Capítulo quinze

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Vivian Coleman - dezoito anos de idade

Era difícil vê-la caminhar ao redor de todo salão ao lado dele com um sorriso em seu rosto, era difícil me sentir feliz pela minha irmã, o que me fazia sentir uma péssima irmã durante todos esses anos desde que o noivado havia sido anunciado, a minha garotinha de dezesseis anos a quem eles quebraram o coração jamais se esqueceria.

Durante esses anos, mantive meu relacionamento com Gideon mesmo ciente de que eu estava sofrendo por ver o homem por quem realmente tenho sentimentos, desfilar com a minha irmã por vários lugares, festas, eventos sociais e casuais. A mídia os colocava como o par perfeito, ambos eram alma gêmeas que finalmente haviam se encontrado.

Eu me sentia culpada por sentir inveja da minha própria irmã, por nunca ter trocado mais do que dez palavras com Diana desde o anúncio do noivado, e me sentia feliz por saber que ela estava triste com isso, pelo nosso afastamento.

Era à minha maneira de me vingar tanto dela quanto de Christopher, esse a quem eu não dirigia nem mesmo o olhar, eles estavam mortos para mim.

Engolindo o nó em minha garganta, disfarçadamente, passo a mão em meu vestido preto e longo, colado em meu corpo e com um decote reto, olhando para as luvas pretas em minhas mãos, tento focar em qualquer coisa que não seja eles dois.

O casamento seria daqui a duas semanas.

Christopher seria de Diana, para sempre.

Eu me sentia sufocada aqui, e mal conseguia respirar toda vez que pensava o quão próximo estava o casamento.

Com a mão de Gideon em minhas costas suavemente, encaro seus olhos suaves e respiro fundo, tentando disfarçar a dor em meu coração.

— Meu amor, você está bem? – Gideon me olha intensamente.

Eu não era tola, e muito menos meu namorado. Eu tinha certeza de que Gideon já suspeitava sobre os meus sentimentos em relação ao noivo de minha irmã.

— Está tudo bem, querido. – lhe asseguro, tocando seu rosto com a ponta dos meus dedos — É apenas um mal-estar, você sabe como não suporto esses eventos.

Assentindo tranquilo, ele diz — Posso compreender, se você quiser, podemos fugir daqui e ir para outro lugar.

— Mas... não seria errado? – indago, encarando seus olhos que brilham a divertimento.

— Não há nada de interessante aqui – ele balança seus ombros e encara Christopher, que olhava diretamente para nós. — O que há de mal em darmos uma simples escapada?

Ri sem mostrar meus dentes, olhando para sua mão esticada em minha direção.

— Você me espera trocar de roupa? – digo depois de um tempo, sorrindo quando ele agarra a minha mão e me puxa para ele, despejando um beijo em minha testa.

— Estarei esperando você nos fundos, eu sei um jeito de sairmos daqui sem que sejamos vistos.

Olhando em seus olhos, concordo tranquilamente, pois sei que no início do nosso relacionamento, Gideon entrou escondido algumas vezes em minha casa para que pudéssemos dormir juntos, nada me surpreende que ele saiba como sair daqui.

— Não irei demorar – me inclinando, deixo um beijo suave em sua bochecha e saio do salão, não me importando com os olhares de reprovação que estavam me lançando por abandonar mais uma das milhares festas de noivado da minha irmã.

Eu não estava me sentindo confortável para ficar aqui, e não me importaria em apenas hoje, fazer as minhas vontades.

Chegando em meu quarto, vou até meu closet e troco meu vestido longo por um vestido curto azul clarinho no estilo verão, amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo e calçando sandálias baixas para me ajudar a correr se caso fosse preciso.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora