Diana Coleman
Ao ouvir as batidas na porta, termino de tomar o último gole de whisky que restava em meu copo e encaro o envelope preto em minha mão, detalhado com algumas linhas douradas e embaixo, a minha assinatura.
Caminhando até uma das prateleiras em meu escritório, pego o livro de capa dura e preta e abro ao meio, guardando o envelope lá dentro entre as páginas antigas e desgastadas.
— Senhorita Coleman? – ouço um dos seguranças me chamar.
Suspirando de forma impaciente, me sirvo com mais um copo cheio de whisky e caminho de volta até a minha mesa, me encostando nela e encarando a porta marrom sem vida alguma.
— Entre – ordeno, logo, dois guardas de Christopher passam pela porta e olham ao redor.
— Seu voo já está pronto – um deles diz.
Assentindo, viro todo o líquido em minha boca, sentindo meu peito queimar com a ardência e a dormência que a bebida me proporcionava, ela me serviria bem pelas próximas horas.
— Me dê apenas um minuto – peço, vendo-os hesitar antes de me deixar sozinha.
Após vê-los sair, dou a volta em minha mesa e puxo a gaveta, pegando o pequeno frasco que continha veneno lá dentro e caminhando até as milhares prateleiras que haviam em meu escritório, escondendo-o.
Puxando meu celular do bolso, disco rapidamente o número de Christopher, no segundo toque, ouço sua voz rouca e grave do outro lado da linha.
— Algum problema? – ele pergunta imediatamente.
— Quando você chega?
— Em breve, tive que ir resolver alguns assuntos pendentes.
— Diga-me com exatidão.
— Amanhã pela noite – ele afirma — Você precisa de algo?
— Não – nego, pegando minha jaqueta de couro e as chaves da minha casa — Apenas avisando que estou saindo em uma missão nível A.
— Agora? – Christopher pergunta, sua voz beirando à preocupação.
— Neste exato momento – digo breve — Fique bem.
Desligando a chamada, coloco o celular em meu bolso e caminho para fora do escritório, encontrando os dois seguranças ainda lá, parados e estoicos, totalmente sem expressões.
— Vocês irão me acompanhar até o aeroporto? – caminho entre eles, passando na frente de ambos, eu podia sentir seus olhares tensos em mim, o silêncio era perturbador, o cheiro de suor que emanava deles me fazia querer vomitar.
— Sim – é tudo que um deles diz — Algum problema, Senhorita Coleman?
— Nenhum – respondo ao entrar no elevador, ciente dos dois homens atrás de mim.
Meu estômago revirava em agonia, e os pelos em minha nuca se arrepiavam à cada segundo.
Vivian Coleman
Me agarrando mais ao meu travesseiro após acordar de um pesadelo, sinto minhas vestes coladas em meu corpo pelo suor, meu coração palpitava freneticamente com a única lembrança do pesadelo.
Uma voz suave, tal como uma melodia de fadas.
Fuja
Fuja
Apenas fuja.A dor em meu coração me faz levar minha mão ao peito, estou sufocando por ar quando a luz do meu quarto é ligada, a presença da luz fazendo com que eu fechasse meus olhos rapidamente pelo contato rápido com a claridade.
— O.. o que? – sussurro, tentando focar minha visão na sombra do homem que acabara de adentrar em meu quarto.
Christopher Lewis
Puxando o celular em meu bolso após receber uma ligação, olho surpreso para o número em minha tela, por que ela me ligaria quase às uma hora da manhã?
— Lewis – falo baixo, esperando pacientemente pela explicação para aquela ligação tão tarde da noite.
Sua voz estava temerosa, ofegante e ela mal podia falar pelo choro, levanto-me da cadeira onde estava sentado, meu coração palpita forte quando ouço suas palavras emboladas, o aperto em meu celular se torna mais forte e, quando dou por mim, vejo meu telefone sendo completamente estilhaçado contra a parede do hotel onde eu estava hospedado na Alemanha quando o jogo contra a parede.
Levando as mãos até meus cabelos, a sua frase se repete várias vezes em minha mente, e a medida que isso acontece, mais dor eu sinto, mais agonia eu sinto.
Ligando para os meus seguranças que estavam comigo desde a missão, ouço a voz de Hawk logo após o primeiro toque.
— Senhor?
— Preparem o avião, estamos voltando imediatamente.
Eu não queria acreditar, eu preferia não acreditar, até que eu visse com meus próprios olhos.
Jeremiah Lewis
Em minha sala, observo a chuva cair lá fora grotescamente, com o sentimento de vitória vibrando em meu peito.
Ao ouvir a porta se abrir, pergunto — Você conferiu?
— A missão foi cumprida com sucesso, senhor – um dos guardas me informa — Os homens estão retornando, mas um deles foi morto.
— Isso não é importante – respondo-lhe, virando para encará-lo — Jogue a cortina de fumaça, Christopher já deve estar voltando há essa altura.
— Senhor – o homem hesita — O que fará com o Coleman e o com o seu filho se caso eles descobrirem?
Sorri como um maníaco, olhando profundamente nos olhos do guarda.
— Você não vê? – gargalho, levantando meus braços no ar, abertos — Isso é o começo de uma nova guerra.
— Mas, senhor..
— Você realmente não entende? – indago, apoiando minhas mãos em minha mesa — O verdadeiro jogo começa agora.
__________________________________________
Boa leitura! ❤️
xoxoxo 💋.
![](https://img.wattpad.com/cover/344955731-288-k59590.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento por contrato - A verdade por trás dos muros
RomanceLIVRO ÚNICO! Unidos por uma tragédia. Com segredos guardados a sete chaves, e com dores jamais expostas. Christopher Lewis e Vivian Coleman, dois amantes e dois inimigos. Uma união fragilizada, feita para obter apenas um propósito. A união de duas f...