Casamento por contrato - A verdade por trás dos muros

Capítulo doze

Vivian Coleman - dezesseis anos de idade

Com meus olhos arregalados em espanto, assisto enquanto Christopher espanca Gideon, fazendo com que seu sangue espirre por toda a sua camisa, seu olhar era sombrio, Christopher não pretendia parar até matá-lo.

— Jesus cristo – ouço uma das meninas sussurrar, eu nem mesmo conseguia dizer uma só palavra.

Foi preciso o time inteiro para tirar Christopher de cima de Gideon, que estava completamente sem forças, jogado no chão e banhado em seu próprio sangue. O técnico grita sem parar com Christopher, mandando-o ir direto para o vestiário tomar uma ducha gelada e vai até Gideon, ajudando-o a ficar em pé e saindo do campo, ordenando que o treino continuasse enquanto levava Gideon para a enfermaria.

Nossa escola e sua velha mania de sempre negligenciar coisas que deveriam ser levadas à expulsão. Olhando para Christopher, vejo quando ele joga a faixa de capitão com força no chão e xinga, ele estava vermelho de raiva, e do sangue do meu namorado.

— Rosie – chamo por minha amiga, que imediatamente aparece do meu lado.

— Sim, eu vi. Você não foi a única. – todos estavam em completo silêncio, espantados com o acesso de raiva do capitão do time, Christopher estava semelhante a um maníaco, espancando Gideon e sorrindo diabolicamente, como se gostasse de vê-lo sofrer.

Engolindo em seco, sinto meu coração martelar acelerado.

— Por favor, se Gideon perguntar por mim, minta – digo a Rosie, que me olha com espanto.

— Você não está pensando em ir atrás daquele diabo, está?

Estico meus lábios em uma linha reta.

— Preciso ver como ele está, Rosie, por favor.

— Desculpe, mas você viu o que acabou de acontecer? Christopher quase matou seu namorado, e você quer ir ver como ele está? é Gideon quem está beirando a morte!

— Rosie, por favor – quase choro, o que faz minha amiga bufar e revirar seus olhos — Eu preciso saber se Christopher está bem.

— Tudo bem, mas tome cuidado com o que você vai fazer.

Correndo em direção ao vestiário masculino, deixo os pompons jogados pelo chão enquanto corro, me certificando que ninguém percebesse minha fuga. Os corredores do colégio estão vazios, hoje não tinha aula, era somente treino do time de futebol e das líderes de torcida, o que me fez dar graças à Deus, seria terrível se mais pessoas tivessem visto o que Christopher fez.

Ao chegar ao vestiário, ouço alguém respirar profundamente, como se buscasse por controle, fechando a porta para não ser pega sozinha com Christopher aqui dentro, encaro suas costas malhadas e nuas, prendendo a respiração ao ver alguns machucados espalhados por sua pele bronzeada. Ele já havia tirado sua camisa, e vestia apenas a bermuda do seu uniforme.

Sua cabeça estava abaixada, ele se apoiava na pia como se sua vida dependesse disso. Seus cabelos escuros caíam e grudavam em sua testa pelo suor, através do espelho, eu podia ver algumas manchas de sangue secando pelo seu abdômen trincado e seus braços.

Ele era incrivelmente forte.

— É melhor você sair – ele diz baixo, sua voz causando-me calafrios.

— Eu vim saber como você está.

Christopher ri, levantando a cabeça para me olhar através do espelho, ele havia retirado suas lentes de contato, deixando visível sua heterocromia.