Em meio a névoa.

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Alexei.

Eu cheguei em casa, após a pequena reunião com meu pai, subi após cumprimentar brevemente os meus homens, pois sabia que estava muito frio e Hanse havia ficado sozinho, ele tremia logo pela manhã, mesmo com todo o aquecimento da casa ligado, o melhor seria que eu estivesse perto.

Abro a porta, e vejo que a cama está mexida, mas eu não o observei pela cozinha, nem quando entrei.

Olho em nosso banheiro, closet, procuro por todos os lados, e o desespero me assola.

Desço as escadas correndo, e pergunto a cada um se viram meu esposo, e não nenhum deles alega o ter visto.

Ele sumiu como uma névoa.

Ligo para seu telefone, mas o escuto tocar em meu escritório, e lá também encontro o roupão que estava usando hoje de manhã.

Desesperado ligo para Eva, preciso falar com Jimin, preciso de mais informações.

Preciso aguardar até Jungkook atender, e quando ele o faz eu o atropelo com diversas perguntas.

— Alexei, eu já disse, Jimin não sabe sobre Hanse, eles não se falaram hoje, meu esposo está doente, mas não se preocupe alertei a todos, estamos a procura, Namjoon, Hoseok e Taemin saíram de carro, iremos olhar as câmeras, mas, preciso que se acalme.— Ele diz.

— Se fosse Jimin a estar desaparecido, você estaria calma caralho? É meu esposo! Meu ômega! Eu esbravejo, sem me dar conta que usei a voz de alfa.

— ALEXEI! SUA CRIANÇA DO CARALHO! A voz e o aroma característicos, anunciam, é babuska, que adentra a casa como sempre, sem avisar e com uma pequena balbúrdia, que piorou por eu usar a voz de alfa.

— Babuska já está aí? Dimitri pergunta ao telefone.

— Sim, vou desligar, mantenha-me informado.

Sem dar a chance de resposta, encerro a chamada indo em direção a matriarca.

— Babuska não é um bom momento. — Eu já a alerto.

— Criança tola, eu vim aqui, porque sei onde seu marido está, pare com esse escândalo. Ela diz me apontando sua bengala, o lobo de prata do cabo quase me acerta.

— Como assim? Você sabe? Estou a mais de duas horas à procura de Hanse! E você me diz isso agora? Meu tom saiu mais alto do que o que eu imaginei, e ela me acertou com a parte prateada, diretamente em minha testa.

— Respeito, Alfa! Me siga logo! Ela diz zangada, logo se vira me dando as costas, indo em direção às escadas.

Caminho atrás dela, será possível que meu esposo estava em minha casa o tempo todo? Não! Eu procurei pelo seu cheiro, chamei pelo seu nome!

Sigo Babuska até o terceiro andar, onde temos o quarto do Pânico, ela ri, e me aponta a pequena câmera que grava o local.

Encaro a ômega e depois a pequena tela e então vejo Hanse, dormindo em um monte de roupas minhas, enrolado segurando a camisa que usei na noite interior próxima ao seu rosto.

— Como? — Eu penso alto.

— Hanse tem vindo aqui, se sente seguro no quarto do pânico desde que houve a invasão na casa de Jimin, além da tentativa de sequestro, ele me confidenciou que sabe o caminho sem as câmeras, ele tem medo de que se invadirem o local saiba, onde esse quarto fica, seu marido é inteligente o suficiente para traçar uma rota, onde fica invisível por todos, mas a questão criança idiota, é que você deixou seu ômega em uma nevasca, eu não sei que tipo de merda seu pai pensa, chamando você e meu neto para uma reunião ciente que vocês têm ômegas, porém eu mesma irei resolver essas questões, o que me preocupa é podemos ter chegado um pouco tarde, ele está hibernando. — Ela comenta apenas observando a pequena tela.

As informações se encaixam em minha cabeça, o ômega de Hanse quis se proteger do frio sem minha presença, hibernação era uma raridade atualmente, acontecia apenas em casos extremos de sobrevivência ou então...

— Babuska, eu não senti o aroma de Hanse. — Eu digo olhando diretamente nos olhos da senhora ômega.

— Quer apenas confirmar, ou essa cabecinha está pensando finalmente?

— Ele está?— Digo tentando completar a frase.

— Você se esqueceu, não é? Ele é um lúpus, ele se disfarça muito bem como um comum, eu tive que descobrir por mim mesma, diferente de Jimin, o fizeram acreditar que isso era uma maldição, se ele consegue esconder a classe, julga que não conseguiria esconder sua gravidez? Ela ri, quase que debocha de mim.

Eu sabia que Hanse era um ômega lúpus, mas não porque ele me contou, descobri em seu cio, e não tive tempo de pedir-lhe para me dizer mais sobre, e agora isso.

Tenho perdido tanto tempo com essa maldita batalha, que não me dei conta que meu esposo estava nesse estágio tão frágil e necessitado.

Teríamos um filhote! Pelos deuses!

— Babuska... Ele vai ficar assim, até quando? — Eu encaro o chão, sentindo uma emoção estranha a mistura da culpa e do êxtase.

— Até ele sentir-se seguro, para ele e para seu filhote acordarem, mas Alexei. Ela para, e sei que está me encarando.

A mulher não gosta que fujam de seus olhos enquanto conversa, eu tomo coragem de olhar-lhe, mesmo sabendo que estou prestes a chorar.

— Criança tola, escute o que essa velha ômega vai dizer, a guerra está a nossa frente manhã sim e manhã não, podemos morrer agora ou daqui mais vinte anos, porém se você viver apenas da Bratva, quando morrer levará apenas a Bratva, agora se souber o valor da família, e viver sua vida além dela, aí sim, você será um grande soldado, o Pakhan verdadeiro, e não apenas por ser filho do antigo, porque aprendeu mais que ele, agora, vá ficar com seu esposo, vou acalmar os nervos do amarelinho e arrumar sua confusão, até seu marido acordar e vocês conversarem, seja o alfa dele, não um soldado.

Ela deixa um beijo em minha bochecha e sai, cantarolando alguma música antiga, me deixando ali, como se uma tonelada de culpa tivesse em meus ombros.

Algumas lágrimas caem, e eu enfim tomei coragem de abrir a porta, digitando a senha, assim que abro, o cheiro adocicado de Hanse toma meu olfato, o animal em mim finalmente se acalanta.

Tiro meus sapatos e o terno, e lentamente me aconchego onde ele está, ele ronrona em satisfação, o que me faz rir minimamente.

— Perdoe-me, Ptichka, serei um alfa melhor, serei um pai melhor, eu juro, essa vida que fizemos juntos, eu vou honrar, essa é a única vez que falhei com vocês.

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