Capítulo dezesseis

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dias depois...

Christopher Lewis - vinte anos de idade

Em meu escritório em minha casa nova, observo pela janela que pendia do chão ao teto quando a chuva começa a cair lentamente, os barulhos das gotas de chuva causando um conforto imensurável em meu coração, algo que eu já não sentia há semanas.

Tudo estava uma bagunça com os preparativos para o nosso casamento, Diana mal dormia com tudo que estava responsável por organizar, e como um bom noivo, me encarreguei de ajudá-la e diminuir a carga que colocavam em suas costas, eu sabia que era ainda mais difícil para ela do que para mim.

Ela estava se casando por dever, com um homem que ela sabia que jamais a amaria. Sei que Diana tomou consciência disso desde que passamos a morar juntos, antes, era fácil fingir. Não estávamos debaixo do mesmo teto, mas passamos a morar juntos logo após o casamento ser anunciado, meses depois, e fora inevitável que ela não percebesse o meu descontentamento com o acordo.

Mas não tinha mais como voltar atrás, e eu não queria, não mais. Não depois de Vivian confessar amar Gideon.

Naquela noite, iríamos atacar a mansão dos Coleman'S, onde eu declararia guerra contra ambas as famílias, e também o meu amor pela minha rainha.

Eu só precisava que ela me dissesse um não. Mas o que ouvi foi totalmente fora do esperado, no fim das contas, arquei com o peso das minhas obrigações e cancelei a missão.

De pé em frente a janela, respiro pesadamente quando a chuva começa a cair mais forte. Teríamos que dar um jeito de proteger todos da chuva no dia do casamento, Diana insistiu que nos casássemos em nosso jardim, e apenas acatei suas ordens, ela já estava infeliz demais dormindo e fazendo amor com um homem que a tocava e a preenchia pensando na sua irmã.

O ranger suave das portas duplas me faz ter consciência de sua presença em meu escritório, mas não olho em seus olhos, permaneço parado, observando a chuva cair cada vez mais forte.

— Você vai jantar em casa essa noite? – ela indaga.

— Não – falei, finalmente me virando para olhá-la. — Parto para uma missão antes das nove horas.

Arqueando suas sobrancelhas, ela acena com a cabeça e me olha curiosa.

— É uma missão nível A?

— Sim – mexo nos papéis em minha mesa, colocando um pouco de whisky logo em seguida para mim.

— Essas missões costumam demorar meses, Christopher.

— Não para mim, você sabe disso.

— Nosso casamento está para chegar – diz, seu tom demonstrando chateação — E você pega a responsabilidade de uma missão nível A?

— Chego um ou dois dias antes do nosso casamento – virando a bebida de uma vez em minha boca, fecho os olhos e massageio minhas têmporas quando começo a sentir uma leve dor de cabeça.

— Certo.

Respirando fundo, ela caminha vestida em seu roupão de cetim, dando a volta pela mesa até chegar em mim. Suas mãos deslizam suavemente por meus braços, e eu fecho meus olhos para tentar me acostumar com seu toque quando ela me abraça por trás, apoiando sua cabeça em minhas costas.

— Quando começou? – pergunta, seu tom calmo e neutro.

— O que?

— Sua paixão pela minha irmã mais nova, quando começou?

Sinto meus músculos congelarem, o seu aperto ao meu redor é mais firme, o que me faz por força o suficiente para virar de frente e encará-la.

Seu olhar é frio, morto.
Ela nunca demonstrava suas emoções, havia algumas exceções comigo, mas essas exceções eram raras.

Casamento por contrato - A verdade por trás dos murosOnde histórias criam vida. Descubra agora