Capítulo treze

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Vivian Coleman - dezesseis anos de idade

— Vivian – ouço mamãe me chamando, olhando-a pelo espelho, sentada em minha penteadeira enquanto ela escovava meus longos fios loiros, percebo quando ela me olha com orgulho, não de mim.

Mas de quem ela me transformou.

— Sim, mamãe? – deslizo meus dedos delicadamente pelo tecido do meu roupão, esperando que ela diga algo.

— Use seu vestido vermelho sangue essa noite.

— Você tem certeza, mãe? – as Coleman 's só usavam vermelho para ocasiões de extrema importância.

— É um jantar importante para a nossa família.

— O que há essa noite? – pergunto, com duas batidinhas no topo da minha cabeça, ela me dispensa de uma resposta.

— Você saberá mais tarde, não fique tão ansiosa e se arrume bem.

— Tudo bem, mamãe – assistindo mamãe sair do quarto, sou pega em meus pensamentos quando penso em Christopher e no que fizemos, a culpa era tão amarga que era difícil olhar nos olhos de Gideon e até mesmo beijá-lo, nas últimas semanas, desde que transei com Chris, tenho evitado ao máximo suas mensagens e suas ligações, alegando estar de cabeça cheia ultimamente.

Mas tudo não passava de uma mentira, a verdade mesmo era que eu não conseguia parar de pensar em Christopher, e principalmente na forma em que ele me olhava antes de me ver sair sem dizer absolutamente nada. Ele tem comparecido para reuniões constantes com meu pai nas últimas semanas, e todas as vezes, me certifiquei de me esconder em meu quarto.

Eu não tinha coragem para olhá-lo nos olhos, e muito menos para aceitar os sentimentos confusos que tenho por ele. Passei meses tentando provar a ele que eu era uma mulher boa para se estar ao seu lado depois do que ele me disse, me submeti a noites sem dormir apenas para ter notas boas, tudo para esfregar na cara dele. Mas a troco de quê?

Eu tive sua atenção, mas por quê isso pareceu tão errado? mas também tão certo ao mesmo tempo. Ele me beijou, eu finalmente tive o que eu queria. Mas por que evito pensar sobre o ocorrido? por que, nas últimas semanas, fiz de tudo para fingir que a atenção dele fora algo que eu jamais quis? que ele era algo totalmente irrelevante para mim?

Simples, porque antes do que fizemos, tudo só passava de um jogo, uma conquista. Agora, tudo é mais real. Eu o sinto sobre a minha pele como se fosse uma nova camada, sempre presente, sempre me lembrando do seu toque, do seu beijo. Christopher era real, sua escuridão havia se tornado parte de mim.

Engolindo em seco, encaro a mim mesma no espelho, meus lábios pintados em vermelho, a forma como eu fui feita para sempre transparecer que sou forte, quando na realidade, estou em pedaços.

Era isso que a minha mãe queria de mim.

Uma mulher a quem as pessoas não conseguiriam enxergar a sua verdadeira essência, uma mulher que seria notada apenas pela sua postura e sua beleza em todos os lugares.

Suspirando devagar, caminho lentamente até meu closet, com o sentimento de que qualquer dor que eu estivesse sentindo em meu coração, ela pioraria essa noite.

E isso me apavorava.

>>>

O salão de jantar estava cheio de convidados, a maioria deles, magnatas, advogados e governadores.

Eu percebia seus olhares em mim, seria muito difícil não me notar, não com o vestido que eu usava. Um vestido longo que caía até um pouco acima dos meus joelhos, colado em meu corpo e tomara que caia com um decote reto, valorizando ainda mais os meus seios. Meus cabelos estavam soltos, caindo por meus ombros em cascatas brilhosas e sedosas, recebi um sorriso de aprovação de mamãe assim que cheguei ao salão ao lado de Diana, que também usava um vestido vermelho e colado em seu corpo, porém, de mangas longas.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora