Sangue por sangue.

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Alexei

O livro em minha frente me prende, em uma frase específica, algo que ecoa em minha mente.

Em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade; mas quando estoura a guerra deve agir como um soldado!

William Shakespeare.

E cá estava eu tentando manter o equilíbrio, entre ser o homem de paz e também o soldado de guerra, mas basta eu olhar na mesa a minha frente, para entender o por que dizem que existem sentimentos que se materializam, a paz juntou-se ao desejo, ao fogo de uma paixão ardente e materializou meu marido.

Meu lindo e doce ômega...

Hanse terminava seu novo texto em russo, ele tem se esforçado para aprender nossa língua, um exímio estudioso.

E com o incentivo de Jimin tem evoluído bastante, agora temos horários de estudo, mas quais me dedico apenas a ele, suas dúvidas, e histórias.

— Terminei, Alfa. — Ele vem sorrindo, saindo de sua cadeira, e se acomodando em meu colo, ele se nega a ficar muito perto de mim enquanto estuda, diz que eu o distraio.

Que culpa tenho eu de sua pele gostar de estar sobre meus lábios?

Verifico seu texto, com a gramática perfeita e a letra cursiva e delicada.

— Veja só Ptichka, está perfeito. — Eu elogio e beijo seus lábios rosados.

— Obrigado. — Ele murmurou tímido.

Perco-me em seus olhos bonitos, os quais ele ressalta com uma maquiagem leve, deixo o papel na mesa, puxando seu queixo para finalmente me afundar em sua boca, doce.

Hoje foi um dia infernal, a guerra com os mexicanos, o fato do exame de DNA de Dimitri ter saído, uma retaliação interna seria o pior cenário.

Mas tudo isso desaparece quando estou com meu esposo, ele retira de mim o peso de ser quem eu sou.

— Alexei... Ele quase geme meu nome mordendo meu lábio.

— Sim, Ptichka...?— Resmungo afundando as mãos em seu quadril.

— Seu celular está vibrando. Ele volta a murmurar.

Eu o retiro do meu bolso, beijando mais uma vez meu esposo, antes de olhar para a tela, ele sorri tímido.

Mas ao ver o nome brilhando, meu corpo enrijece, atendo prontamente.

— O que houve?— Pergunto já sabendo que não haverão boas notícias.

— Camarada, invadiram minha casa, enquanto Jimin está em pré cio, tive que matar três dos homens... Mas isso não é a pior parte. — A voz de Jeon está rouca, exalando raiva, afinal seu marido está num período perigoso e sensível.

— O que pode ser pior que invadirem a porra da sua casa?

— Quem invadiu ela, isso é o pior, por que é Ivan, e eu atirei nele, agora ele está no meu sofá, sangrando e exigindo sua presença.

A serenidade se esvaiu de mim, tão rapidamente, que cada veia em meu corpo pulsou, no mais puro ódio.

Encaro Hanse que ouviu a conversa, ele afirma com a cabeça, como se me concedesse, sua permissão, e era apenas isso que eu precisava.

— Ligue para Eva, mande meu irmão para cá, sua casa é um território que não verá mais desrespeito, eu mesmo cuidarei de Ivan.

— Certo, mas saiba que Don Mancini, foi avisado, os representantes da Famiglia chegam logo pela manhã, Don Mancini não aceitará essa afronta, e eu não irei contra a família de meu marido para defender Ivan, que isso esteja claro.

E ali estava o alfa falando ao invés do soldado, e ele tinha razão.

— Ninguém irá contra a Famiglia, Ivan cavou sua própria cova, e ele deve se deitar nela em breve.

— Conto com isso, Alexei, ninguém desrespeita meu lar, meu marido, sangue por sangue.

Solto o ar de meus pulmões, o mandamento Bratva era raramente citado assim, mas quando usado deve ser respeitado.

— Sangue por sangue, camarada.  

La Famiglia.  JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora