Vivian Coleman - quinze anos de idade
Diana escova meus cabelos e termina de ajeitar o meu penteado, colocando a minha coroa prateada em minha cabeça com um sorriso bobo pairando em seus lábios.
— Você está linda, minha pequena Vivian – ela fala, sua voz meio embargada e os olhos lacrimejados, isso me causa emoção, normalmente eu não a via tão vulnerável assim — Nem consigo acreditar que já está nos seus quinze anos de idade.
Sorrindo, aceito de bom grado seu abraço e engulo as lágrimas em minha garganta, eu não conseguia conter minhas emoções. Era a primeira festa de aniversário que eu teria desde o acidente no colégio. Meus pais não foram compreensivos com a minha fuga, e deixaram-me de castigo por anos, os meus treze e quatorze anos foram terríveis para mim, eu não podia fazer absolutamente nada sem que houvesse guardas em minha cola, vigiando todos os passos que eu dava em um dia, eu não sabia mais o que era o mundo lá fora.
Eu não havia feito a cirurgia para remover a minha cicatriz, cheguei a marcá-la, mas não compareci, o que deixou mamãe furiosa, mas não me importei com isso. Eu queria guardar na memória aquele dia, o dia em que eu me senti dona de minhas próprias escolhas e que lidei com as consequências disso.
— Fique de pé – ela pede — Vamos ver como você está.
Atendendo seu pedido, coloco-me em frente ao espelho enorme do meu quarto, prendendo o ar com a visão de mim mesma. O vestido de baile era na cor azul meia noite, com caimento em camadas mescladas em cinzas e azul até os meus pés, com mangas ombro a ombro e um decote reto em meus seios, deixando-os mais fartos e chamativos.
Eu me sentia uma princesa de verdade essa noite.
— Há mais uma coisa – Diana me tira de meus pensamentos, olhando em meus olhos através do espelho, ela diz — Seu presente de aniversário.
— Meu presente?
— Você não achou que eu não fosse lhe dar nada, certo? – ela brinca, me fazendo rir fogosa enquanto me sento na cama e observo ela pegar uma caixinha média preta com uma fita dourada em cima — Espero que goste.
— O que há aqui dentro? – perguntei risonha, abrindo a caixa no momento em que ela a coloca em meu colo, ao ver o que havia dentro, arqueio minhas sobrancelhas e encaro a minha irmã — O que é isso?
— É uma adaga – minha irmã explica — Eu ganhei uma no meu aniversário de quinze anos, e resolvi dar uma para você também.
Pegando o objeto em minhas mãos, deslizei suavemente meus dedos até a ponta, a adaga era preta, no mesmo formato de uma espada, só que pequena, e no punho, era todo folheado a ouro branco com alguns detalhes em preto, e na ponta, havia uma pequena coroa nela.
— É linda – digo em um sussurro — Mas, eu não sei como usar isso.
Minha irmã ri.
— Não se preocupe, irei ensiná-la a usá-la.
— Obrigada, minha irmã – colocando a caixa em cima da cama com a adaga, corro até Diana e a abraço — Muito obrigada.
— Não quero soltá-la no mundo, mas entendo que você precise disso, então, irei mostrar um pouco como você pode fazer para se defender.
Meu coração se enche de emoção com suas palavras, e não posso conter o sorriso bobo em meus lábios.
— Os convidados já devem estar cansados de esperar – comento, o que acaba fazendo Diana me soltar e caminhar até a minha cômoda e pegar minha pulseira que eu havia ganhado de mamãe, era uma simples correntinha de ouro branco, com uma estrelinha solitária.
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Casamento por contrato - A verdade por trás dos muros
Roman d'amourLIVRO ÚNICO! Unidos por uma tragédia. Com segredos guardados a sete chaves, e com dores jamais expostas. Christopher Lewis e Vivian Coleman, dois amantes e dois inimigos. Uma união fragilizada, feita para obter apenas um propósito. A união de duas f...