Capítulo dezenove

3.6K 331 18
                                    

Diana Coleman

Ao ouvir as batidas na porta, termino de tomar o último gole de whisky que restava em meu copo e encaro o envelope preto em minha mão, detalhado com algumas linhas douradas e embaixo, a minha assinatura.

Caminhando até uma das prateleiras em meu escritório, pego o livro de capa dura e preta e abro ao meio, guardando o envelope lá dentro entre as páginas antigas e desgastadas.

— Senhorita Coleman? – ouço um dos seguranças me chamar.

Suspirando de forma impaciente, me sirvo com mais um copo cheio de whisky e caminho de volta até a minha mesa, me encostando nela e encarando a porta marrom sem vida alguma.

— Entre – ordeno, logo, dois guardas de Christopher passam pela porta e olham ao redor.

— Seu voo já está pronto – um deles diz.

Assentindo, viro todo o líquido em minha boca, sentindo meu peito queimar com a ardência e a dormência que a bebida me proporcionava, ela me serviria bem pelas próximas horas.

— Me dê apenas um minuto – peço, vendo-os hesitar antes de me deixar sozinha.

Após vê-los sair, dou a volta em minha mesa e puxo a gaveta, pegando o pequeno frasco que continha veneno lá dentro e caminhando até as milhares prateleiras que haviam em meu escritório, escondendo-o.

Puxando meu celular do bolso, disco rapidamente o número de Christopher, no segundo toque, ouço sua voz rouca e grave do outro lado da linha.

— Algum problema? – ele pergunta imediatamente.

— Quando você chega?

— Em breve, tive que ir resolver alguns assuntos pendentes.

— Diga-me com exatidão.

— Amanhã pela noite – ele afirma — Você precisa de algo?

— Não – nego, pegando minha jaqueta de couro e as chaves da minha casa  — Apenas avisando que estou saindo em uma missão nível A.

— Agora? – Christopher pergunta, sua voz beirando à preocupação.

— Neste exato momento – digo breve — Fique bem.

Desligando a chamada, coloco o celular em meu bolso e caminho para fora do escritório, encontrando os dois seguranças ainda lá, parados e estoicos, totalmente sem expressões.

— Vocês irão me acompanhar até o aeroporto? – caminho entre eles, passando na frente de ambos, eu podia sentir seus olhares tensos em mim, o silêncio era perturbador, o cheiro de suor que emanava deles me fazia querer vomitar.

— Sim – é tudo que um deles diz — Algum problema, Senhorita Coleman?

Nenhum – respondo ao entrar no elevador, ciente dos dois homens atrás de mim.

Meu estômago revirava em agonia, e os pelos em minha nuca se arrepiavam à cada segundo.

Vivian Coleman

Me agarrando mais ao meu travesseiro após acordar de um pesadelo, sinto minhas vestes coladas em meu corpo pelo suor, meu coração palpitava freneticamente com a única lembrança do pesadelo.

Uma voz suave, tal como uma melodia de fadas.

Fuja
Fuja
Apenas fuja.

A dor em meu coração me faz levar minha mão ao peito, estou sufocando por ar quando a luz do meu quarto é ligada, a presença da luz fazendo com que eu fechasse meus olhos rapidamente pelo contato rápido com a claridade.

— O.. o que? – sussurro, tentando focar minha visão na sombra do homem que acabara de adentrar em meu quarto.

Christopher Lewis

Puxando o celular em meu bolso após receber uma ligação, olho surpreso para o número em minha tela, por que ela me ligaria quase às uma hora da manhã?

— Lewis – falo baixo, esperando pacientemente pela explicação para aquela ligação tão tarde da noite.

Sua voz estava temerosa, ofegante e ela mal podia falar pelo choro, levanto-me da cadeira onde estava sentado, meu coração palpita forte quando ouço suas palavras emboladas, o aperto em meu celular se torna mais forte e, quando dou por mim, vejo meu telefone sendo completamente estilhaçado contra a parede do hotel onde eu estava hospedado na Alemanha quando o jogo contra a parede.

Levando as mãos até meus cabelos, a sua frase se repete várias vezes em minha mente, e a medida que isso acontece, mais dor eu sinto, mais agonia eu sinto.

Ligando para os meus seguranças que estavam comigo desde a missão, ouço a voz de Hawk logo após o primeiro toque.

— Senhor?

— Preparem o avião, estamos voltando imediatamente.

Eu não queria acreditar, eu preferia não acreditar, até que eu visse com meus próprios olhos.

Jeremiah Lewis

Em minha sala, observo a chuva cair lá fora grotescamente, com o sentimento de vitória vibrando em meu peito.

Ao ouvir a porta se abrir, pergunto — Você conferiu?

— A missão foi cumprida com sucesso, senhor – um dos guardas me informa — Os homens estão retornando, mas um deles foi morto.

— Isso não é importante – respondo-lhe, virando para encará-lo — Jogue a cortina de fumaça, Christopher já deve estar voltando há essa altura.

— Senhor – o homem hesita — O que fará com o Coleman e o com o seu filho se caso eles descobrirem?

Sorri como um maníaco, olhando profundamente nos olhos do guarda.

— Você não vê? – gargalho, levantando meus braços no ar, abertos — Isso é o começo de uma nova guerra.

— Mas, senhor..

— Você realmente não entende? – indago, apoiando minhas mãos em minha mesa — O verdadeiro jogo começa agora.

__________________________________________

Boa leitura! ❤️

xoxoxo 💋.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora