Capítulo vinte

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Vivian Coleman

As mãos de papai se agarram firme em meus ombros, meu corpo sacode enquanto ele tenta me trazer de volta, mas eu não consigo. Há um zumbido forte em meus ouvidos que me impede de escutá-lo, minha vista mantém-se embaçada pelas minhas lágrimas presas em meus olhos, meu corpo inteiro dói.

Meu coração dói.

Eu os ouço, sinto a presença de mamãe ao meu redor também, mas não consigo escutar exatamente o que ela diz, e nem mesmo vê-los.

— Vivian, querida – o toque suave de mamãe em meu rosto me faz encará-la, eu a vejo tão distante — Volte para mim.

— Eu vou matar o desgraçado responsável por isso! – ouço meu pai esbravejar, a raiva em sua voz faz meu corpo estremecer, em seguida, ouço o barulho de algo se quebrando no chão, algo de vidro, e então, mamãe grita.

— Thiago! você precisa se manter firme, por Vivian!

— Cuide desta merda, preciso fazer algumas ligações.

FLASHBACK ON

Corro pela grama de nosso jardim, meus cabelos estão voando e atrapalham a minha vista, e minha respiração está péssima, eu não sei como Diana, minha irmã, consegue correr por tanto tempo sem se cansar com facilidade.

— Diana, me espere! – eu peço, ouvindo sua risada mais a frente.

Quando tento alcançá-la mais um pouco, tropeço no chão, caindo de joelhos em uma pedra, a simples pedra perfura meu joelho, e assim que vejo a cor do meu sangue manchar a minha pele, sinto meu corpo congelar. Essa não.

— Diana! – minhas mãos estão trêmulas, o cheiro do sangue me faz suar como um porco.

Não seja tão dramática, maninha – ouço sua risada.

Olhando para frente, eu me sento no chão e a observo mais na frente, em cima de um tronco, seus cabelos longos estão soltos, e o seu sorriso por um momento me faz esquecer a dor em meu joelho.

— Eu não sou dramática! – esbravejo, zangada.

Pulando no chão, o som de suas botas me chamam a atenção ao entrar em contato com as pedras. Sorrindo, Diana me ajuda a ficar em pé e bagunça meus cabelos.

— Vai ficar bem, foi apenas um machucado superficial.

— Mas.. está doendo, Diana! – sentindo meus olhos arderem pelas lágrimas, a primeira lágrima rola em minha bochecha.

Ao levantar a cabeça, a vejo subir no tronco novamente e pular para o outro lado, sumindo da minha visão.

— Diana! – eu grito, ofegante e correndo em sua direção, não me importando mais com a dor.

— O que , dramática? – ouço sua voz distante, o aperto em meu peito ao vê-la se afastar de mim me trás desespero.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora