Capítulo cinquenta e nove

2.6K 238 23
                                    

A luz tímida do amanhecer espreita pelas frestas da cortina da minha cabine, acariciando suavemente meu rosto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A luz tímida do amanhecer espreita pelas frestas da cortina da minha cabine, acariciando suavemente meu rosto. Abri os olhos devagar, deixando-me envolver pelo silêncio que pairava sobre o barco, interrompido apenas pelo suave farfalhar das ondas contra o casco.

Ao me levantar, a brisa fresca do oceano invade a cabine, trazendo consigo o aroma revitalizante da manhã marítima, tomo meu banho rapidamente e dou uma última olhada em Noah, que dormia tranquilamente na sua cama. Christopher achou mais seguro não sairmos à noite.

Caminho em direção ao convés, a ansiedade e a expectativa crescem em meu peito. Queria presenciar o espetáculo que se desenhava diante de mim. Eu jamais estive tão animada.

Ao emergir no convés, fico maravilhada com o mundo ao meu redor. O sol pintava o céu com tons de rosa e laranja, refletindo na superfície tranquila do oceano. Uma brisa fresca dançava pelo convés, e brincava com meus cabelos enquanto eu me posicionava na proa, observando a beleza mágica do amanhecer no oceano.

Era inexplicável, extraordinário e deslumbrante aos olhos do ser humano.

Ouço Christopher se aproximar sorrateiramente com seus passos tranquilos sobre a madeira, ele estava tão sereno que combinava perfeitamente com o clima da manhã.

— Por que trouxe Noah? – faço a pergunta que quis fazer desde ontem à noite, olhando-o de soslaio, inalando o cheiro refrescante do mar.

— Eu gosto dele, é um bom garoto. E achei que com Noah aqui, você também ficaria mais feliz com a viagem.

Meu coração se aquece, olhando-o nos olhos, as borboletas em meu estômago se agitam. O azul oceano do mar combinava tão bem com seus olhos.

— Eu prefiro quando você não usa lentes de contato – confesso com um suspiro, sentindo minhas mãos suadas com todo seu olhar quente em mim. A química crepitava ao nosso redor, deixando-me sem ar.

— Nunca mais as usarei, então – ele diz sereno, observando o mar e o horizonte. — Devemos partir logo.

Ele começa com os preparativos para a jornada, e eu o observo com admiração enquanto Christopher ajusta as velas com a habilidade de quem dança com o vento. Seus olhos se encontram com os meus, e um sorriso carinhoso se forma em seu rosto.

— Quem irá conduzir o barco? – pergunto.

— Quem melhor do que eu?

— Você? – arqueio uma sobrancelha, incrédula.

— Minha rainha, às vezes você realmente me ofende com sua pouca fé em mim.

— É que você jamais comentou sobre isso..

Ele me olha de soslaio, terminando de ajustar as velas.

— Pronta para zarpar, minha rainha? – ele diz, e algo em mim se ascende, como uma chama feroz e avassaladora há muito apagada, meu corpo inteiro borbulha em emoção, meu coração bate descompassadamente em meu peito.

Assenti, incapaz de conter a emoção que transbordava em mim. À medida que o barco ganhava vida sob o comando de Christopher, eu me sentia como uma espectadora privilegiada de um espetáculo único. Cada movimento dele era uma expressão de intimidade com o mar, uma conversa íntima entre homem e natureza.

A embarcação deslizava pelas águas, eu observo fascinada o domínio de Christopher sobre o leme. Cada manobra era feita com graciosidade, como se o barco e ele compartilhassem uma linguagem silenciosa. Abro um sorriso involuntariamente, maravilhada com a sua destreza.

— Vou entender esse olhar como admiração de minha esposa – ele comenta, com uma sobrancelha arqueada e piscando para mim. Ele era tão absurdamente lindo, e agora, sem todo o estresse e cautela que seu trabalho exigia, ele parecia um simples homem.

— Não se engane, só estou pensando em como me livrar de você, talvez eu lhe jogue neste mar! – comento, me perdendo na magia daquele momento e sorrindo com meu peito vibrando.

Christopher olha para mim, seu entusiasmo contagiante. — Eu gostaria de ver você tentar. – vê-lo sorrir tão facilmente me deixa como uma mera garotinha tola e apaixonada.

Fui tirada do transe pelo riso contagiante de Noah, o pequeno aventureiro que estava tendo sua primeira experiência no mar. Ele corre pelo convés com uma alegria inocente, os olhos brilhando com a excitação de cada onda que o barco enfrentava. Seus cabelos úmidos e escuros do banho deixavam algumas gotas pelo chão.

— Puxa vida! – ele expira, encarando o mar e o horizonte à nossa frente. — Isso é demais!

— Espere até chegarmos lá – Christopher fala. — Será ainda melhor.

Noah olha para Christopher com um tipo diferente de brilho em seus olhos. As duas cópias se encaram por um breve momento em silêncio e, então, Noah diz com seu sorriso banguela e seus olhos brilhantes.

— Obrigado. – sorri com ternura, maravilhada com a pureza da felicidade dele.

Enquanto navegávamos sob o sol nascente, senti uma conexão profunda com o oceano e com o homem ao leme. A felicidade em meu peito transbordava, não éramos perfeitos, mas eu sabia que estando juntos, deixaríamos para trás as marcas do nosso passado e iríamos seguir em frente. O dia que se desdobrava diante de nós, era como uma tela em branco pronta para ser preenchida com nossa nova história.

Eu me sentia, pela primeira vez em minha vida, livre.

— Tia Vivi! olhe o que eu posso fazer! – Noah grita, estendendo os braços como se estivesse prestes a voar ao meu lado. O vento bagunça seus cabelos e ele ri abertamente.

Christopher se junta a nós logo depois, e nós observamos enquanto Noah explora o barco com a curiosidade típica das crianças. Seu riso ecoava sobre as águas, enchendo o barco com uma energia contagiante.

Fecho meus olhos quando sinto o corpo musculoso de Christopher me envolvendo com seus braços, casa. Finalmente, meu lar.

— Obrigada – sussurro com emoção em minha voz, viro meu corpo para olhá-lo nos olhos, as três palavras mágicas brincando em meus lábios, ansiosas para serem ditas depois de tanto tempo guardadas.

Christopher me olha, nada ao nosso redor realmente importa quando me afogo em seu rosto sereno e seu olhar intenso como fogo.

— Tia Vivi! olha isso! – Noah grita novamente, e nós sorrimos.

Naquele momento, sob o sol ascendente e o céu sereno, sinto que estávamos conectados não apenas ao oceano, mas uns aos outros. E enquanto o barco cortava as águas, carregávamos conosco não apenas bagagem física, mas memórias preciosas que seriam gravadas em nossos corações para sempre.

__________________________________________

Boa leitura! ❤️

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora