Christopher Lewis - quatorze anos de idade
Caminhando pelo meio das pessoas com elas abrindo espaço assim que me veem, facilita a minha chegada até Vivian, que está prestes a virar a garrafa em sua boca novamente, se não fosse por mim agarrando seu braço e jogando a garrafa no chão, ignorando os gritos assustados das mulheres e os sussurros estúpidos de espanto quando o vidro se quebra em vários cacos.
— Que merda você está fazendo? – ela rosna, me olhando com um olhar felino que eu jamais havia visto nela antes.
— Levando você de volta para casa – digo, arrastando-a sem me importar com o espanto das pessoas ao me ver agir de tal maneira com uma garota.
— Me solta, Lewis! – ela grita, colocando força para tentar se desprender do meu aperto, mas era inútil.
Ao perceber que não conseguiria, ela finca seus pés no chão e começa a se debater, o cheiro de álcool que exalava dela só me dava a certeza que a garota estava totalmente fora de si.
— Não me obrigue a arrastá-la pelos cabelos como um homem das cavernas – ameaço, virando de frente para ela e agarrando seus ombros para contê-la.
Olhando com pavor em seus olhos, Vivian engole em seco quando sabe muito bem que eu estava falando sério.
— Você não tem o direito de me humilhar dessa maneira na frente de todo mundo – com a voz embargada e seus olhos lacrimejados, ela diz — Eu não sou só uma boneca na qual vocês fazem o que bem entenderem comigo.
— Pare de agir feito uma criança – repreendo, sentindo, pela primeira vez, uma agonia interior quando as lágrimas começam a escorrer em suas bochechas, o que me faz soltá-la imediatamente, como se ela pudesse me contagiar com suas emoções — Pare de se vitimizar o tempo todo.
— Eu não vou parar – ela continua chorando, totalmente imersa em nossa bolha e ignorando as pessoas olhando para nós — Não irei parar até ter a liberdade que vocês roubaram de mim de volta.
— Você é ingênua demais, e é exatamente por isso que fazemos isso com você.
— Vocês roubaram toda a experiência que eu tinha o direito de ter!
Dando-me as costas, ela corre até Rosalie, que a recebe em seus braços e a consola. Eu continuo parado, tentando entender porque odiei vê-la chorar e porque isso me fez deixar com que ela voltasse até a festa.
Eu tinha que tirá-la daqui, mas por que eu não estava fazendo isso nesse exato momento?
— O que rolou? – Viktor diz, aparecendo ao meu lado como uma assombração — Em um momento eu realmente achei que você fosse arrastar ela pelos cabelos.
— É – respondi, ríspido — Eu também.
— Vai deixá-la aqui?
Suspiro, meio desnorteado.
— Apenas um pouco, depois a levarei embora.
Viktor ri, comendo uma maçã que ele provavelmente havia roubado no momento da minha discussão com Vivian.
— Quem diria que as lágrimas da princesinha iriam te amolecer.
— Às vezes as pessoas morrem por tão pouco – digo, saindo para me sentar em cima de uma pedra e observar Vivian, que mesmo que agora estivesse rodeada de meninas tentando reanimá-la, era perceptível a tristeza em seus olhos.
— Você não pode me matar, você precisa de mim – ele diz, tranquilo.
A festa continuou por uma hora inteira, e quando Viktor e eu nos cansamos de observar adolescentes banais, fomos roubar suas comidas e caminhamos de volta até a pedra onde havíamos ficado sentados por todo o tempo enquanto eu vigiava Vivian.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento por contrato - A verdade por trás dos muros
Roman d'amourLIVRO ÚNICO! Unidos por uma tragédia. Com segredos guardados a sete chaves, e com dores jamais expostas. Christopher Lewis e Vivian Coleman, dois amantes e dois inimigos. Uma união fragilizada, feita para obter apenas um propósito. A união de duas f...