Capítulo quarenta e cinco

2.8K 255 113
                                    

semanas depois...

Com um sorriso em meus lábios, rabisco o quadro enquanto ouço as risadinhas das crianças logo atrás de mim, todas animadas para mais uma aula

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Com um sorriso em meus lábios, rabisco o quadro enquanto ouço as risadinhas das crianças logo atrás de mim, todas animadas para mais uma aula. Inicialmente, achei que seria difícil lidar com crianças tão pequenas, mas em minha primeira aula, fui recebida com tanto amor e carinho que me vi ainda mais encantada pelo orfanato e pelas criancinhas.

— Muito bem, alguém quer vir até o quadro resolver essa conta? – pergunto, várias mãozinhas levantam no ar, o que me faz rir. — Guilherme, por que você não vem até aqui?

O garotinho de cabelos loiros ondulados pula da cadeira com um sorriso de orelha a orelha em seus lábios. Sam tinha razão, eles eram crianças extremamente inteligentes.

— Huum – Guilherme pondera. — Essa é tão fácil, tia Vivi! Você deveria ao menos dificultar para minha mente brilhante.

Gargalho, vendo-o resolver o cálculo com facilidade, no quadro, havia 25 + 24 para resolver.

Clarisse, que até então estava calada, levanta sua mão. — Tia Vivi, eu posso responder a próxima?

— É claro, vem até aqui e mostre aos seus colegas – digo, animada com suas participações em sala de aula.

Meus olhos disparam para o garoto de cabelos escuros no fundo da sala, o garotinho ainda sem nome que comparecia em todas as minhas aulas, respondia todas as suas atividades corretamente, mas recusava-se a dizer qualquer palavra.

Isso me pegou desprevenida, era difícil não olhá-lo demais durante as aulas, algo me puxava para ele, era como se meu coração só encontrasse a paz quando eu estivesse o observando, sempre com seu urso de pelúcia velho em suas mãos, sempre em silêncio.

A turma aplaude cada coleguinha que responde corretamente às questões no quadro, e aos que erram, eles aplaudem e dizem que tudo bem errar, que na próxima vez eles conseguiriam.

Era incrível o apoio que eles ofereciam uns aos outros, construindo uma amizade sincera e confortável, sem violência, sem xingamentos. Compreensível, considerando o ambiente que cada uma dessas inocentes crianças viveram por tanto tempo.

O sinal para o recreio toca, e todos saem correndo em direção ao refeitório, exceto pelo garotinho de cabelos escuros e olhos misteriosos, ele não parecia nem sequer notado que o sinal havia tocado, totalmente absorto e navegando em seus próprios pensamentos. O que poderia afligir e causar tanto tormento para a mente de uma criança tão nova?

— Olá – me aproximo de sua mesa, seus olhos azuis piscina me observam, ágeis. — O sinal tocou, é hora do recreio.

O canto da sua boca se elevou, por um breve instante, achei que ele falaria algo, mas, nada veio.

Puxando uma maça do bolso de seu casaco, ele põe a fruta em cima da mesa e a olha atentamente.

— Você trouxe seu lanche – puxo assunto. — Vejo que gosta de maçãs.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora