seu marido estaria ferido, ou seja, lá o que planejavam, você foi eficaz o suficiente, para que tudo terminasse de forma rápida, e de mortos temos apenas os inimigos, então escute Dimitri, vá para seu esposo, o acalme o faça ver que tudo está bem, deixe que Ivan e toda essa merda será resolvida, não adianta pensar com o ódio lhe domando camarada, amanhã resolvemos o restante, suba, tem alguém lhe esperando.

— Obrigado, Eva.

Quando voltei para o quarto do Pânico, após deixar Ivan sob os cuidados de Eva, encontrei Jimin ajoelhado perto da porta, a encarando.

Assim que me viu, seus olhos encheram de lágrimas, e antes que ele chorasse o peguei em meu colo, senti estar molhando meu ombro, e soluçava baixinho, tudo aquilo era demais para alguém que estava num momento tão sensível, eu sabia disso, e o ódio em mim, fermentava, mais e mais.

Maldito seja Ivan!

Deito em nossa cama, sem que Jimin desgrude, de mim, os dedos começam a ficar brancos, tamanha força com que me agarra.

— Moye solntse, estou aqui, eu voltei. — Eu digo baixo, perto aos seus cabelos.

— Jungkook.— Ele choraminga com seu sotaque italiano.

— Estou aqui, estou aqui.

— Tive medo. — Confessa levantando o rosto marcado pelas lágrimas, os soluços balançam seu corpo contra o meu.

— Não tenha medo, Angel Moy, eu sempre volto para você, estamos unidos por toda essa vida e vou garantir que estejamos juntos em outras. — Não sei ao certo de onde vem essas palavras, mas ver ele sorrir minimamente, acalenta meu coração.

— Quero outra casa...— Ele diz encarando meu rosto, e observo no fundo, dos olhos de cor âmbar, a honestidade de seu pedido.

Não há nada mais sagrado que nosso lar, onde devemos ter descanso e sossego, Ivan destruiu a confiança que Jimin tinha nesse lugar, e agora precisávamos de outro, a mistura do instinto animal e racional, estava ali, pedindo para que sua paz fosse restaurada.

— Você terá, Angel Moy, amanhã assim que a pequena comitiva que seu pai enviou chegar, pode ir com eles escolher um novo lugar.

Ele franze a testa bonita, o bico de forma.

— Não são eles que vão morar comigo, e como assim comitiva italiana? Ele está chateado, e isso me faz sorrir.

Não por tê-lo irritado, pela simplicidade em que não quer e não me esconde o que sente.

— Seu pai foi avisado da invasão, está mandando Namjoon e Jin com seu filho e seu cunhado para cá, sei que tem proximidade com eles, mas quanto a escolher nosso lar, separe os que mais lhe agradar, não me nego a estar junto na decisão, apenas quero que distraia essa linda cabecinha, enquanto eu cuido do que houve.

Os lábios continuam com o bico, vermelho e chamativo, mas não há mais o vinco em sua testa, eu me ergo beijando seu ombro exposto, e logo voltamos para a posição em que estávamos, agora sem os soluços de Jimin, ele brincava com os dedos em minha tatuagem, e eu o esquentava na esperança que adormecesse.

Quando pisco por alguns instantes meu coração acelera, hoje poderia ter perdido meu esposo, hoje não foi como nas outras vezes que encarei a morte, não...

Perder Jimin seria pior que morrer.

— Alfa... Ele chama me fazendo encarar o pequeno rosto.

— Quem invadiu nossa casa? — A pergunta é simples, e lhe devo a resposta, mas sinto haver mais naquilo, muito mais.

— Por quê? O que se lembrou? — Seguro seu queixo.

— O cheiro, de um deles... Ele esteve na Itália, discutiu com Papa, eu me lembro bem, tinha muito álcool em seu corpo, como agora, mas o que me deixa incomodado é que o cheiro, é como o do alfa que estava em nosso casamento, não posso te dar certeza, ele parecia fugir, e não consegui chegar perto o suficiente, mas eu tenho certeza que são cheiros tão similares, que até... Me confundem como se fossem da mesma pessoa. 

La Famiglia.  JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora