CAPÍTULO I

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TOMÁS

Ouço ao longe o despertador do celular tocar e relutantemente me obrigo a acordar. O desligo rapidamente antes que ele acorde também o meu anjinho que mais uma vez dorme ao meu lado. Ontem ele estava ligado no 220V e eu estava morto de cansado e sono, então depois de milhares de tentativas frustradas de faze-lo dormir em seu quarto vendo que seria praticamente impossível, o trouxe pra dormir comigo, nem sei quem dormiu primeiro, eu me deitei com ele e só o abracei brincando de estátua, no fim nem sei quem dormiu primeiro. Foi errado? Provavelmente. Recomendo? Sim. Pois o cansaço corrompe o bom senso de qualquer um, nunca julgue pais cansados.

Me levanto devagar pra não acorda lo e vou ao banheiro, faço minha skincare e tomo minhas vitaminas, confiro se não há perigo do meu filho cair da cama e vou a cozinha e preparo nosso café da manhã. depois volto para acordar o Benício, chego dando beijinhos nele todo.

_ Bení? Meu amorinho? Acorda vai.

Ele me empurra irritado e cobre o rosto mas eu não desisto.

_ Benício... vamos meu filho, a gente vai se atrasar..

_ Me dexa durmi pai.

_ Não meu amor, o papai precisa trabalhar e você precisa ir pra escolinha.

_ Não qué.

_ Como não quer? Assim você não fica inteligente como o papai.

Mesmo sob os protestos dele, o pego no colo e o levo pro banheiro do quarto dele, ja estou acostumado com o mal humor dele pela manhã.

Dou um banho nele e o perfumo, coloco uniforme e escovo seus dentes, depois o deixo em minha cama assistindo um desenho e tomo um banho rápido e passo hidratante.  Me visto com um terno armani cinza chumbo, camisa social preta, sapato preto social. penteio o cabelo, coloco relógio e acessórios, passo perfume, pego notebook e coloco em minha pasta, pego a mochila de benício que ja deixo preparada no dia anterior.

Essa é a minha rotina de segunda a sexta-feira. Moro com meu filho desde que ele tem três meses de vida, a mãe dele que foi uma transa de balada, afinal estavámos os dois bem bebados e eu sou gay, acho que pra mim ela foi uma curiosidade. Enfim... ela abriu mão do filho deixando a guarda total comigo, a desgraçada exigiu uma boa grana pra segundo ela uma ajuda de custo, depois disso sumiu no mundo, a última vez que soube dela foi através de uma notinha num site pois ela se casou com um milionário na frança e se tornou socialite como a minha mãe.

No começo foi muito, muito dificíl, quase enlouqueci, cada vez que ele chorava queria correr ao hospital, no começo realmente fazia isso mas mudei depois de muito conversar como pediatra dele e ter acesso a ele por watsap vinte quatro horas por dia, tive e tenho também o apoio do meu amigo Danilo que praticamente adotou o meu filho, ajuda também da minha mãe e do meu padrasto, do meu pai e do meu irmão que sempre que podem vem nos ver, tenho a Cristina, uma baba que me ajuda muito e do Edu que apesar de não ter muita paciência parece gostar do Benício, mas ainda assim ja teve dias que eu quase surtei e me odeio por isso.

De segunda a sexta-feira eu deixo meu filho na creche e vou pra minha empresa, tenho uma marca de relógios.

Quem pega o Benicio  de tarde é a baba, e ela fica com ele até eu chegar em casa. Eu tenho meus ajudantes e todos adoram o Bení, isso é muito importante pra afinal meu filho é tudo pra mim.

Me despeço dele na creche e sigo pra mais um dia de trabalho.

O PEÃO DA FAZENDAOnde histórias criam vida. Descubra agora