Christopher Lewis - dezoito anos de idade
Me alongando no gramado do estádio, onde iríamos treinar para o nosso próximo jogo de futebol com Viktor ao meu lado, nego com a cabeça quando ele dá uma risadinha para as garotas da nossa turma, as líderes de torcida.
Eu não sabia como ele conseguia se atrair por coisas tão fúteis.
— Você se comporta como um garoto na puberdade – reclamei, vendo-o virar para me encarar enquanto fazia polichinelos.
— É o nosso último ano no colégio, temos que dar a elas o que elas sempre quiseram durante o primeiro dia em que pisamos os pés aqui.
— E que tal começarmos por você focando no treino?
— Você só se importa com o futebol, Chris – ele pondera um pouco, abrindo um sorriso malicioso em seus lábios.
Se eu não o tivesse visto agindo como um assassino psicopata, diria que Viktor Miles não passava de um amador, mas eu sei bem até onde ele vai, já o vi enfiar um cano de ferro quente no rabo de um dos caras que fomos pagos para matar, isso tudo porque o sangue dele sujou seu terno preferido.
— Oh, quase ia me esquecendo que a única bunda pela qual você se interessa é a de Diana – ele diz humorado, perdendo a paciência, chuto a bola com tanta força em sua direção, que ela quase explode em seu estômago, fazendo-o cair de joelhos — Filho da mãe.
— Eu já disse para não falar sobre isso em voz alta.
— A única pessoa que não sabe que você pega Diana por aí é a pobre e coitada da Vivian – com as mãos em seu estômago, ele se levanta e se alonga, me dando um olhar de aviso claro que a bolada teria volta quando eu menos esperasse.
— E é bom que permaneça assim – aviso-o com um sermão.
Levantando as mãos para o alto em claro fingimento, ele diz — Quem seria eu de dizer a Vivian que ela foi rejeitada porque você come a bunda da irmã dela.
Neguei com a cabeça, olhando para Viktor que olhava por cima do meu ombro.
— E falando no diabo loiro – ele aponta com o queixo, não há tempo para me preparar, Vivian já está passando por mim como um furacão, fazendo questão de topar seu ombro ao meu.
Nos últimos meses, ela se tornara uma pirralha insuportável, fazendo questão de sempre transformar a minha vida num inferno, ciente de que eu não poderia fazer nada a ela. Passando por mim, me pego vendo a mim e Viktor encarando sua bunda e suas pernas longas e tonificadas.
Sendo a primeira garota nova a fazer parte do grupo de líderes de torcida, ela tinha o seu público a quem lhe vangloriava.
Ela não era mais uma menininha, suas curvas eram de matar qualquer um, ela sempre fora bonita, porém, tem se tornado ainda mais deslumbrante, ela havia puxado toda a beleza de sua mãe. Era nítido que ela sabia o quanto sua aparência afetava as pessoas ao seu redor, porque Vivian era uma mulher alta e com uma postura perfeita, ela foi treinada para isso, sua mãe fez dela uma mulher que conseguia tudo que quer.
Exceto por meu beijo, o que fez com que Vivian passasse os últimos anos atormentando meu juízo e se metendo em encrencas só para me ver ir resolver seus problemas. O ataque à sua inteligência também a afetou, pois a mulher ganhou todos os tipos de concursos que havia na escola para testar o nível dos alunos, e até hoje, ela se mantinha em primeiro lugar no ranking, ganhando todos os anos com diferenças enormes entre ela e a pessoa que ficava em segundo lugar.
Percebendo Viktor ainda encarando sua bunda, nego com a cabeça.
— Um diabo loiro gostoso, por sinal – ele acrescenta.
— Fale isso por você.
— O que ela vê nesse cara? – Viktor indaga, me fazendo olhar para ver Vivian beijando seu namorado, Gideon, um dos zagueiros do nosso time, ele havia entrado a pouco tempo no colégio, e estudava na minha turma, desde então, fui obrigado a ver essa cena várias vezes.
— Isso não me importa – digo sério, caminhando até onde o técnico do nosso time, como eu era o capitão, poderia escolher quem iria ficar no meu time.
Normalmente, nossos treinos eram feitos por dois times, que consistia em nosso time repartido ao meio, fazendo assim, duas equipes.
— Podemos começar? – pergunto ao nosso técnico.
— Como capitão do time, escolha quem fica ao seu lado.
Um por um, chamo todos os jogadores que iriam compor a minha equipe durante o treino, deixando, mais uma vez, Gideon de fora das minhas escolhas.
— Por que você nunca escolhe Gideon? – Viktor pergunta, me vendo colocar a faixa de capitão em meu braço — Ele é tão bom quanto eu.
— Não é o suficiente para mim.
Semicerrando seus olhos brevemente, ele diz — Sei.
Com vinte minutos de jogo, estamos disparando na frente do time de Gideon, que é o capitão do outro lado, de quatro a zero.
Passando por mim, ele bate seu ombro ao meu, o que me faz encará-lo por um segundo antes de ver Vivian quando ela anima as líderes de torcida para torcer para o time de Gideon. Me encarando nos olhos, ela agita os pompons que estão em suas mãos e começa a dançar com as meninas, gritando por Gideon enquanto olha diretamente em meus olhos.
— LEWIS, PORRA! – ouço um dos meus caras gritar, puxando-me de volta a realidade para ver Gideon passando por mim com a bola em seus pés, do meio do campo, ele arrisca no gol, marcando um ponto para o seu time.
Ele corre pelo campo agindo como um rei, chegando em Vivian, ele a agarra pela cintura e a puxa, beijando-a no meio de todo mundo, todo o seu time, juntamente com as líderes de torcida, gritam por eles dois.
— Que porra deu em você? – Kayo, nosso meio de campo, indaga.
Olhando em seus olhos, digo ríspido.
— Só estou deixando as coisas mais divertidas – eu sentia uma raiva incontrolável correr pelas minhas veias, semelhante à adrenalina que eu sentia quando estava esquartejando alguém.
Eu só pensava em sangue, morte e desespero.
Viktor parece notar, pois ri e volta para o seu lugar, gritando — O jogo começou, camaradas!
Quinze minutos depois, estávamos ganhando de dez a um contra o time de Gideon, todos os gols do atacante do time, eu. Ao marcar mais um, aumentando mais ainda o placar, encaro Gideon, e depois Vivian, que me olha com sangue nos olhos.
Correndo pelo gramado, ouço algumas pessoas gritarem, me exaltando. Eu era o verdadeiro rei. Ninguém jamais mudaria isso.
Voltando ao jogo, corro em direção a Gideon, que está com a bola em seus pés. Sorrindo diabolicamente, dou um carrinho agressivo em suas pernas, ignorando totalmente a bola, eu queria apenas machucá-lo, eu queria vê-lo gritar por dor.
O grito agudo de Gideon cala todos presentes no estádio, ele rola pelo chão enquanto segura sua canela, gemendo de dor. Todo o time dele avança para cima de mim, o que me faz sorrir e desferir um soco na cara de um deles, acertando seu queixo com tanta força que seu corpo cai no chão com uma só pancada.
Agarrando meu braço com força, Viktor me repreende.
— Não leve isso para o pessoal demais.
Era tarde demais, eu havia perdido toda a minha sanidade, a única coisa na qual eu queria era o sangue de Gideon em minhas mãos.
— Tarde demais – puxando meu braço, corro até alcançar Gideon, que já estava de pé e caminhando em minha direção, acertando um soco em meu rosto, começo a rir como um louco ao cuspir o sangue no chão — Vou mostrar para você o porquê me chamam de diabo.
Vejo o pavor em seus olhos, o que me faz rir internamente.
Ótimo. Espero que Vivian tenha aproveitado bem o seu namorado.
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Boa leitura! ❤
ih, parece que as coisas vão ficar feias, em?
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Casamento por contrato - A verdade por trás dos muros
RomanceLIVRO ÚNICO! Unidos por uma tragédia. Com segredos guardados a sete chaves, e com dores jamais expostas. Christopher Lewis e Vivian Coleman, dois amantes e dois inimigos. Uma união fragilizada, feita para obter apenas um propósito. A união de duas f...