Capítulo nove

3.7K 296 30
                                    


Vivian Coleman - quinze anos de idade

— Não acredito que já vamos embora de Paris – digo jogada na cama do quarto do hotel em que Rosalie e eu estávamos hospedadas, observando os guardas carregarem nossas malas até o carro que nos levaria até o aeroporto.

— Eu não quero mais voltar – Rosalie choraminga, e não posso deixar de rir da minha amiga e concordar.

Essas três semanas em Paris foram ótimas, e os guardas se certificaram de sempre se manterem em posições estratégicas em que não nos fizessem notá-los, e sei que isso fora ordem de Christopher, o que acaba deixando tudo ainda melhor.

Quando sei que já estamos sozinhas no quarto, desabafo.

— Estou ansiosa para vê-lo – digo risonha, ouvindo Rosalie bufar.

— Deus, me mate! – ela diz dramaticamente — Você passou essas últimas três semanas inteiras falando de Christopher!

— Você tinha que ver como – ela me interrompe.

— Como ele foi um fofo com você? oh, sim, eu sei. Você já disse isso mil vezes desde que ele te deu essa viagem de presente.

— Ele me ligou todas as noites – suspiro boba.

— Sim, só para checar se você não estava morta.

— Ei! não seja tão amarga – retruquei — Estou apaixonada, você tem que me aguentar! É isso que as amigas fazem.

— Ele é o primeiro homem com quem você teve contato direto, você não está, de fato, apaixonada por ele.

— Eu te odeio – digo a ela, levantando-me e indo até o banheiro para tomar meu banho e me arrumar para a viagem — Não direi mais nada a você.

— Eu duvido muito, basta só ele ligar para você suspirar pelos cantos e me bombardear com seus pensamentos de uma mulher apaixonada.

— Pensando bem – pego o celular em minha bolsa — Eu vou ligar para ele e avisar que estamos de partida para casa.

Rosalie ri.

— Deus, você é uma dor na bunda.

— Cala essa boca – digo, discando o número de Christopher, sem saber se ele me atenderia ou não.

Christopher Lewis - dezessete anos de idade

— Por favor, por favor – o homem chora em minha frente, seu corpo inteiro tremia enquanto ele me encarava nos olhos, o cheiro de suor e mijo misturados com o seu pavor em meio ao galpão fechado era mais familiar para mim do que gostaria de admitir.

— É tão delicioso essa parte – Viktor diz humorado, encostado na parede enquanto assiste o pavor do homem ensanguentado, os nós dos meus dedos estão calejados, o seu rosto, irreconhecível.

— Não me mate – ele chora — Eu pagarei o que for preciso.

— Eu deixaria você ir, juro – digo tranquilo, pegando uma faca pequena, do tamanho de uma mão, e caminhando até o homem sentado no meio do galpão — Mas acontece que há um pequeno impasse.

— Eu posso resolver, por favor, por favor, não – pegando sua mão na minha, coloco a ponta da faca debaixo de sua unha e olho em seus olhos.

— Quanto? – pergunto.

— Cem milhões de dólares – Viktor ri.

— Baixo demais – perfurando com a faca por debaixo da sua unha, o ouço gritar ao sentir a faca sendo enfiada lentamente, agonizando de dor quando arranco sua unha para fora, passando para a próxima. — O preço por sua cabeça foi mais alto, vamos lá, podemos melhorar nosso joguinho.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora