Il traditore.

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Jimin.

Nunca odiei tanto as malditas reuniões da máfia e seus assuntos infinitos como hoje! As horas não passam, o tempo se congela com a presença ruim, dessa mulher péssima.

Eu estava incomodado com o fato de minha sogra estar ali, mesmo que em silêncio seu olhar era crítico e maldoso.

Porém a mão quente de Hanse, junto a minha, me fazia lembrar que eu precisava me conter, precisava dela viva, afinal seu caminho para pagar seus pecados, ainda não havia começado.

Talvez deuses tenham misericórdia, a Famiglia? Nunca tivemos.

Essa mulher mesquinha e cruel, incapaz de entender que o mundo não deve sucumbir a suas vontades, amargurada por uma vida que ela mesmo optou, ela ainda engoliria todo seu veneno, nem que eu mesmo colocasse em uma taça e a obrigasse a beber.

— Yoongi, está ansioso pelo nascimento da sua menina? — Taehyung, resolveu procurar algum assunto, afinal estávamos todos em silêncio.

— Bem, um pouco. — Min responde simples, acariciando sua barriga, grandinha.

— Você é Min Yoongi? Estranho. — Nara fala alto, fazendo todos olharem para ela.

— Porque essa cara de galinha sonsa?— Taehyung não se segura.

— Oh? Você é casado com Hoseok, não é? — Ela continua, e a maldade escorre pelo canto de sua boca.

— Ah! Querida, vá direto ao ponto.— Ele se levanta, e ao ver Yoongi ele parece apavorado, Taemin fica confuso em meio a tudo, como todos nós.

— Não sabia que Hoseok e Yoongi tiveram um noivado? Mas seu marido traiu o Min, e ele ficou quase que indesejável, à espera de qualquer um que pudesse tirar a vergonha da traição de suas costas, mas veja só, vocês agindo como uma grande família feliz. E ela dá sua cartada.

Todos na sala ficam perplexos e isso me inclui, eu sabia que Yoongi tivera um noivado breve, uma promessa feita quando ele ainda era pequeno, mas nunca eu imaginaria que Hoseok era seu noivo.

Mas agora fazia sentido, o fato de mal se olharem, ou melhor o faro de Yoongi ignorar a presença de Hoseok, mesmo que o alfa o encare por algumas vezes, pensei que fosse um olhar de curiosidade, mas não... É culpa.

Culpa por abandonar um compromisso de anos, céus isso deve ter sido tão vergonhoso, e ele não disse nada, apenas deixou que o tempo cobrisse toda essa dor.

O olhar de Seokjin indica que ele está em choque, o que ele e Namjoon irão fazer com essa informação? Seu menino, seu filhote... Pelos deuses!

— Como? Como sabe disso? — Yoon se levanta irritado, Taemin está o segurando.

— Sua mãe, é cunhada de minha irmã, somos quase parentes querido, tenho família na Coreia e acredite a história do noivo traído, correu por todos os corredores, eu ri bastante disso, aliás todos riram do pequeno insuportável abandonado, mas veja se reergueu, mas uma vez deixado, sempre deixado.— Ela ri, maldosa, se levanta, deixa a xícara de chá na mesa e sai da sala sem que ninguém a impeça, mas não sem antes acenar para todos, como se sua meta tivesse sido cumprida.

Se era discórdia que ela queria, ela realmente conseguiu.

Min que estava com o rosto raivoso, se põe de joelhos chorando, Taehyung fica parado e eu o vou em sua direção o alcançando assim que posso.

— Melhor deixarmos os dois separados.— Jin sugere.

— Não, Pai, não. Taehyung encara o mais velho, ele me sorri e vai até Yoongi, que chora nos braços do esposo.

Então ela se ajoelhou, colocando sua cabeça no chão, para nós esse ato, é um pedido puro de perdão.

— Eu sinto muito, eu realmente sinto muito. — Ele diz e sua voz está abafada, pelo choro e pela posição.

Yoon se afasta do esposo e faz um carinho em seu rosto, há tanto pavor e preocupação na expressão de Taemin que me corta o coração.

Ele alcança Taehyung, e faz carinho em seus cabelos.

— A lembrança dói, por que foi uma época dolorosa, fui humilhado, mas não pense que culpo você ou ele, ele escolheu o que o coração dele pediu, e eu fiz isso algum tempo depois, por favor, não se culpe, e nem a ele. — É o que diz, ajudando Kim a levantar sua cabeça, e beijando sua testa de forma fraternal.

— Obrigado!— Tae se joga, abraçando o outro, uma cena bonita, mesmo que dolorosa.

No fim, Yoongi e Taemin resolvem ir para seu quarto, as emoções afloradas fizeram com que ele se sentisse mal, então ele resolve ir se deitar e seu marido o acompanha.

Jin acaba indo chamar Namjoon e Hoseok da reunião, a fim de que mais explicações sejam dadas sobre o assunto, mas de forma privada, para eles poderem se entender.

Jungkook e Alexei continuam a maldita reunião infinita, nunca desejei tanto o fim de algo, espero que eles nem desconfiem de tudo o que aconteceu, e ao mínimo resolvam todas as questões lá, antes de encararem a guerra que esta se armando debaixo de seus narizes.

Por fim ficamos eu e Hanse, ele segura minha mão firmemente como se eu fosse desmoronar.

— Pode chorar se quiser, eu estou aqui. — Sua voz é amigável, e parece que desperta algo em mim.

Então eu me deito no seu colo, deixando o sentimento angustiante vir.

— Eu não queria odiar minha sogra, eu não queria ter tanta raiva de suas atitudes mesquinhas, eu queria a ver como uma segunda mãe, mas tudo o que ela faz e fala, é tentando prejudicar minha família e quem eu amo, eu a odeio, eu a odeio! Desabafo, sentindo os dedos gentis de Hanse sobre meus cabelos.

— Shakespeare disse no soneto trinta e cinco... Não chores mais o erro cometido;

Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;

O sol no eclipse é sol obscurecido; amor e ódio são um só, dois lados da mesma moeda, você quis amar ela, mas ela não pode ser amada... Você não precisa salvar o mundo, Jimin... Você precisa deixar por vezes o ódio sair.

E suas palavras ressoam em minha mente...

Eu vou deixar meu ódio sair, Jeon Nara vai entender o que acontece quando se mexe com minha família.

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